Amanhã, sábado, dia 20 de dezembro, tem sessão de autógrafos e bate-papo
com o cartunista baiano Flavio Luiz na recém-inaugurada nova sede da comic shop
RV Cultura & Arte (Av. Cardeal da Silva, 158, Rio Vermelho), das 16h30 às
19horas.
A nova aventura do jovem lutador baiano criado por Flávio Luiz, Au, o
Capoeirista enfrenta piratas no álbum O Fantasma do Farol. Vale conferir a
trama de tirar o fôlego do leitor: um fantasma assanha o Farol da Barra na
noite de lançamento de uma exposição sobre náufragos na Baia de Todos os
Santos. Uma chave roubada. Um tesouro escondido? Aú e seu melhor amigo, Dó,
além de seu inseparável miquinho, Licuri, se envolvem numa trama de
investigações e segredos que os levam de Salvador até as ruinas de um casarão,
em Praia do Forte.
Com a qualidade gráfica especial (capa dura, papel couchê), diagramação
ágil e desenhos bem elaborados, a aventura do Fantasma do Farol é bem
eletrizante, cheia de mistério e humor. Para conseguir publicar esse segundo
álbum do capoeirista Aú, Flavio Luiz que está residindo em São Paulo, teve que
recorrer aos leitores. Através do crowdfunding. A obra foi inteiramente
financiada por crowdfunding (financiamento coletivo) em quase dois meses. Cerca
de 200 colaboradores participaram para a impressão do álbum e o resultado foi
um trabalho de primeira qualidade.
Desta vez, Aú deverá investigar o roubo de uma antiga chave, exposta no
Museu Náutico, que funciona em um dos cartões postais da cidade de Salvador: o
Farol da Barra. Corajoso, Aú enfrentará segredos de um passado misterioso e a
cobiça de um desonesto vilão, tudo isso envolto pelo belíssimo cenário baiano,
do Farol da Barra, em Salvador, à cidade de Praia do Forte, no litoral baiano.
A narrativa homenageia aspectos da cultura negra e da cultura popular,
além de honrar a rica história
da capoeira, com direito a fantasmas, piratas e
tesouros.
O primeiro volume de Aú, o Capoeirista (2008) foi indicado pela
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para o programa Sala de Leitura,
alcançando a marca de nove mil exem´plares vendidos.
Batizado como o movimento da
capoeira, Aú vai conquistar um público leitor carente de personagem baiano. Com
desenhos cheios de movimento (traço limpo e dinâmico), diagramação elaborada,
trama cativante, Aú tem tudo agrada baianos, romanos, gregos e americanos, mas
o espírito baiano está alí, centrado nos personagens, no ambiente. Flávio canta
sua aldeia e mostra ao mundo.
Flávio Luiz é muito conhecido
pelas tirinhas em quadrinhos de Jab, um lutador, Rotta 66, a revista Jayne
Mastodonte e pela graphic novel O Mesias em parceria com Gonçalo Júnior. De
1993 a 1995 foi chargista e ilustrador do Jornal Bahia Hoje. Participou de
diversos salões de humor nacionais e internacionais, recebendo vários prêmios.
De 2000 a 2008 foi ilustrador do Correio da Bahia, depois chargista da revista
Metrópole e do site www.oaranha.com.br.
Seus trabalhos fazem parte dos acervos do Museu of Cartoon Art (Flórida),
Gibiteca do Henfil (SP), World & Pictures Museum (Massachussets) e do livro
Uma História do Brasil através da Caricatura.
Desde pequeno sua paixão sempre
foi história em quadrinhos. Ele começou a trabalhar como ilustrador para agências
de publicidade e blocos de carnaval entre 1986 e 1988. Trabalhou como diretor
de arte em 1989 para a Propeg-Bahia. Em 1994 foi contemplado com o primeiro
lugar na categoria cartum no Salão Internacional de Humor de Piracicaba, o mais
importante salão de humor do Brasil. No final de 1995 Flávio mudou-se para
Barcelona, na Espanha, onde aprimorou sua técnica em cursos especializados em
quadrinhos (Escola Joso). De volta ao Brasil, em 1997 foi contemplado com
menção honrosa no Festival Internacional de Humor "Sem Aids com
Amor".
