O mais autêntico representante do
pensamento liberal brasileiro dos fins do século XVIII e primeiras décadas do
século XIX. Em 1798 ele foi um dos fundadores da Loja Cavaleiros da Luz, na
Bahia, e manteve-se fiel à Maçonaria, sendo, algumas vezes, por ela socorrido
financeiramente. Foi preso por se envolver nos movimentos de liberdade. Após
prisão que durou mais de um ano, em 1799 foi libertado e dedicou à sua clínica
e aos trabalhos agrícolas, como lavrador. Envolveu-se na Revolução
Pernambucana. Após a derrota da revolução, foram remetidos, presos, para a
Bahia, 104 insurgentes, que acabaram se salvando da morte em virtude do decreto
de 1812, de D. João. Salvos do fuzilamento, permaneceram presos, mas, já ai,
mantendo contactos abertos com os liberais baianos, Cipriano deles se aproximou
e foi, logo, considerado “amigo dos presos”. Presidiu comitês para arrecadação
de meios para o sustento dos presos. O real prestígio popular de Cipriano seria
comprovado em 1821. Ele se pós à frente de um movimento popular visando prestar
apoio à revolução portuguesa. Em 1821 realizaram-se as eleições para a escolha
dos deputados brasileiros às Cortes Portuguesas. Cipriano foi o grande
vencedor. Desde a posse, procurou
demonstrar ali estar para defender, incondicionalmente, os interesses de sua
terra. Deixou patenteado não se considerar português e, sim, brasileiro.
Enfrentou o clima de coação. Sua coragem e até mesmo audácia na defesa das
coisas do Brasil o tornaram, desde logo, conhecido e odiado por todos. Não era
só a coragem no debate que marcava sua qualidade de brasileiro. Também sua
indumentária constituía-se numa afirmação de brasilidade e se tornava uma
verdadeira provocação aos portugueses, pois calçado e vestido desde os pés até
a cabeça com fazendas manufaturadas na Bahia. Para se ter uma idéia do
prestígio que gozava junto às massas, basta atentar-se no relato do próprio
Ministro da Guerra, na sessão do dia 20 de maio de 1833 da Câmara dos
Deputados, segundo o qual, na Bahia, as pessoas que não queriam ser molestadas,
colocavam nas portas de suas casas o letreiro Barata. Esse prestígio era
facilmente constatável em todo o território nacional.
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