Ele foi figura mais conhecida e mais
controvertida do pop art, Andy Warhol (1927-1987) mostrou sua concepção da
produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de
retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn
Monroe. No início foi vitrinista, fez todo tipo de desenho para todo tipo de
publicidade, gravura, capa de livro, cartão de Natal, etc. A transição da
publicidade para a arte pura se deu através das histórias em quadrinhos. Os
primeiros trabalhos de Andy foram versões ampliadas das tiras de Dick Tracy
usadas como elemento decorativo nas vitrines da loja novaiorquina Lord and
Taylor. Uma das características de sua arte é justamente esta qualidade ou
nitidez de imagem da publicidade ou da imagem produzida mecanicamente. Ele foi
um dos primeiros a empregar a serigrafia para multiplicar os seus trabalhos.
Para ele, como para a produção industrial, o que conta é a quantidade, e esta
que acaba por gerar a qualidade.
Warhol não estava interessado em ideias
mas em objetos. Ou melhor, imagens de objetos industrializados – a lata de sopa
Campbell, a garrafa de Coca Cola, a tampinha Pepsi Cola, o vidro de ketchup ou
as caixas de sabão em pó Brillo. Para ele estas imagens tinham o mesmo valor
que as outras que ele também repetiu exaustivamente de personalidades famosas
como Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor, Elvis Presley, Marlon Brando, Mao
Tsé-tung e até Pelé, além do símbolo da foice e do martelo. Tudo neutro,
asséptico e brilhante como os esquemas gráficos de livros de bolso. Nenhuma
emoção ou subjetividade – o seu rosto deixava transparecer o mesmo tédio dessas
imagens colhidas aleatório da sociedade de massa.
Quando em 1960 Warhol realizou as primeiras
pinturas baseadas em Dick Tracy, Popeye e Super Homem, além de duas garrafas de
Coca Cola, inaugurando assim, em meio a um dos mais sofisticados cenários das
artes plásticas contemporâneas, um novo filão: a elevação da banalidade e da
vulgaridade cotidiana a estatuto de arte (ou vice-versa). A consagração viria
mais tarde, em 1962, quando, além de realizar a série de pinturas de notas de
um dólar, Warhol expôs suas já clássicas latas de sopa Campbell´s na Ferus Gallery, em Los Angeles. Estava confirmada
uma nova arte, uma das últimas correntes artísticas do século 20 a manter uma
profunda tensão estética em seus propósitos, um questionamento entre o lugar da
arte e a banalidade do mundo.
Personagem obrigatório nos acontecimentos
sociais de Nova York, ele usava seus cabelos, tintos, platinados e quando
rarearam foram substituídos por perucas no mesmo tom e corte. Óculos de aros
coloridos ele já usava na década de 50. Na moda, lançou o clássico e trivial
look despojado: calça jeans, tênis e paletó escuro. No universo povoado por
pessoas e situações do então “submundo das artes”, Warhol foi o responsável
pelo lançamento do grupo Velvelt Underground na cena pop novaiorquina dos anos
60. O grupo não só apresentou Lou Reed ao mundo como mostrou aos hippies que
havia muito mais sujeira embaixo do tapete do que o movimento flower power
imaginava. Além de Lou Reed e John Cale, cabeças do Velvet, no Greenwich
Village, Wahol introduziu a cantora alemã Nico ao grupo e passou a incluí-la na
maioria de suas performances, projetos multimídia e filmes.
Em 1969, Warhol fundou a revista Interview.
Editou livros, produziu filmes e apresentações no estúdio que mantinha em
Manhattan, chamado Factory (Fábrica) e viveu cercado por uma fauna de gente
pouco convencional. Depois era visto com frequência na discoteca Studio 54. Responsável
pela frase de que todo mundo, no futuro, seria famoso por 15 minutos, Warhol
foi um marco na arte norte americana. Retratou personalidades e produtos com a
frieza de uma máquina tendo conquistado fama e prestígio só comparáveis aos
grandes artistas do século. Na época, o diretor do Museu de Arte Moderna de
Nova York, Richard Oldenburg resumiu o perfil do artista que ajudou a criar as
bases da pop art: “Warhol fez seu estilo de vida uma obra de arte... Foi uma
das primeiras pessoas a se transformar, por ser artista plástico, em estrela”.
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