O mercado brasileiro se aqueceu nos
últimos anos, mas profissionais brasileiros já vem demonstrando qualidade há
algum tempo. Tanto que exportamos alguns talentos para grandes estúdios
americanos. Alguns deles são: Leo Matsuda (Operação Big Hero), Rosana Urbes
(Mulan), Ennio Torresan (Madagascar, Kung Fu Panda, Megamente, Bob Esponja e
outros), Fabio Lignini (Como Treinar Seu Dragão, Gato de Botas e outros), Céu
d’Ellia (Pateta – O Filme) e Carlos Saldanha (Rio e a Era do Gelo).
Um dos desafios no Brasil é estruturar o
ensino profissional de animação. São dezenas de cursos, mas ainda são poucos
para a nossa demanda. Apesar dos cursos existirem, uma pesquisa feita pela
mestre em design Cristiane Fariah mostrou que cerca de 54% dos profissionais da
área não têm uma formação superior no ramo — boa parte tem cursos técnicos.
Segundo o Guia do Estudante, as empresas estão buscando cada vez mais
profissionais da área. Ainda segundo a publicação, os melhores cursos
disponíveis na área são na UFMG (Cinema de Animação e Artes Digitais) e na
UFPel (Cinema de Animação).
Origem
(1900-1917)
A animação brasileira não nasceu da
criação de grandes estúdios, e sim da vontade de pioneiros e entusiastas. Nas
primeiras décadas do século 20, os primeiros a se aventurarem no cinema de
animação foram os chargistas. É nesse contexto, em que charges animadas eram
exibidas após os cinejornais, nas sessões de cinema, que surgem as primeiras
animações nacionais. “Kaiser”, de
Álvaro Martins, é o filme que marca essa primeira fase.
Impulso
(1920-1939)
Animações continuaram a ser produzidas
no país, lançando mão de referências internacionais, principalmente americanas.
Produto dessa influência são as linhas arredondadas dos desenhos, como as de
Mickey Mouse, da Disney. O segundo curta destacado é “Macaco feio... Macaco
bonito”, de 1929, dirigido por Luiz Seel e João Stamato.
Criador dos personagens Reco-Reco, Bolão
e Azeitona que, durante anos, apareceram na revista infantil O Tico-Tico, Luiz
Sá foi também responsável pela criação de uma série de curtas de animação que
ficou perdida por anos, As Aventuras de Virgulino. Produziu ainda desenhos
humorísticos para jornais cinematográficos. Sá também foi responsável pela
criação de O Bonequinho, personagem usado na seção de crítica de cinema do Jornal
O Globo.
Experimentação
(1940-1959)
Nesse momento, artistas brasileiros
experimentavam diversas técnicas na produção de filmes animados. Um deles era
Roberto Miller, que produziu dezenas de curtas animados desenhando e pintando
diretamente sobre a película do filme. Em 1953, é lançado o primeiro
longa-metragem de animação brasileiro: “Sinfonia Amazônica”, de Anélio Latini.
O filme, em preto e branco, mostra sete lendas amazônicas, entre elas a que
narra a criação da noite e a lenda da Iara.
Expansão
(1960-1979)
Ao longo dessas duas décadas, houve o
primeiro festival internacional de cinema de animação realizado no Brasil, em
1965, a formação de grupos de atuação na área, a criação de mostras e as
animações criadas para comerciais.
Em 1972, é lançado o segundo longa
brasileiro de animação: “Piconzé”, de Ypê Nakashima, primeiro longa-metragem
colorido de animação do país. O filme começou a ser desenvolvido em 1966, o
animador coloca um anúncio em um dos jornais onde trabalhou, o São
Paulo-Shimbun, a fim de conseguir mão de obra para o projeto, o artista
plástico Ayao Okamoto fez a arte-final durante 3 anos, a animação é finalmente
concluída em 1972 e lançada em 24 de janeiro de 1973.
Dentre os maiores difusores da animação
no Brasil não podemos deixar de destacar Maurício de Souza, que deu vida aos
quadrinhos da Turma da Mônica já na década de 1960, no que podemos considerar a
primeira série de animação nacional, inicialmente transmitindo na televisão e,
mais tarde, a partir dos anos de 1980, produzindo filmes para cinema e vídeo. Natal
da Turma da Mônica é de 1976
Contemporâneos
(1980-2016)
Otto Guerra fazia histórias em
quadrinhos. Em 1978 fundou seu próprio estúdio, Otto Desenhos Animados. Seu
primeiro curta-metragem foi O Natal do burrinho, lançado em 1984. Em 1995,
Guerra lançou o longa Rocky & Hudson- Os Caubóis Gays, baseado na tira de
Adão Iturrusgarai. E foi vencedor do prêmio especial do júri no festival de
Brasília e selecionado para os festivais de Havana e Hiroshima. Em 2006, exibiu
Wood & Stock: sexo, orégano e rock’n’roll no 10º Cine-PE, onde o longa
ganhou o prêmio especial do júri. No ano de 2013, o diretor lançou o longa Até
que a Sbórnia nos Separe, baseado na dupla musical Tangos e Tragédias.
Chico Liberato ,pioneiro do cinema de
animação na Bahia, produziu o terceiro filme de animação de longa metragem
feito no Brasil – Boi Aruá, que documenta o cotidiano do Nordeste do Brasil,
mais especificamente do sertão catingueiro, através do mito do Boi Aruá. O
filme foi premiado pela Unesco. Entre os temas principais dos trabalhos de
Chico Liberato estão o sertão e o sertanejo, a arte popular e as figuras
místicas presentes no candomblé.
Marcos Magalhães é autor de diversos
curtas-metragens em animação, entre os quais “Meow!”, ganhador do Prêmio
Especial do Júri no Festival de Cannes 1982 e “Animando”, filmado no National
Film Board of Canada em 1983 Animando. “Animando” ganhou o Prêmio de Melhor
Filme Didático no Festival de Espinho, Portugal, e até hoje é frequentemente
exibido em programas de TV, escolas e cursos de animação do mundo inteiro.
É o criador e animador do ratinho de
massinha do programa de TV “Castelo Rá-Tim-Bum”. Desde 1993, Marcos é um dos
fundadores e diretores de Anima Mundi, Festival Internacional de Animação do
Brasil, hoje um dos cinco principais eventos de animação no mundo. Que está
completando 25 anos de existência em 2017.
A animação brasileira no panorama
mundial mudou recentemente, com premiações consecutivas no festival de animação
mais importante do mundo, o de Annecy, na França, e uma indicação ao Oscar em
2016, por “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu. A partir da década de 1990, a
indústria de animação passou a existir de fato, com editais de fomento
especificamente voltados à produção de animações. Rosana Urbes foi a única
mulher brasileira premiada em Annecy, com o curta “Guida” (2015) . Nas edições
anteriores, em 2013 e 2014, o prêmio de melhor longa-metragem do festival havia
sido concedido às animações brasileiras “Uma História de Amor e Fúria”, de Luiz
Bolognesi e “O Menino e o Mundo”.
Um comentário:
Boas dicas. Pessoalmente acho que O Que Será de Nozes 2 é um dos filmes infantis mais divertidos que já vi, gostei muito como se desenvolve a história, o roteiro é muito divertido para pequenos e grandes, em todo momento nos fazem rir. O Que Será de Nozes filme tem entretenimento que faz o tempo passar suave principalmente na primeira hora. É um filme que sem importar o estado de animo em que você se encontre, irá lhe ajudar a relaxar um pouco.
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