Colecionar peças e objetos é uma prática
tão antiga quanto a própria técnica de confeccioná-los. A pesquisadora de
folclore, Emília Biancardi se dedica a juntar instrumentos musicais primitivos
do mundo inteiro. Essa paixão vem desde os 19 anos de idade e pode ser avaliado
nos enormes sacrifícios feito pela pesquisadora para a compra de suas peças,
como, durante suas viagens, deixou muitas vezes de alimentar-se corretamente, a
fim de poupar dinheiro. Ela não se arrepende, porém. Hoje já são mais de 2.000
instrumentos. Há instrumentos do mundo todo. De Katmandu, no Tibet, a vilarejos
do interior da França. É um acervo interminável.
Criadora do primeiro grupo para-folclórico
da Bahia, na Escola Normal, em 1962, Emilia começou a viajar pelo interior em
busca das feiras livres, onde pudesse encontrar preciosos instrumentos
primitivos. Mais tarde, já coordenando o grupo folclórico Viva Bahia, pôde
viajar ao exterior, quando adquiriu instrumentos em países da Europa, da África
e do Oriente. Mesmo dos países que não teve oportunidade de visitar, Emilia
possui algumas peças presenteadas por vários amigos diplomatas que se
encarregavam sempre de lhe trazer um exemplar novo para a coleção. No acervo de
Emília, contudo, há espaço também para os instrumentos primitivos brasileiros.
Da tribo dos Kamaiurás, no Xingu, ele trouxe, por exemplo – a flauta jacuí –
considerada sagrada na tribo e exclusivamente dos homens. Outra flauta, a uruá,
é usada às vésperas do quarup para limpar as casas dos índios contra os maus
espíritos. Outras preciosidades da coleção de Emília são algumas réplicas de
instrumentos pré-colombianos, trazidos do México, e o instrumento africano
monocórdico que se chamava rucumbo e hoje é conhecido como berimbau.
Desde o início dos anos
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