AMBIENTAL
O artista e ativista ambiental Frans
Krajcberg já viajou por quase todo o País documentando cenas de
agressões à
natureza. Em 2003 ele fez uma proposta ao governo baiano de construir um museu
ecológico mas não recebeu resposta. A obra do ativista (cidadão baiano desde
2008) se restabeleceu no refúgio das baleias jubartes, onde vive desde 1971 e
mantém o seu ateliê no Sítio Natura, no município de Nova Viçosa. Chegou ali o
convite do amigo e arquiteto Zanine Caldas, que o ajudou a construir a
habitação: uma casa, a sete metros do chão, no alto de um tronco de pequi com
2,60 metros de diâmetro. À época Zanine sonhava em transformar Nova Viçosa em
uma capital cultural e a sua utopia chegou a reunir nomes como os de Chico
Buarque, Oscar Niemeyer e Dorival Caymmi.
No sítio, uma área de 1,2 km², um
resquício de Mata Atlântica e de manguezal, o artista plantou mais de dez mil
mudas de espécies nativas. O litoral do município é procurado, anualmente, no
inverno, por baleias-jubarte. No sítio, dois pavilhões projetados pelo
arquiteto Jaime Cupertino, abrigam atualmente mais de trezentas obras do
artista. Futuramente, com mais cinco construções projetadas, ali se constituirá
o museu que levará o nome do artista.
POPULAR
Aos 39 anos de idade, Dimitri
Ganzelevitch, francês nascido no Marrocos, com ascendência russa, abandonou sua
residência em Portugal, onde comandava uma loja de confecções e duas galerias
de arte, e veio morar no Brasil. Era 1975. Escolheu como lar o Centro Histórico
de Salvador, na Bahia, onde deixou de lado as roupas e passou a trabalhar
exclusivamente com o comércio de obras de arte, um universo do qual fazia parte
desde os tempos de estudante em escolas de arte de Londres e Paris.
Inicialmente dedicando-se à arte
acadêmica e erudita, foi na arte popular que Ganzelevitch descobriu “a riqueza
da criação humana”, e se destacou entre os outros marchands de Salvador. Após
um tempo frequentando a elite soteropolitana, lutando para se fixar em um
mercado bastante incipiente, decidiu mergulhar de vez na cultura popular e se
transformou numa espécie de garimpeiro de novos artistas. Hoje, possui uma das
maiores coleções pessoais de arte popular do país. Entre obras de todos os
cantos do mundo, frutos de constantes viagens, destacam-se peças de brasileiros
anônimos ou praticamente desconhecidos. São quadros, esculturas, adornos,
tapeçarias e móveis provenientes dos mais diversos pontos do país, ou
simplesmente tábuas borradas de tinta, que em breve farão parte da Casa-Museu
Solar Santo Antônio, projeto que Ganzelevitch elaborou para deixar de ser
marchand e lidar com a arte apenas como colecionador.
MUSICÓLOGO
Hans-Joachim Koellreutter (1915 – 2005)
foi um compositor, professor e musicólogo alemão.
Mudou-se para o Brasil em
1937 e tornou-se um dos nomes mais influentes na vida musical no País. Na
década de 40 ajudou a fundar a Orquestra Sinfônica Brasileira, onde foi primeiro
flautista. Naturalizou-se brasileiro em 1948. Participou da fundação da Escola
Livre de Música de São Paulo em 1952 e da Escola de Música da Universidade
Federal da Bahia (1954). Ganhou o prêmio Ford em 1962. A convite do Instituto
Goethe, trabalhou na Alemanha, Itália e Índia, onde viveu entre 1965 e 1969.
Neste país fundou a Escola de Música de Nova Deli. Retornou ao Brasil em 1975.
Fixou-se desta vez em São Paulo. Foi diretor do Conservatório Dramático e
Musical de Tatuí, em São Paulo e professor visitante do Instituto de Estudos
Avançados da USP. Em 1981 a cidade do Rio de Janeiro lhe oferece o título de
cidadão carioca.
Koellreutter fundou em 1939 o grupo
Música Viva. Além das técnicas tradicionais europeias, Koellreutter incorporou
outras influências de todos os locais onde esteve. Na Índia, tomou conhecimento
da música microtonal, que utilizou em várias de suas composições. Também soube
misturar a tecnologia eletrônica, o serialismo e a harmonia acústica aprendida
com Paul Hindemith às influencias da música brasileira, criando um estilo de
composição próprio. No Japão e na Índia conheceu as filosofias orientais. O Zen
budismo e o hinduísmo o influenciaram na criação daquilo que ele dizia ser uma
"estética do impreciso e do paradoxal". Além de compositor, regente e
flautista, Hans-Joachim Koellreutter foi antes de tudo um professor. Em 1941,
contratado pelos pais de Tom Jobim, começou a lecionar piano e harmonia para o
futuro criador da Bossa Nova que só tinha 13 anos. Foi seu primeiro professor
de música. Além de Jobim, Koellreutter ensinou e influenciou, durante toda sua
vida, uma legião de músicos populares e eruditos.
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