Deixem lhe chamar de “canguinha”,
ou “mão de vaca”, mas comprar o que não precisa está fora de moda. O consumo
consciente é sem dúvida um dos meios de educação ambiental de maior eficiência.
Pensar e agir antes da compra, reflete em resultados na hora de coletar o lixo.
Consumir menos, gera menor produção de resíduos, e menor agressão ao meio
ambiente. Para se ter uma idéia da importância de gerar menos é saber que o
brasileiro produz diariamente 1 quilo de material que se transforma em lixo,
perfazendo um total de 240 mil toneladas por dia. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 76% do lixo produzido vai parar
em lixões, 13% em aterros controlados, 10% em aterros sanitários e, pasmem,
apenas 1% chega a passar por algum tipo de tratamento (reciclagem, compostagem
e/ou incineração).
Hábitos equivocados do consumidor
estão pondo em risco o equilíbrio ambiental, já que consumir desenfreadamente
gera sintomas de impacto no aquecimento global. A geração de impacto se dá em
toda a cadeia produtiva, desde os materiais utilizados para a confecção do
produto, seguindo para o transporte até chegar no consumidor, e partindo para a
comercialização, o uso e a possível reciclagem do material.
Esse impacto é causado em todas
as áreas de consumo, que vão desde as necessidades básicas, como alimentação,
higiene pessoal e roupas, passando por necessidades supérfluas ou cômodas, como
aparelhos eletroeletrônicos e automóveis. Vamos fazer um teste: quando você
compra um medicamento na farmácia, você o guarda diretamente na bolsa que
carrega consigo ou aceita que o produto seja embalado em uma sacola plástica
que leva milhões de anos para se decompor? Só para lembrar, 100 milhões de
toneladas de plástico são produzidos anualmente no mundo e 10% deles vão parar
nos oceanos.
ALTERNATIVAS VERDES – Consumir
sem afetar o ambiente não é tarefa tão difícil. Para começar, você pode se
tornar um agente transformador na diminuição do impacto ambiental, mas para
isso
, mudar alguns hábitos são necessários. Por exemplo, escolher produtos que
levam o selo ambiental ou optar por empresas que induzem boas práticas na
cadeia produtiva. Para quem freqüenta supermercados diariamente ou
semanalmente, uma alternativa verde é optar por sacolas retornáveis, como a
ecobag, ou os carrinhos de feira. Na hora da limpeza da casa, opte por produtos
confiáveis, e acredite, basta apenas de sabão e água para deixar limpo, o restante
não passa de grandes filões das campanhas publicitárias.
Se você tem costume em comprar
queijos, mussarelas e salames, opte por uma embalagem ecologicamente correta,
porque as embalagens de isopor, encontradas em diversos supermercados, agridem
consideravelmente o meio ambiente porque são feitos de derivado de petróleo e
sua queima é a responsável pelo maior nível de emissão de gás carbônico na
atmosfera.
PROFISSÃO CATADOR – No Brasil 300 mil catadores vivem do lixo
reciclável. Na Bahia esse número é de 1.000 profissionais através do Projeto
Rede Cata Bahia que está presente em 257 municípios, coletando por mês o
montante de 190 a 210 toneladas. A nova profissão surgida com os avanços na
luta de conscientização do meio ambiente aquece o mercado brasileiro. A
cooperativa de Camaçari, a Coopemarc recolhe mensalmente 150 toneladas de lixo
reciclável, transformado em um valor bruto de R$ 35 mil que são divididos na
cooperativa. O município de Itabuna realiza o programa de Rede de Ações em
Educação Ambiental promovendo agentes multiplicadores.
Distante a 132km da capital do
Estado, o município de Governador Mangabeira com 92km² e apenas 19.828
habitantes serve como exemplo de cidade ecologicamente correta. O município
recebeu em 2007 o prêmio Abes Bahia de Excelência na Gestão de Resíduos
Sólidos, prêmio este que serviu de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na
região, que possui coleta seletiva domiciliar e hospitalar. Na ocasião,
organizadores do prêmio homenagearam ainda as localidades de Maracás e Jequié
pelas alternativas conscientes geradas pelos gestores. Em Mangabeira, os
resíduos que não são reciclados são levados para o aterro sanitário do
Recôncavo Sul que recebe diariamente 40 toneladas de lixo das localidades de
Muritiba, Cachoeira e São Félix. Só em Governador Mangabeira são produzidas
sete toneladas de lixo domiciliar e cinco toneladas de lixo hospitalar.
De acordo informações da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a coleta do lixo
governo. A responsabilidade da ANVISA é cuidar para que o material ou
medicamento chegue de forma adequada para consumo nas respectivas áreas de
saúde. O IBAMA afirma que não é de competência do órgão, responder sobre lixo
hospitalar e com informações obtidas na Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
(SESAB), a coleta do lixo hospitalar é de responsabilidade municipal. Para a
SESAB “é dever dos gestores dos municípios, promover programas de incentivo ao
consumo consciente e encontrar soluções para o destino desse lixo”. No interior
da Bahia, são apenas 35 hospitais geridos pela Secretaria Estadual.
Considera-se lixo hospitalar os
resíduos provenientes do serviço da saúde (seringas, agulhas, bisturis,
curativos e bolsas de sangue contaminados, tecidos e partes anatômicas de
corpos humanos, além de remédios e drogas vencidas). Sua coleta precisa ser
feita de forma responsável e cuidadosa por necessitar de tratamento específico
na decomposição. No mundo todo, são produzidos 30 trilhões de quilos de lixo
hospitalar.
Segundo dados do IBGE, apenas 12,5% dos municípios brasileiros fazem a coleta seletiva
de forma adequada. Reutilizar é a palavra de ordem. A cultura do descartável
precisa ser abolida o mais rápido possível. Jogar fora, só quando for
estritamente necessário. Ao invés de amontoar lixões, a sugestão é consumir até
a durabilidade final do produto ou fazer doações para grupos sociais, dessa
forma, você contribui para uma sociedade socialmente e ecologicamente mais
justa.
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do
nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas),
Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau
Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em
frente a Biblioteca Pública) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28,
Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor
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