
O pensador russo Tolstoi
escreveu, sabiamente, que o poeta só é universal se cantar a sua aldeia. Não se
pode compreender a cultura de um povo sem conhecer a sua história. Para
conhecer a história de um povo, é preciso conhecer a historia dos seus grandes
homens. Aqueles que fizeram a história do seu povo e determinaram seu destino.
E o jovem Flávio Luiz resgatou esse tipo de arte que está nas ruas, mas
esquecido pelas autoridades.
A Bahia é um estado vasto,
complexo, contraditório, plural e singular. Pode-se pensar a Bahia de múltiplos
modos e todos sustentáveis com uma argumentação coerente e reconhecível. O povo
baiano foi silenciado e não foi efetivamente representado na vida intelectual e
política ao longo dos seus cinco séculos de vida.

A capoeira ficou invisível durante muito tempo na historiografia
brasileira. Depois de dar a volta ao mundo e alcançar reconhecimento
internacional, ela se tornou patrimônio cultural brasileiro. O registro desta
manifestação foi em 2008.

Expressão brasileira surgida nos
guetos negros há mais de um século como forma de protesto às injustiças
sociais, arte que se confunde com esporte, mas que já foi considerada luta, a
capoeira foi reconhecida como patrimônio imaterial da cultura brasileira.
A partir de 1890, a capoeira foi
criminalizada, pelo artigo 402 do Código Penal, como atividade proibida, com
pena que poderia levar de dois a seis meses de reclusão, e seus praticantes
foram considerados como “mendigos e vagabundos”. Com a disseminação da arte
pelos mestres Bimba e Pastinha, ao longo do tempo passou a ser considerada como
arte, esporte, dança, cultura brasileira legítima. Presente hoje em 150 países,
a manifestação é o símbolo da identidade, solidariedade e resistência cultural
brasileira. É um dos esportes mais praticados no mundo e, no Brasil, é
implementada em quase todas as instituições de ensino público como atividade de
educação física.
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