31 maio 2022

ABC DA CULINÁRIA BAIANA (01)

A culinária da Bahia é fruto de uma rica herança cultural deixada por negros, indígenas e colonizadores europeus que, com seus costumes, agregaram ainda mais sabor aos pratos baianos.

 


ABARÁ 

 

Lave bem o feijão: coloque-o em uma vasilha grande com água, remexa e tire com uma peneira as cascas que se soltarem. Escorra o feijão e repita até a água sair limpa. Em seguida bata o feijão no moinho, para transformar em purê, e depois bata com uma colher de pau, para ficar leve e volumosa. Acrescente o camarão moído, a cebola, o fundo misto e o gengibre. Misture, adicione azeite de dendê e envolva tudo para obter uma massa homogênea e amarela. Passe as folhas de banana no fogo, para que fiquem mais flexíveis. Depois enrole porções da massa anterior nas folhas, como se fosse uma pamonha, e coloque a cozinhe no vapor ou em banho-maria, por 40 minutos. Sirva quente ou frio, puro ou acompanhado de molho de pimenta baiano, camarão seco, caruru, vatapá, caruru e salada simples.

 

ABERÉM

 

Prepara-se o milho como se fora para o acassá e deite se fazem umas bolas semelhantes às de bilhar, que são envolvidas em folhas secas de bananeira, aproveitando-se a fibra que se retira do tronco para atar o aberém. É servido com caruru e também com mel de abelhas. Dissolvido na água com açúcar, é excelente refrigerante. Havia ainda o aberém preparado com açúcar, cujas bolas, do tamanho de um limão eram ingeridas sem outro qualquer elemento adocicado.

 

ACAÇÁ BRANCO

 

Consiste em um pudim de milho branco cozido e embrulhado ainda quente nas folhas de bananeira, cortadas em formato retangular. Tradicionalmente, segundo Manuel Querino, a receita não leva sal, açúcar, nem azeite de dendê e é servida como acompanhamento para as comidas salgadas. Coloca-se o milho branco debulhado de molho em um recipiente com água, durante três dias, trocando sempre a água. O milho, já amolecido, é batido no liquidificador e em seguida, cozinhado em fogo brando. É importante que seja mexido sempre com uma colher de pau. Quando ele começar a soltar dos lados da panela, está no ponto. Então o grosso mingau é retirado ainda quente com uma colher de pau e colocado na folha de bananeira previamente aquecida no fogo. Outra dica para saber se já chegou no ponto de cremosidade desejado é colocar um pouco da massa cozida dentro de um copo com água, se a massa subir, está no ponto, caso desça, ainda não está.

 

 


ACARAJÉ

 

Uma das comidas de rua mais populares na capital baiana. Ele é composto por feijão fradinho amassado e temperado com cebola e sal. Em seguida, é mergulhado em azeite de dendê quente para fritar. Depois de frito, o acarajé é recheado. As opções de recheio são o vatapá, que é feito de leite de coco, castanha de caju, amendoim e camarão; o caruru, que é um cozido de quiabos; o vinagrete; o camarão seco; e, é claro, a pimenta. O nome “acarajé” vem do iorubá: é a junção de “akará”, que significa “bola de fogo”, e “jé”, que significa “comer”. Na tradição religiosa do candomblé, ele é ofertado à orixá Iansã, e há histórias tradicionais que relacionam o acarajé a Xangô e Iansã. O Ofício das Baianas de Acarajé é, hoje, reconhecido como Patrimônio Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Todo o processo ritualístico está envolvido no Ofício, desde as tradicionais vestes brancas ao preparo do alimento.

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