No dia 08 de março comemora-se os 90 anos de nascimento de Floriano
Teixeira. Pertencente a uma geração de mestres da pintura
brasileira, ele foi senhor de um traço inconfundível, seguro,
gracioso e que é suporte visível de todas as suas artes múltiplas
– a gravura, a escultura e sobretudo a pintura. Um desenhista raro,
detalhista ao extremo. Leveza e suavidade é um dos grandes trunfos
de sua arte.
Pintor,
gravador, desenhista, escultor. Floriano de Araújo Teixeira nasceu
no dia 08 de março de 1923 no município de Cajapió, na baixada
maranhense. Mais tarde a sua numerosa família transfere-se para São
Luís, onde passa a frequentar o grupo Escolar Sotéro dos Reis,
depois O Liceu Maranhense. Em 1935 recebe as primeiras aulas de
desenho do professor Rubens Damasceno. Daquele ano datam as suas
primeiras aquarelas.
Executa
desenhos para histórias em quadrinhos e caricaturas. Em 1940,
junta-se a um grupo de pintores liderados por J. Figueiredo, que o
anima a tentar a pintura de cavalete. Estuda e documenta tipos
populares e cenas das docas de São Luís. Através de livros e
revistas de arte, trava conhecimento com El Greco que o impressiona
vivamente, especialmente pela deformação alongada das figuras.
Em 1949
toma contato com as técnicas da monotipia e da xilogravura. Em 1950
muda-se para o Ceará onde toma parte ativa no grupo local de
artistas modernos. Com os artistas locais funda o grupo dos
independentes. Trabalha numa repartição de defesa animal.
Interessa-se pela anatomia animal. Apaixonado pela composição e
pela cor, busca no abstracionismo o caminha para expressar sua
mensagem, faz estamparia, silk cream.
Em 1962 a
Universidade Federal do Ceará organiza o seu Museu de Arte e
Floriano é convidado pelo reitor Antônio Martins Filho para
dirigi-lo provisoriamente. Um ano após retorna com intensidade à
pintura. Seus filhos estão presentes como tema principal dessa fase.
Logo a seguir, Floriano é apresentado ao público de Salvador,
expondo pinturas e desenhos no MAMB. Torna-se amigo de Jorge Amado e
a convite deste muda-se para Salvador, onde reside desde 1965, no
bairro do Rio Vermelho com sua mulher Alice e seus sete filhos.
Paralelamente ao desenho e à pintura, Floriano Teixeira desenvolve
atividades na área da ilustração de humor. Entre outros, ilustram
as capas dos 12 volumes da coleção das Obras Completas de
Graciliano Ramos e são de sua autoria os desenhos para Dona Flor, A
Morte e Morte de Quincas Berro D ´Água, Milagre dos Pássaros e O
Menino Grapiúna, de Jorge Amado.
Pertencente
a uma geração de mestres da pintura brasileira, Floriano é senhor
de um desenho de traço inconfundível, seguro, gracioso e que é
suporte visível de todas as suas artes múltiplas – a gravura, a
escultura e sobretudo a pintura. Pintor excepcional, com um colorido
que nos enche os olhos e uma magia de temas extraordinários: são
crianças, cavalos, caboclas sensuais, pássaros e flores. Enfim uma
explosão de cores que nos atinge todos os sentidos.
“Floriano
é um pintor de figura”, escreveu Myriam Fraga em 1984 para um
catálogo da exposição do artista. “Andarilho contumaz, na vida e
na obra, passeou por várias escolas, percorreu caminhos que foram do
cubismo aos quadrinhos. Ilustrações, caricatura, muralismo, tudo
passou pelo cadinho de seu talento sempre aberto a novos
experimentos”
“Esse
índio do Maranhão, esse baiano do Rio Vermelho, é um ser
extremamente civilizado, veio da floresta, mas por dá a impressão
de ter chegado da Renascença”, escreveu Jorge Amado no livro Bahia
de Todos os Santos. “A realidade de Floriano é a mesma que se
encontra em Cem Anos de Solidão de Garcia Márquez, onde o narrador
se esforça para contar tudo, admitindo, porém que, como não pode
caber tudo dentro das páginas e capa do livro, também a moldura de
um quadro não é suficiente para conter o mundo do pintor”,
escreveu o crítico John P. Dwyer.
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Um comentário:
ola!!! gostaria de saber sobre as gravuras de floriano teixeira para o livro Alexandre e outros herois de Graciliano Ramos..um abraco
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