14 maio 2010

Música, música & Poesia, poesia

Lero Lero (Edu Lobo & Cacaso)


Sou brasileiro de estatura mediana

Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me quer

Porque no amor quem perde quase sempre ganha

Veja só que coisa estranha, saia dessa se puder

Não guardo mágoa, não blasfemo, não pondero

Não tolero lero lero devo nada pra ninguém

Sou descasado, minha vida eu levo a muque

Do batente pro batuque faço como me convém

Eu sou poeta e não nego a minha raça

Faço versos por pirraça e também por precisão

De pé quebrado, verso branco, rima rica

Negaceio, dou a dica, tenho a minha solução

Sou brasileiro, tatu-peba taturana

Bom de bola, ruim de grana, tabuada sei de cor

Quatro vez sete vinte e oito nove fora

Ou a onça me devora ou no fim vou rir melhor

Não entro em rifa, não adoço, não tempero

Não remarco, marco zero, se falei não volto atrás

Por onde passo deixo rastro, deixo fama

Desarrumo toda a trama, desacato Satanás

Sou brasileiro de estatura mediana

Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me quer

Porque no amor quem perde quase sempre ganha

Veja só que coisa estranha, saia dessa se puder

Diz um ditado natural da minha terra

Bom cabrito é o que mais berra onde canta o sabiá

Desacredito no azar da minha sina

Tico-tico de rapina, ninguém leva o meu fubá




Flor do destino (Nilson Chaves e Vital Lima)


Te amei assim como água de chuva

Que vai penetrando pra dentro do mundo

Te bebi assim como poço de rua

Que eu olhava dentro mas não via o fundo

Tu me deste um sonho

Eu te trouxe um gosto de tucumã

Tu me deste um beijo

E a gente se amou até de manhã

Veio o sol batendo

E nos despertou

Da gente virando terra, mato

Galho e flor

Água de riacho é clara e limpinha

Mas às vezes turva com a chuva violenta

Teu amor é um papagaio que "xina"

Dentro do silêncio da tarde cinzenta

E o amor é um rio, profundo rio

De muitos sinais

Onde os barcos passam

Conforme o vento deseja e faz

Ai, que inda me lembro

Disso que ficou

Da gente virando terra, mato

Galho e flor...



De ardor se morre um poeta (Jamile Gonçalves)


A minha alma está inquieta:

li de um passarinho, que queria ser poeta,

o desejo de um poema que me matasse de amor.

Aqui, morta, estou.

Morri de tanto ardor.

O mesmo ardor que faz o poeta é o mesmo que o consome.

Matou-me aos poucos estar longe do que amo.

O meu tempo me come, devora-me e lambe os dedos, após.

E choro de saudades da minha arte.

O meu ar - te dei.



Há vida (Jamile Gonçalves)


Vão-se os meus dias

como os de quem tem fé.

Não creio em coisa alguma,

acontecimentos me trouxeram isso.

Planejo os meus passos porque gosto, apenas.

Não creio em um futuro melhor,

porque nunca o vivemos: e se o melhor não existe?

Esvaem-se de mim toda e qualquer esperança

de que os planos agreguem segurança aos passos

que dou.

Não acontece.

Apenas, não.

Desenho as linhas do meu destino,

planejo porque gosto, apenas.

Pelo vão da porta se vão

meus gostos

meus gestos

meus dias...

E a vida?

Bate à porta antes ou depois de sair?

Não avisa.

Não nos visa...

Ah, vida !

---------------------------------------------------------

Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves) e na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929

2 comentários:

Diego Corte disse...

Ola Gutemberg...

Essa música “Lero Lero” é ótima, muito boa na voz do Edu Lobo.

##

Gutemberg disse...

Diego,

Concordo plenmente

Um abraço

Gutemberg