Barriguda, Ipê, Amendoeira, Castanheira, Mangueira, Carolina, Oiticica, Quaresmeira, Canafístula,Tequi, Barueiro, Angico, Aroeira, Caibreira, Imburana, Cumaru, Jatobá, Juazeiro, Jurema, Catingueira, Umbuzeiro, Pereira... certamente você já passou por alguma destas árvores, quem sabe até já se abrigou do sol ou da chuva debaixo de suas copas. Essas e centenas de outras plantas têm algo especial: são espécies nativas dos biomas baianos (Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado).
Uma espécie
que é nativa da Austrália é considerada exótica no Brasil, como é o caso do Eucalipto. Uma espécie pode ser nativa do Brasil, porém endêmica da Bahia, como é o caso da piaçava. Isso quer dizer que, em São Paulo ou no Amazonas esta espécie é considerada exótica. Os benefícios de se plantar árvores nativas de sua região, além de não ter os problemas das exóticas, são muitos: o alimento é exatamente os que os animais nativos precisam; fazem parte de uma determinada floresta onde uma espécie ajuda a outra de diversas formas; dificilmente espécies nativas são exterminadas por pragas, pois já desenvolveram muito bem uma defesa para cada praga da região.
Além disso,
a relação entre os nutrientes disponíveis e os nutrientes necessários para a árvore é harmoniosa e as árvores nativas são as que os pássaros nativos procuram para fazer seus ninhos (você já reparou que em matas de eucalipto houve-se muito pouco ou quase nenhum som de pássaros?). “Não é que sejamos contra as árvores estrangeiras, mas temos que valorizar nosso patrimônio genético. As plantas exóticas têm maior potencial para se tornarem invasoras, competindo por espaço”, alerta a engenheira agroflorestal, Eloina Matos.
MAIS VERDE, MAIS HUMANA - A engenheira agroflorestal é uma apaixonada por árvores, erealizou um estudo que comprovou que 80% das espécies que estão nas cidades brasileiras são trazidas de fora do país. Por acreditar que municípios mais verdes são mais humanos, Eloina Matos escreveu um guia para gestores públicos arborizarem nossas cidades. O resultado é o livro Árvores para cidades, publicado pelo Ministério Público da Bahia. A obra mostra como as árvores podem ser implantadas em ruas, avenidas, rotatórias, jardins, parques, encostas e margens de curso de água.
A publicação
chega a indicar as distâncias mínimas para implantação das árvores que ficarão próximas a esquinas, placas de sinalização ou postes. Tudo para evitar problemas que vemos todos os dias, como calçadas quebradas ou conflitos com a fiação elétrica. O livro também traz ilustrações e informações detalhadas de 120 espécies nativas dos principais biomas da Bahia. A ideia é que a população analise as espécies e escolha quais árvores quer para sua cidade.
A Sociedade
Brasileira de Arborização Urbana recomenda que o Índice de Área Verde deve ser de 15 metros quadrados por habitantes. As árvores podem desempenhar inúmeros papéis na cidade. Mais do que proporcionar ambiente agradável, elas melhoram a qualidade do ar, diminuem a erosão dos solos, reduzem o perigo de cheias e contribuem para melhorar o ambiente social. As chamadas "florestas urbanas" absorvem o dióxido de carbono e o transforma em oxigênio, ajudando a diminuir as emissões de CO2 que contribuem para o aquecimento global.
MUITO MAIS DO QUE BELEZA - Embora o ozono desempenhe um papel muito importante na estratosfera por absorver os raios ultra-violeta, é tóxico para o homem, causando problemasrespiratórios cujos principais sintomas são a tosse e dores no peito. As árvores, por fornecerem sombra, podem reduzir consideravelmente os níveis de ozono das cidades, trazendo benefícios para a saúde pública. Além de encorajarem atividades ao ar livre mais saudáveis, o contato com o verde acalma, diminuindo a fadiga mental, conforto térmico e barreira contra a poluição sonora.
Como se
pode notar, as árvores são mais do que um adereço bonito num cenário, elas produzem uma infra-estrutura funcional que contribui de um modo significativo para a qualidade da vida nas cidades, sejam elas pequenas, médias ou grandes, tanto a nível ambiental como a nível social e econômico. No entanto, vale ressaltar que para plantar nas ruas e avenidas é preciso conhecimento técnico. O que a população deve fazer é pressionar e incentivar os prefeitos. Mesmo se você tiver plantado uma árvore em frente à sua casa, é preciso recorrer ao serviço público para podá-la ou cortá-la, pois as árvores que estão nas ruas pertencem à toda cidade.
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