Uma Nação só é verdadeiramente
independente quando todos os seus cidadãos têm acesso a uma
educação de
qualidade. A Educação é a base para o desenvolvimento social e político, ela
promove crescimento econômico e é uma das principais ferramentas para diminuir
a desigualdade social. Contudo, ao olhar para o cenário atual da Educação
brasileira, fica evidente que estamos muito longe desse ensino de qualidade.
Mudar este cenário é possível e
depende do esforço de todos: governos e sociedade civil. Passar da Educação que
temos para a Educação que queremos depende, fundamentalmente, de uma nova
atitude e de conquistas do dia a dia por parte do governo, de alunos,
professores, pais e cidadãos. É uma longa trajetória, que depende de atitudes
concretas e inovadoras, como a de São José do Paiaiá, um pequeno povoado do
município de Nova Soure, na Bahia, que leva o nome de uma tribo guerreira dos
kiriris, onde encontra-se a mais inusitada coleção de livros de toda a região.
No meio do sertão baiano, São
José do Paiaiá abriga a Biblioteca Comunitária Maria das Neves Prado. É o único
prédio de dois andares do pequeno distrito de apenas três ruas. Ali, estão
abrigados livros raros, como uma edição do século XVII, em francês, das obras
completas de Molière. Os moradores estufam o peito dizendo que são do povoado
que tem a maior biblioteca da região. E de fato, a população tem do que se
orgulhar, já que o local guarda preciosidades que não são encontradas nem em
grandes cidades, como a capital baiana, Salvador.
PROPOSTA ATUANTE - Em um
município onde a taxa de analfabetismo chega a 38%, sendo que a localidade tem
menos de mil habitantes, livros, sobretudo, tão raros, são um enorme atrativo
para a educação local. O historiador e professor do Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) Geraldo Moreira Prado, é o
responsável pelo surgimento desse monte de “joias” da literatura bem no meio do
sertão da Bahia.
Segundo ele, aos poucos os
paiaiaenses vão percebendo a real dimensão de ter tão perto do seu alcance
livros como a obra completa de João Cabral de Melo Neto (autografada!), a
primeira edição de Casa-grande & Senzala, de Gilberto Freyre, e tantos
outros. O processo de conscientização continua a cada dia. A proposta da
biblioteca é ser ainda mais atuante. Um projeto está surgindo para garantir
cursos para a comunidade, além de equipamentos para o local, como por exemplo
computadores e acesso a internet. “Meu sonho é que o homem, o cidadão, mude
para melhor”, diz Geraldo Moreira, fazendo sua parte pela educação.
DESTAQUES NACIONAIS - Outro belo
exemplo em prol da Educação vem das cidades de
Mortugaba e Presidente Dutra. Os
dois foram destaques nacionais no estudo “Redes de Aprendizagem – Boas práticas
de municípios que garantem o direito de aprender”. Todos os dias, pais e alunos
se reúnem em sala de aula para contar histórias sobre livros e trocar
experiências que visam a valorização da leitura em casa ou nas escolas da rede
municipal de Mortugaba. As atividades envolvem as comunidades de todas as 35 escolas
do município e chamaram a atenção do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) e do Ministério da Educação.
Uma novidade de Juazeiro: o
Projeto Livrônibus. O objetivo é possibilitar aos estudantes das escolas
municipais, acesso a um maior número de gêneros textuais, despertando o prazer
da leitura. Tornar a educação baiana e brasileira de qualidade, é assim: cada
município fazendo sua parte, cada governo concretizando suas ações, cada
cidadão participando da melhor maneira possível.
É preciso passar da Educação que temos para a Educação que
queremos
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