Sobre o
desenho de Floriano, disse Carybé: “(...) São desenhos
elaboradíssimos onde o traço obedece à intenção ora dramática,
ora política da cena. Um emaranhado de linhas doces, violentas,
amargas ou suaves, que obrigam os olhos a seguir, o caminho por ele
desejado para parar no ponto, no acento, digamos no nó da composição
(...). É um desenho rico, com algo herdado de floresta, de que
Floriano é uma espécie de renda de almofadas ou de complicada
simplicidade das asas de mosquitos e cigarras”.
Também o
escultor Mário Cravo disse sobre Floriano: “(...) Tenho a
impressão que Floriano é uma espécie de pássaro feito homem, que
dotado de paciência infinita vai armando seus miríades de
gavetinhas em formas de linhas. De vez em quando, esta topografia e
seus contorno verdadeiros são abertos sobre umas superfície. Aí
temos um Floriano (…)”.
“Floriano
é senhor de um traço inconfundível, o que lhe confere, sem favor,
a dignidade plena mestre do desenho. Elegante, sintético,
harmonioso, inventivo no delinear e rigorosamente seguro na
formulação de volumes e espaços. Sabedor, como bem poucos, do
essencial de cada movimento, de cada expressão, mostra-se sensível
à intimidade das coisas e das pessoas. É, sobretudo, um lírico –
de um lirismo da melhor estirpe – no tratamento daqueles temas que
sempre o acompanham, como dádiva ou privilégio, na sua trajetória
de artista: as aves e as flores, as crianças e as mulheres... Com
rara habilidade, Floriano soube desenvolver, desde cedo, um talento
inspirado em histórias em quadrinhos e produções humorísticas,
elementos que transfigurados pela sua sensibilidade, seriam
retomados, mais tarde nas 'oníricas janelinhas' e, sobretudo nas
magníficas ilustrações de livros”, escreveu Sylvia Menezes de
Athayde no catálogo da exposição O Desenho e os Desenhos de
Floriano Teixeira, setembro de 1985.
No dia 21
de julho de 2000 o artista faleceu, mas deixou sua arte para a
humanidade, cheio de sensualidade, de ironia, de incurável
romantismo.
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