O Movimento Poetas na Praça teve início em
janeiro de 1979 com a tomada da Praça da Piedade pelos poetas que ali
instalaram uma trincheira de resistência cultural e diariamente, por uma
década, transformou o local no primeiro Ponto de Cultura que se tem notícia no
país, com a promoção de leitura diária de poemas, textos, manifestos, etc.,
realizada por poetas, políticos, artistas, e por cidadãos até então sem um espaço
para expressar a sua voz e a sua criatividade. Mas não foi só leitura, teve
também a popularização do livro, oferecido em diversas formas práticas e
baratas e por diversos meios de impressão, desde o mimeógrafo, à reprografia, e
mesmo feitos à mão, artesanalmente. A ordem era tornar o livro acessível a
todos. Mas também a literatura baiana, brasileira e universal foi levada para a
praça através de exposições biobibliográficas em homenagem a diversos
escritores, além de leitura de textos dos principais livros dos mesmos.
Em 1986 o movimento enfrentou sua primeira
dissidência, que levaria ao término da ocupação da praça no final da década. O
motivo foi a publicação de uma Antologia dos Poetas da Praça, que, por questão
de custo, incluiu apenas quatro dos autores. Alguns dos insatisfeitos fundaram
o grupo dissidente Eco da Poesia da Praça, mantendo os laços e a origem do
movimento original. O fim da ocupação física e contínua da praça não encerrou o
movimento. Ao contrário, o transformou em parte da cultura em todo o país,
ganhando espaços em bares, teatros e universidades
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