Os fanzines surgiram como
revistas de tiragem limitada, feitas em mimeografo ou xerox (fotocopiadas),
editadas inicialmente por aficionado da ficção científica, nos Estados Unidos.
Passaram depois a servir diversos fins, como difundir a ideologia punk,
publicar poemas e histórias em quadrinhos de artistas iniciantes ou rejeitados
pelas editoras, espalhando-se pelo mundo inteiro. Trata-se de publicação
alternativa movida pela paixão de criar, não possuindo pretensões financeiras,
editam em suas páginas desde críticas literárias, musicais e cinematográficas
até contos, pormas e quadrinhos.
O fanzine tem origem no início do
século XX. Irmão mais novo (e mais rebelde) da imprensa, é co-autor de
transformações culturais das décadas de 1920 (que sedimentaram a indústria dos
quadrinhos) e 1970 (quando foi porta-voz do punk). Ganhou popularidade entre os
anos 70, 80 e 90 graças a uma série de ações que se desenvolveram na cena
cultural brasileira. A demanda era a mesma suprida hoje por blogs, redes
sociais e outras plataformas virtuais de comunicação: expor o que se passa na
cabeça e conhecer pessoas. Enfim, conectar-se.
O estilo acabou se tornando a
principal opção da galera que segue o lema “do it yourself” (faça você mesmo) e
que por algum motivo não consegue apoio para publicar de maneira profissional.
No Brasil, o primeiro fanzine que se tem notícia foi lançado em 1965, criado
por Edson Rontani, em Piracicaba, São Paulo, com titulo simples de Ficção. Em
seguida surgira publicações no Rio, salvador, Recife, Natal e outras cidades
brasileiras. Afinal nos anos 960 havia um rebuliço cultural muito forte com o
Cinema Novo, Jovem Guarda, Bossa Nova e outras correntes artísticas. O
quadrinho não ficou de fora, havia uma luta muito grande pela nacionalização
dessa arte com o surgimento de Pererê, Amigo da Onça, Vigilante Rodoviário,
Jerônimo o herói do sertão e muitos outros.
O quadrinhista mineiro Edgard
Guimarães, autor de vários livros e editor do fanzine “QI” (Quadrinhos
Independentes) está lançando o livro Memória do Fanzine Brasileiro. A
edição traz os depoimentos de 23 editores de fanzines, publicados no “QI” a
partir do n.80 (maio/junho de 2006) até o n.122 (julho/agosto de 2013)
Os editores cujos depoimentos
estão no livro são: Márcio Costa (Superfan), Oscar Kern (Historieta), Luiz
Antonio Sampaio (Opar Boletim), Alvimar Pires dos Anjos (Factus), Emir Lima
Ribeiro (Minizine), Diamantino da Silva (Mocinhos & Bandidos), José Magnago
(Castelo de Recordações), Roberto Guedes (Status Comics), Valdir Dâmaso
(Gibisada), Marcelo Marat (Ecos do Nada), Paulo Ricardo (Opinião), Joacy Jamys
(Herois em Ação), Wallace Vianna (Logotipo), Claudio S.Dilli (Quero Quero),
Denilsion Rosa dos Reis (Tchê), José Valcir (Prismate), Edson Rontani (Ficção),
Aimar Aguiar (Nostalgia em Quadrinhos), Claudio Rubin (Fandom), Gutemberg Cruz
(Na Era dos Quadrinhos), Henrique Magalhães (Marca da Fantasia), Gonçalo Silva
Junior (Quadrinhos Magazine) e Flávio Calazans (Barata).
O livro possui 128 páginas no
formato 16,5×216 cm, impressão digital, tiragem limitada, capa em papel cartão
e sobrecapa e custa R$ 20,00 (com o frete incluído). Para encomendar o livro
basta contatar o autor pelo e mail: edgard@ita.br
Pagamento através de cheque
nominal, selos, dinheiro ou depósito para Edgard José de Faria Guimarães. Caixa
Econômica Federal – Agência 1388. Operação 001. Conta corrente 5836-1
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do
nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas),
Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau
Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em
frente a Biblioteca Pública) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28,
Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor
Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro
Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)
Um comentário:
O Edgard Guimarães é um batalhador incansável em defesa das histórias em quadrinhos.
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