Desonestos
1530 – Se tentou resolver o problema
fundiário brasileiro com as capitanias hereditárias e o sistema de sesmarias.
Dividia-se o país em enormes latifúndios. Deu errado.
1930 – Posse da terra por motivo de
tensões, conflitos, violência, tocaias, assassinatos, grilagens.
1940 – Coronéis mandam e desmandam.
Posseiros são expulsos, famílias afastadas a força de suas produções.
1970 – Governo cria o Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que nunca cumpriu o papel que dele se
esperava.
1984 – Surge o Movimento dos Sem Terra
apoiando um governo de esquerda que não fez a reforma agrária.
2016 – A questão agrária no Brasil
continua a ser um covil de desonesto. TCU identificou 570 mil beneficiários
irregulares. Enfiaram a mão nas terras nada mais que:
61.965 empresários
144.621 servidores públicos
1.017 políticos (incluindo um senador)
O Brasil vive uma das mais graves crises
institucional da sua história. Quase todas as principais lideranças políticas
do país estão desgastadas e algumas desmoralizadas. Dos 594
deputados e
senadores, 99 tem processos à espera de julgamento do Supremo Tribunal Federal.
São 500 os inquéritos em andamento, inclusive os que tratam dos atuais
presidentes da Câmara e do Senado.
É fundamental que se combata a corrupção,
em todos os níveis e segmentos, e que a Justiça tenha liberdade para agir e
punir todos os envolvidos em irregularidades, não importa a vinculação
partidária ou ideológica. As operações em curso devem investigar a todos os
suspeitos de atos de corrupção, sem exceções e seletividade. A justiça tem de
ser igual para todos. E juízes, procuradores e a Polícia Federal começam a dar
sinal disso, “doa a quem doer”.
Nunca na história deste país, a
oligarquia política e empresarial foi ferida com tamanha precisão e
transparência. Os veículos de comunicação cumpriram decisivo papel durante a
ditadura militar, para o restabelecimento do estado de direito. Agora, na
democracia, tem mantido seu compromisso com a informação, instrumento
fundamental para o exercício da cidadania. A liberdade de imprensa, entretanto,
sempre incomoda: há políticos que nunca se conformam com a independência dos
veículos e buscam fórmulas para controlar a informação.
Nos processos, a publicidade tem que ser
a regra, a menos que seja decretado segredo de justiça. “Se
Dilma considerar
que seus direitos constitucionais foram feridos pode e deve recorrer à própria
Justiça, e não usar o Palácio do Planalto para uma posse-comício e que ataca
como inconstitucionais atos que estão sendo referendados nas instâncias superiores”
(Miriam Leitão. País em Chamas. 18/03/2016. Correio).
E Miriam continua: “Há uma batalha
judicial em curso e o país vai travá-la porque o sistema politico polarizado
não tem sido capaz de organizar suas desavenças. Cada lado coloca seus
argumentos (...) A Operação Lava Jato completa dois anos (...), e nesse meio
tempo ela conseguiu mais do que qualquer outra investigação em valores
tangíveis e intangíveis. O país recuperou R$ 2,9 bilhões, a maior parte disso
devolvido à Petrobras, da qual foi surrupiado em valor muito maior com o
conluio de políticos do atual governo”.
“A população brasileira não deseja, nem
espera do presidente Lula um ato heroico e desesperado como o de Getúlio
Vargas, mas esperava dele um ato de maior grandeza, que provasse, pelo seu
desprendimento, a sua inocência, ou pelo menos o desconhecimento dos atos que
estão a lhe imputar. Mas, ao entrar para o governo da residente Dilma, o
ex-presidente Lula apequenou-se frente à história. E apequenou-se ainda mais
quando foram divulgadas em rede nacional
as conversas, chulas e cheias de impropérios, nas quais pretendia
explicitamente obstruir as investigações judiciais” (Armando Avena. Dilma e Lula:
entre a farsa e a tragédia. 18/03/2016. Correio).
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