26 janeiro 2016

Viagem musical pela Bahia (2)


O cantor e compositor Moraes Moreira canta em alto e bom someu gosto de ser baiano/ai, ai Bahia/andoperguntando/quem é que não poderia.... E das músicas que compôs, ele informa queChame Genteé a que melhor retrata o Estado, fala da mistura de raça e da forma que o baiano encara a vida, apesar das dificuldades:

Ah! imagina que loucura/essa mistura/alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia/de todos os santos, encontros e axé/sagrado e profano/o baiano é Carnaval//No corredor da história/Vitória, Lapinha, Caminho de Areia/pelas ruas, pelas veias, escorre/o sangue e o vinho, pelo mangue, Pelourinho/a ou de caminhão não pode faltar a fé, o Carnaval vai passar/da ao Campo Grande/somos os Filhos de Gandhy,/de Dodô e Osmar.

Um dos locais mais conhecidos de Salvador e famoso no Carnaval das décadas de 70 e 80 foi cantado pelo santo amarense Caetano Veloso:A praça Castro Alves é do povo/como o céu é do avião/um frevo novo/eu quero um frevo novo/todo mundo na praça/muita gente sem graça no salão.

Outro local popular, sede do bloco afro Ilê Ayê, foi saudado pelo compositor Gerônimo:Eu sou negão/meu coração é Liberdade/sou do Curuzu, Ilê. Gilberto Gil cantou o misticismo do povo baiano emEu Vim da Bahia: 
Onde a gente não tem pra comer, mas de fome não morre/porque a Bahia tem mãe Yemanjá/do outro lado o Senhor do Bonfim/que ajuda o baiano a viver. 

E até Ivete Sangalo  concluiu:Falar o quê/quando pisa nessa terra/alegria toma conta de você. E assim, dos antigos aos atuais compositores, a Bahia continua na boca do povo.


Um dos poucos que ousaram cantar o outro lado da Bahia foi o poeta Gregório de Mattos (1636-1696) que compôs o soneto Triste Bahia. O poema adquiriu popularidade quando foi gravado por Caetano Veloso em 1972:  

Triste Bahia! Oh quão dessemelhante/estás e estou do nosso antigo Estado/pobre de ti vejo a ti/tu a me empenhado..., dizia os primeiros versos do poeta que ficou conhecido como Boca do Inferno.




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