Nos anos 1940, a televisão não existia. O
sucesso eram as rádios-novelas. As séries cinematográficas exibidas
semanalmente - num embrião do que hoje seria um canal fechado ou Netflix - em
películas preto e branco ganhavam o mundo. O baixo custo de operação era outro
atrativo para a disseminação da sétima arte. Bastava um bilheteiro e um
operador de projeção. Diante desse cenário, a mente fértil de Irmã Dulce viu no
cinema a chance de fazer dinheiro para tocar seus projetos sociais. Junto com o
frei Hildebrando Kruthaup (1902- 1986), teve a ideia de criar cinemas no
Círculo Operário da Bahia (COB). No total, criaram três: Cine-Roma, Cine
Plataforma e Cine São Caetano entre os anos de 1948 e 1949 - todos erguidos com
doações e feitos pela construtora Odebrecht. Nos anos 1950, o frei fundou o Pax
Roma conhecido como ‘Gigante da Baixa dos Sapateiros’ para exibir filmes
religiosos, que foi gerenciado pelo COB. Foram os primeiros cinemas em bairros
periféricos de Salvador. Na época, o Cine-Teatro Jandaia (fundado em 1911) e o
Tupy, na Baixa dos Sapateiros, eram os que faziam sucesso com a classe média
soteropolitana. O maior dos três cinemas, o Cine-Roma tinha capacidade para
1.850 espectadores - bem maior do que a média de 400 lugares das salas de
cinema atuais.
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