1962 – O Satânico Dr No (Ursula Andress)
Ela saiu do mar do Caribe, em seu
biquini branco e caminhou sensualmente em direção à praia, observada por nada
mais nada menos do que Bond. James Bond. Essa é considerada por muitos uma das
cenas mais sensuais do cinema. E ela foi protagonizada pela atriz suíça Ursula
Andress no papel de Honey Rider, a primeira “Bond Girl” da história, no filme O
Satânico Dr. No (direção Terence Young). Ursula, que contracenou com o 007
interpretado por Sean Connery, fez o papel de uma bela colecionadora de conchas
interessada em vingar a morte do pai assassinado pelo Dr. No.
1969 - Mulheres Apaixonadas (Glenda
Jackson)
Com Oliver Reed no elenco, Russell
realizou o filme que o consagraria em 1969, Mulheres Apaixonadas, uma adaptação
do romance clássico de D.H. Lawrence. O filme foi um sucesso de crítica e
bilheterias. Levou cinco indicações ao Oscar e deu o troféu de Melhor Atriz
para Glenda Jackson. Mas é mais lembrado pela famosa cena de luta entre os
atores Alan Bates e Oliver Reed, completamente nus – ideia que os mais novos se
lembram como “inovação” de David Cronenberg em “Senhores do Crime” (2007). Foi
o primeiro nu frontal masculino.
1967 - A Bela da Tarde (Catherine
Deneuve)
A Bela da Tarde (direção Luis Buñuel)
chegou a ser classificado como pornográfico. Erotismo, perversão e fetichismo
se misturaram para contar a história de Séverini Serizi, interpretada por
Catherine Deneuve, uma entediada e frígida esposa burguesa que busca num bordel
de alta classe realizar suas fantasias sexuais. A sensualidade do filme reside
muito mais nas roupas que cobrem o corpo de Deneuve e naquilo que sugere
acontecer sem mostrar do que na própria nudez da atriz. A direção de Buñuel dá
ao filme um tom onírico, surrealista e ressalta ao máximo a beleza de Deneuve.
1972 – O Último Tango em Paris (Maria
Schineider)
O Último Tango em Paris conta a história
da paixão, condenada ao fracasso, de um homem de meia-idade (Marlon Brando) por
uma garota francesa sensual (Maria Schneider). Pela maneira como enfoca
sexualidade e morte, o clássico de Bernardo Bertolucci causou forte impacto em
todo o mundo, mas no Brasil ocorreu um fenômeno curioso. A censura implicou com
a cena da manteiga e o filme entrou para a lista das obras proibidas.
Simultaneamente, a censura não impedia que a cena fosse contada em detalhes, às
vezes de forma até mais picante, nos jornais e revistas da época. A cena mais
forte, que marcou a década e o imaginário de toda uma geração foi “a cena da
manteiga”. Apesar da maioria das pessoas se lembram apenas da “manteiga”, as
palavras que Marlon Brando profere durante aquele ato são agentes de violação
muito maior que o ato físico em si. Num certo instante ficamos em dúvida sobre
o que realmente faz Maria Schneider chorar em um dado momento, se é realmente a
penetração anal física a que é submetida ou se é a penetração auditiva moral
que a invadiu, esta sim, de maneira insuspeita e sem mediações. O fato de ela
ter ficado com ele e continuado com aquele relacionamento legitima de maneira
contundente a aparente “violação” a que tinha supostamente sido “submetida”,
seja ela física ou moral. Da mesma forma que nos obriga a olhar para os nossos
próprios valores e preconceitos, para a nossa própria moralidade insuspeita.
1974 – Emmanuelle (Sylvia Kristel)
Em 1974, teve início uma das mais
famosas séries eróticas do cinema francês, Emmanuelle, com Sylvia Kristel.
Emmanuelle popularizou o conceito do filme “soft core” (em contraposição ao
hardcore de Garganta Profunda, por exemplo), que fica na fronteira entre o
erótico e o explícito. A série influenciou boa parte da produção posterior de
pornôs light. Nascida em um livro da escritora Emmanuelle Arsan, a personagem
apareceu pela primeira vez no cinema no filme italiano “Io, Emannuelle” (1969),
encarnado por Érika Blanc. Mas ela se tornou um mito sexual a partir da adaptação
francesa de 1974, dirigida pelo fotógrafo de moda Just Jaeckin e protagonizada
por Sylvia Kristel. A história gira em torno das aventuras sexuais de uma
modelo francesa na Tailândia, realizadas com o consentimento de seu marido. No
cardápio do filme, há sequências de estupro, masturbação, lesbianismo e ménage
à trois – com sexo sugerido, mas não explícito.
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