Em 1998 foi terceiro lugar na
categoria caricatura e menção honrosa em cartum no 1º Salão de Humor de
Salvador. Ainda em 98 foi de sua autoria as caricaturas do projeto vencedor de
decoração do Carnaval Tropicalista de Salvador e o próprio mascote do carnaval.
No ano seguinte foi premiado com o terceiro lugar no 1º Salão de Humor de
Natal, Rio Grande do Norte. Ainda em 1999 consegue lançar sua primeira
publicação com personagens exclusivamente seus. A coletânea de tirinhas de JAB
- Um lutador e da ROTA 66. Na 3ª Feira Internacional do Livro da Bahia, lançou
em setembro, também de forma independente, a revista em quadrinhos Jayne
Mastodonte Adventures.
Ganhou o primeiro lugar no II
Salão de Humor de Salvador - Shopping Lapa, na categoria quadrinhos. Em agosto
de 2000 ganha o HQMix 2000 de melhor publicação em quadrinho independente de
1999 para a revista Jayne Mastodonte Adventures1. Este prêmio é considerado o
Oscar do quadrinho nacional. No fim do mesmo mês é premiado com o 1º lugar na
categoria charge do 27º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Entra assim
para a galeria dos poucos premiados duas vezes em Piracicaba em categorias
diferentes. No ano de 2002 recebeu o prêmio especial no I Festival
Internacional de Cartum da Suécia, em Malmo, com o tema ecologia. Recebeu
também menção honrosa no concurso de Tapumes para a decoração do Carnaval
Baiano. Em 2003 ganha o 16º Salão de Humor de Volta Redonda na categoria
charge, ironizando um “Lulatrix” às voltas com diversos clones da Senadora
Heloísa Helena, marcando o momento político “saia justa” do atual Governo.
Ainda em 2003 ganha o 4º lugar no
1º Festival Internacional de Humor Gráfico de Foz do Iguaçu, com o tema água.
Em 2007 recebe o Primeiro Troféu Alfaitaria de Fanzines de melhor revista
independente com Jayne Mastodonte 2. Esta é a trajetória de Flávio que está
sempre batalhando e aprimorando seu traço. Para ele, o objetivo da publicação
de Aú, o capoeirista, é conquistar um público leitor de histórias em quadrinhos
carente de personagens tipicamente brasileiros, no cenário das HQ nacionais. “A
hospitalidade, a alegria, a criatividade do povo baiano retratada nos
personagens servirá para divulgar ainda mais os lugares, ritmos e as diferenças
da nossa cultura, principalmente a cultura negra e seu sincretismo”, declarou.
Por meio do site www.auocapoeirista.com.br
o leitor saberá como adquirir a publicação e mais informações.
O tema do Carnaval 2008 da
capital baiana foi a capoeira que mostrou muita ginga, força e cultura. A
Capoeira é uma herança deixada pelos negros bantos vindos de Angola como
escravos. Para não levantar suspeitas, os movimentos da luta foram sendo
adaptados às cantorias e músicas africanas para que parecesse uma dança.
Símbolo de identidade e resistência, a capoeira também é uma das mais belas e
fortes expressões culturais brasileiras e, sobretudo, baiana. A palavra
“capoeira” tem alguns significados, um deles refere-se às áreas de mata
rasteira do interior do Brasil. Existem muitos tipos de capoeira, mas os dois
principais são a capoeira Angola e a Regional. Esta última foi criada pelo
baiano Manoel dos Reis Machado, o respeitado Mestre Bimba. Então o amigo Flávio
está sintonizado com seu personagem capoeirista. A capoeira não é só respeitada
como também é divulgada e praticada pelos quatro cantos do mundo.
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