29 março 2021

HQ baiana tem fôlego e má distribuição (09)

 


ROBÉRIO CORDEIRO - Graduado em Artes Plásticas pela UFBa, especializou-se em Estética e Crítica de Arte. Desenhista desde os 12 anos, trabalhou como publicitário nas principais agências de Salvador, a exemplo da ABC, Publivendas, Sicla Comunicações, e Senac-Ba. Designer, criou cartazes, logotipos, folders, até retornar ao grafismo. Junto com seu conterrâneo Cedraz, publicou nos anos 1970 três números da revistinha infantil Lazer, combinando quadrinhos e passatempos. Após essa experiência, integrou o grupo de desenhistas Boa Ideia, que promoveu exposições de cartuns de diversos desenhistas. Os trabalhos de Robério também já foram publicados na Tribuna da Bahia, Jornal da Bahia e no Suplemento Infantil do jornal A Tarde, além deter realizado ilustrações para várias publicações nacionais. Pintinha, seu personagem mais conhecido, foi inspirada na onça pintada brasileira, animal em vias de extinção. Suas histórias mexem com o psicológico e temas da atualidade. Geralmente Pintinha contracena com o cachorro Mocotó e com o jegue Sejegue, o famoso trio nordestino.

 


O artista WILTON BERNARDO estudou Artes Visuais na UFBa, trabalhou em agências de publicidade como diretor de arte, redação, ilustrador e assessor de comunicação. Hoje atua na Rede Bahia. Em 2007 criou a marca Laço Afro e desenvolveu ilustrações inspiradas na cultura afro-brasileira. Estas ilustrações se desdobraram em peças de moda, design e artesanato como camisetas, canecas, chaveiros em madeira reciclada. Inclusive uma de suas ilustrações foi capa do meu livro “Bahia, um estado d´alma”, lançado em 2009. Ele é também criador da personagem de quadrinhos Dona Dedé que possui uma página no facebook.

 


O artista plástico autodidata RUY CARVALHO cumpre a missão como pode: pinta quadros, faz charges, esculturas, cenários, instalações, desenhos na areia da praia, com regador, para fotografar do alto. Desde que saiu de Juazeiro, fez carreira em Salvador e já expôs em Portugal, França, Alemanha, Rio de Janeiro entre outras.  Ruy Carvalho já publicou cartuns, caricaturas e quadrinhos na imprensa baiana.

 

Uma relação completa dos desenhistas baianos em atividades jamais poderia ser satisfatória, pois a cada dia novos valores estão se revelando, em todas as áreas do desenho do humor, cartum, charge, caricatura, cartum e quadrinhos.

 

Ada Brito (Tico e Mif), Menandro Ramos, Carlos França, Ruy Carvalho, Reinaldo Gonzaga (O Achamento do Brasil), Douglas Gentil, Simanca. Tivemos também o cartunista J.Mendes, Zé Vieira, Eduardo Barbosa, Ruy Trindade, Parlim (com a saga de Antonio Conselheiro), entre outros. Existem nos subterrâneos de nossa cidade muita gente nova preocupada com soluções formais mais atualizada com a contemporaneidade que nos marca, cultural e ideologicamente. Por outro lado, problemas políticos ideológicos seriam marcantes na medida de atuação cultural desses quadrinhos como objetivos de consumo e como linguagem determinada pelo contexto cultural. Além do fanzine Na Era dos Quadrinhos, Balão e alguns outros, tivemos as revistas Tudo com Farinha (projeto de extensão da Universidade Estadual da Bahia), Abalim, Vilões, Esfera do Humor, Pau de Sebo, e Desagaquê.

As artes gráficas, embora estudadas com seriedade desde os anos 1960, ainda não foram devidamente mapeadas, enquanto concreção ontológica, pelos próprios artistas. Precisamos com urgência mapear essas obras que são capazes de provocar, investigar, ousar, caminhar, a passos largos sobre a nossa cultura, comportamento e entretenimento.

 

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