
Inflação
alta,
nível
de
inadimplência
crescente,
grande
índice
de
desemprego
de
jovens,
presidentes
das
duas
Casas
do
Congresso
desacreditados,
governo
federal
montado
em
39
ministérios
vazios
que
fazem
planos
que
não
se
transformam
em
realidade.
A
onda
de
descontentamento
se
espalhou
pelo
Brasil
e
o
estopim
foi
o
aumento
da
tarifa
de
ônibus.

As
lideranças
políticas
se
fecharam
em
seus
gabinetes
e
não
querem
ouvir
o
clamor
do
povo.
Como
escrevi
semanas
antes,
há
um
divórcio
entre
os
governantes
e
a
sociedade.
O
país
sofre
uma
aguda
crise
de
representação.
Há
uma
repetição
do
jogo
dos
conchavos
de
antigas
oligarquias
que
controlam
partes
da
federação
e
espaço
na
administração
pública.
“Está
tudo
controlado
” já
dizia
uma
canção
popular.
Certo
partido
cooptou
a
maioria
das
organizações
de
representação
da
sociedade
civil.
Quem
não
segue
a
cartilha
é
demitido
imediatamente.
Os
que
se
calam
tem
que
engolir
o
que
o
partido
diz.

Mas
o
povo
cansou
dessa
deterioração
dos
costumes
políticos
ao
desconforto
econômico
e
quer
participar
dos
processos
no
país.
Chega
de
corrupção,
de
justiça
lenta
e
cega,
de
violência,
dos
gastos
excessivos,
da
falta
de
projetos
sociais.
E
essa
onda
de
descontentamento
que
tomou
conta
do
Brasil
veio
reforçada
com
o
poder
da
tecnologia.
Assim
como
ocorreu
no
Oriente
Médio
na
Primavera
Arabe
(2010)
ou
nos
EUA,
com
o
Occupy
Wall
Street
(2011),
as
redes
sociais
desempenham
um
papel
fundamental
nos
protestos.
É
através
deles
que
os
assuntos
são
colocados
em
pauta
e
é
por
eles
também
que
as
mobilizações
são
organizadas.

Saídos
do
facebook,
estudantes,
profissionais,
artistas
e
simpatizantes
de
movimentos
de
protestos
semultiplicaram
pelo
país.
Como
confiar
nesses
políticos
com
suas
máscaras
ideológicas
onde
a
direita
nunca
foi
liberal
(e
sim
ultra
conservadora)
e
a
esquerda
faz
conluio
para
conservar-se
no
poder.
Essa
insatisfação
vai
da
indignação
dessa
politica
tradicional
e
também
dos
acadêmicos
que
não
concebem
novas
práticas
de
democracia
e
modelos
de
participação
social.
E
a
insatisfação
é
geral
porque
ninguém
até
agora
fez
qualquer
esforço
em
prol
da
valorização
da
educação
e
da
cultura,
por
exemplo.
Lembre-se
que
a
Bahia
tem
índices
de
analfabetismo
vergonhoso.
Esse movimento
de insatisfação popular
com os políticos
que estão no poder
mostra que o brasileiro
(desde jovens a idosos,
passando por executivos
engravatados) está cansado
da atual situação.
Cansou de saber que
muito dinheiro público está
sendo usado para realizar
a Copa do Mundo
mais cara da história.
O povo demonstra
que o momento do
basta chegou. E irá
às ruas quando considerar
necessário.

Diversas
capitais
brasileiras
como
Teresina,
São
Paulo,
Recife,
Salvador,
Belo
Horizonte,
Goiânia,
Rio
de
Janeiro,
Brasília,
Manaus,
Natal,
Florianópolis,
Vitoria,
Belém,
Porto
Alegre,
Curitiba,
Campo
Grande,
entre
outras,
além
de
centenas
de
municípios
estão
com
suas
ruas
tomadas
pelos
insatisfeitos
e
invisíveis.
Os
políticos
não
ouvem
o
que
o
povo
pede.
Eles
estão
na
contramão
da
história
tentando
até
participar
do
movimento
com
bandeiras,
mas
o
povo
não
deixou
esses
aproveitadores
aparecer
no
manifesto.
O
povo
hostilizou
esses
políticos.

O
Brasil
unido
pede
modificação
justa.
Estamos
vivendo
um
clima
de
insatisfação
geral.
Gastosexcessivos
(inclusive
sem
licitação)
para
inaugurar
estádios
esportivos
com
rapidez
enquanto
outras
obras
de
interesse
social
são
deixadas
de
lado
ou
paralisados
(como
o
nosso
pequeníssimo
metrô,
por
exemplo),
melhores
condições
na
saúde,
educação,
saneamento
básico,
segurança,
contra
a
PEC
37
(limita o poder de investigação do Ministério Público)
são
algumas
palavras
de
ordem
nas
bandeiras,
cartazes
e
panfletos
que
o
povo
reivindica.
Protesto
se
faz
com
argumentos
e
se
impõe
pela
razão.
O
reajuste
da
tarifa
de
transporte
foi
o
rastilho
de
pólvora,
mas
a
explosão
se
deu
por
causa
de
uma
justa
indignação
da
população
a
respeito
da
péssima
gestão
pública
em
geral,
em
todas
as
esferas
do
estado.
Tudo
é
ruim
e
a
população
deu
um
basta.
Enquanto
os
políticos
estão
deitados
eternamente
em
berço
esplêndido
(com
altos
salários,
mordomias
e
imunidade
parlamentar),
o
povo
acordou
para
protestar
diante
dessa
situação.
Esse povo não é passivo, mas pacífico.
Os desenhistas
de quadrinhos não poderiam
estar de fora nesse
momento de indignação
geral. E com seus
lápis e papéis mostraram
a realidade que acontece
ao nosso redor. Esse
jornalismo em quadrinhos
é muito bom para
mostrar que nossos
quadrinhistas não vivem
apenas dos utópicos super-heróis.
Eles também sofrem na
pele todo esse caos
políticos. Precisamos
mudar esse cenário!. Os irmãos Fábio Moon
e Gabriel Bá produziram duas HQs abordando as manifestações que vem sendo
feitas pelo País. O desenhista brasileiro Rafael Albuquerque (Vampiro
Americano, Batman) produziu uma história em inglês para falar com seus fãs de
outros países sobre a razão das passeatas estarem acontecendo, usando o futebol
como alegoria para contrastar com as manifestações.

Outros autores que produziram
trabalhos recentes sobre o assunto foram: Laerte, Gilmar, Angeli, Edgar
Vasques, Banett, Koostella, Rafael Grampá, Carlos Amorim, Rafael Coutinho,
Sama, Bruno Faria (Tira da Júlia), Rod Reis e Simanca.
O momento
é de reflexão.
Afinal, a história
é feita nas ruas.
É preocupante a
realização da Copa
de 20124 diante de
tamanha manifestação.
É preciso pensar (e
realizar) melhor a
segurança, gastos excessivos
(cadê as obras de
infra estrutura prometidas
nesses jogos?), educação de
qualidade, saúde para
todos, saneamento básico. Os
políticos devem mudar
suas formas de agir
egocentricamente.
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do
nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas),
Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau
Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em
frente a Biblioteca Pública) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28,
Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor
Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro
Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)
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