O cartunista Miguel Paiva lançou este ano
pela Editora Chiado Books o livro Memória do Traço. Na obra, ele resgata
charges marcantes, histórias hilárias, diversas de suas criações e personagens
consagrados como Radical Chic, Gatão de Meia Idade e Capitão Eco. Na obra
ilustrada, feita com o filho Vitor Paiva, que realizou mais de 20 entrevistas e
editou o texto final, o cartunista e artista gráfico traça um panorama sobre a
trajetória. As divertidas histórias são ilustradas com algumas das charges mais
famosas do próprio autor. O livro recorda as diversas fases vividas pelo
homenageado através de sua produção artística desde meados dos anos 1960 até
hoje. Memória do Traço documenta não só os trabalhos de Miguel Paiva, mas
também o encontro e convívio ao lado de personalidades como Ziraldo, Jaguar,
Paulo Leminski, Paulo Freire, Umberto Eco, Quino e Rubem Braga, entre tantos
outros.
Roteirista, cartunista, diretor de cinema
e TV, compositor musical e escritor. Começou sua vida profissional aos 16 anos
num jornal esportivo. Passou por muitos outros veículos de imprensa (fez parte
da equipe do lendário jornal O Pasquim), mas ganhou destaque quando publicou,
no Brasil e no exterior, os livros Sentimento Masculino e As Memórias de
Casanova. Miguel Paiva também fez figurinos e cenários para espetáculos
teatrais. São de sua autoria as famosas charges Radical Chic e Gatão de Meia
Idade, ambos publicados no O Globo e já levados para TV e cinema. Em parceria
com Luís Fernando Veríssimo, escreveu o projeto Aventuras do Detetive Ed Mort.
Colaborou com Tiago Santiago na novela Amor e Revolução, do SBT.
Foi no Caderno I do Jornal do Brasil, um
suplemento infantil colorido que ele criou seu primeiro personagem importante,
a alcançar sucesso relevante com o grande público, e que abriria as portas
profissionais na Itália: O Capitão Eco, primeiro personagem dos quadrinhos a
falar de ecologia no Brasil. Era um super herói defensor da natureza, que lutava
contra o malvado Dr. Polu e sua missão maligna de poluir o planeta. O sucesso
do Capitão Eco na Italia abriu espaço para Miguel publicar seus quadrinhos no
Corriere dei Picolli (Duda, o jogador de futebol) e na revista Alter Linus (o
detetive Raymond Gross, Dona X).
Quando retornou ao Brasil publicou a HQ
Happy Days, a pedido do jornalista Mino Carta que editava o Jornal da
República. A historieta comentava o país por outro viés – falando não dos
acontecimentos políticos em si, mas de seu efeito sobre as pessoas comuns.
Também foi publicado na revista Istoé.
Radical Chic começou a ser publicada na
Revista de Domingo do Jornal do Brasil em 1982. A personagem de cabelo vermelho
e curtinho apresenta como temas principais a feminilidade, o sexo, o papel das
mulheres na sociedade e as diferenças entre elas e os homens na maneira de
reagir às situações cotidianas. Em 1984 surge o detetive Ed Mort, criado por
Luis Fernando Veríssimo foi lançado em quadrinhos através dos traços de Miguel
Paiva no jornal O Globo. O personagem também foi adaptado peça de teatro,
especial de TV e para o cinema. Na Itália, as histórias de Ed Mort foram
traduzidas em revistas e álbuns.
Depois de fazer a Radical Chic durante dez
anos, o carioca Miguel Paiva achou que estava na hora de expor um pouco o
universo masculino. Assim nasceu o Gatão de Meia Idade. Versão masculina de
Radical Chic, um profissional liberal, quarentão, descasado e com uma filha
pré-adolescente. A vida das pessoas que preferem viver sozinhos serviu de inspiração
para o humorista criar o personagem. As peripécias do descasado que vive
tentando se relacionar bem com as mulheres foram publicadas diariamente no
jornal O Estado de São Paulo, no Caderno 2, em 1994.
Paiva criou ainda as historinhas das
personagens Chiquinha e Bebel, a Top Top Model. A atuação na televisão é outro
mote de sua trajetória. Ele passou por emissoras como TVE, Rede Globo e
Bandeirantes em funções que vão desde comentarista até autor, roteirista e
diretor.
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