A gravação em madeira era igualmente restritiva, ainda que raramente executada pelos próprios artistas. O método não permitia trabalho delicado pois havia perda de qualidade. Era um processo mais simples do que o da gravura em chapa de cobre, e largamente praticado ajudando a reduzir o custo das ilustrações periódicas.
A arte da litografia consiste em executar uma imagem ou texto sobre uma pedra calcária e imprimi-los. Por volta de 1830 a litografia tomou grande impulso, expandindo-se por toda Europa, sendo a cada dia aprimorada, tornando-se assim, muito popular como meio de impressão. Desde sua invenção, diversos aristas procuraram especializar-se na técnica o que a tornou muito difundida e, por conseguinte, um sucesso comercialmente.
Com a evolução industrial do processo, a pedra foi eventualmente substituída por outros materiais, como chapas de zinco ou alumínio flexível especialmente granulados e adequados para gravação.
Por volta de 1870 assistiu-se a uma resolução na técnica de impressão. O processo fotográfico tornou possível a reprodução direta a partir do desenho. Os artistas já não tinham de copiar cada uma das linhas dos seus trabalhos, ou de sujeitarem às interpretações pessoais dos gravadores. Os seus desenhos podiam agora ser fielmente reproduzidos. Isso deu maior liberdade e reduziu os custos de impressão, abrindo o caminho a publicações mais batatas.
A gravura em metal pode ser realizada por meio de várias técnicas e processos. A gravação em “ponta seca” traça sulcos com instrumento de ponta afiada, de aço ou diamante, diretamente numa chapa de metal polido. Já a “água forte” a placa de metal é recoberta com material resistente ao ácido (ceras ou resinas, por exemplo), onde são raspadas as linhas a serem gravadas. Na “água tinta” o efeito (tonalidades e texturas) é produzido pela combinação calculada de ácido e outras substancias, assemelha-se ao da aguada, com uma variedade muito rica, podendo apresentar desde uma tonalidade leve fina até à textura áspera de uma lixa.
A litografia foi a pioneira tecnologia de impressão a permitir que um artista trabalhasse usando técnicas convencionais e criasse impressões que pudessem competir com a pintura tradicional em termos de detalhes e variações de cores. Com ela, a técnica de reproduzir atingia ma etapa essencialmente nova. E, por ser um procedimento mais preciso que a xilogravura, e a reprodução em cobre, “permitiu às artes gráficas pela primeira vez colocar no mercado suas produções em massa e também sob forma de novas criações. Adquirindo, desta forma, os meios de ilustrar a vida Cotidiana” (BENJAMIN, 1944, p.166-167).
A “civilização da imagem” começou a tomar contorno mais nítidos no momento em que a litografia “ao reproduzir em série as obras produzidas pelos artistas do princípio do oitocentos inaugurou o fenômeno do consumo de imagens enquanto produto estético de interesse artístico e documental” (KOSSOY, 2001, p.134-136).
No continente europeu as gravuras começaram sob a forma de estampas. Eram folhas soltas de papel com o formato tabloide (aproximadamente 29 X 38 cm), onde eram contadas histórias através de desenhos, impressas apenas num dos lados e, geralmente, numeradas – o que era útil para o caso de ser uma série. Essas gravuras eram especialmente populares na França e na Alemanha.
As caricaturas eram um tema principal nas gravuras com estampas (também conhecidas como folhas de grande formato). Consistiam numa página de tabloide com diversos desenhos impressos num dos lados e eram em preto e branco ou em versões coloridas.
A 18 de julho de 1841 surgiu a revista Punch em Londres. Repetiu o sucesso do semanário satírico francês Le Charivari. Puch deu origem a muitos imitadores, os mais conhecidos foram Fun (1861) e Judy (1867). O primeiro tinha algumas excelentes gravuras e o mais importante dos seus ilustradores era J.F.Sullivan (1853-1936), que criou uma longa série chamada The British Working Man, contada em desenhos sequenciais com legendas. Judy (com o subtítulo The London Serio Comic Journal) apresentou o atrapalhado Ally Sloper ao público em 1867, criação do inglês Chareles Henry Ross. Foi uma das primeiras personagens de quadrinhos a aparecer regularmente.
Referências:
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
KOSSOY, Boris. Fotografia e história. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
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