A cidade
de Canudos é famosa. Sua história correu o mundo devido a Guerra de
Canudos. Mas, o município, situado no Nordeste da Bahia, formado por
mais de 13 mil habitantes e que tem como lema “O sertanejo é antes
de tudo um forte”, é mais do que a infame guerra que aconteceu em
seu solo árido. Apesar da Guerra de Canudos (1896 a 1897) ser o
grande apelo turístico desta cidade ainda tão jovem, emancipada do
município de Euclides da Cunha no dia 26 de fevereiro de 1986, e que
completa este ano 28 anos de independência política, Canudos é uma
lição de coragem, fé e beleza, numa terra onde a aridez reina
imperiosa.
No
entanto,
a
Canudos
que
a
Bahia
e
o
Brasil
conhece
atualmente,
é
a
terceira
da
região.
A primeira Canudos surgiu como uma pequena aldeia nos
arredores da Fazenda Canudos, no século XVIII. Com a chegada de
Antônio Conselheiro e seus seguidores, em 1893, o lugar foi
rebatizado para Belo Monte, e passou a crescer vertiginosamente.
Calcula-se que no seu auge em 1897 contasse com 25 mil habitantes,
sendo destruída pelo Exército durante a guerra. Já a segunda
Canudos surgiu por volta de 1910, sobre as ruínas de Belo Monte.
Seus primeiros habitantes eram sobreviventes da guerra.
NASCIDO
3 VEZES - Depois de uma visita
do presidente Getúlio Vargas, em 1940, decidiu-se construir um açude
no local. Em 1950, com o início das obras da barragem que inundaria
o vilarejo, os habitantes começaram a ir embora. Muitos se mudaram
para Cocorobó, uma antiga fazenda que ficava aos pés da barragem a
ser construída. Com o fim das obras, a segunda Canudos desapareceu
sob as águas do açude de Cocorobó em 1969. O vilarejo de Cocorobó
tornou-se município em 1985 e, apesar de ficar a 20 km do local
original, foi rebatizada de Canudos, tornando-se assim a terceira (e
atual) cidade com este nome.
Entre
1994 e 2000, as ruínas da segunda Canudos puderam ser vistas no
interior do açude, nas épocas de seca. Canudos está inserida no
Polígono das Secas. No entanto, suas terras são banhadas pelo rio
Vaza-Barris. A origem do nome da cidade é curioso: os primeiros
moradores da localidade eram fumantes inveterados de cachimbos feito
com longos canudos. Daí o nome do município. Tendo como padroeiro
Santo Antônio, a cidade
fica a
410 km de Salvador.
ÁGUA
DOCE & PEIXE-FRITO -
Além de conhecer o Parque Estadual de Canudos, o qual guarda toda a
história da Guerra de Canudos, o visitante também deve conferir o
Jorrinho, uma área de lazer muito interessante, localizada nas
proximidades do rio Vaza-Barris, onde os banhistas se refrescam do
calor do sertão baiano. Outro lugar em Canudos em que o turista pode
apreciar a paisagem exuberante, dar um mergulho no açude, dançar
uma seresta e saborear um delicioso peixe-frito na hora, é a
Prainha.
A Prainha
que há muito tempo já é frequentada por banhistas, agora está
mais atrativa, já que barracas foram instaladas no local. Estas
barracas dispõem de música e as mais variadas bebidas e comidas
típicas. Por ali também se apresentam grupos musicais. Um delicioso
mergulho no açude de água doce e sem poluição é praticamente
irrecusável. À noite, ainda se pode divertir nos bares e praças da
cidade, com tranquilidade e segurança comuns de uma cidade pacata do
interior.
O resgate
cultural e histórico faz parte do projeto A Caminho dos Sertões de
Canudos, realizado por historiadores baianos. Poetas, cantadores,
vaqueiros, escritores e grupos folclóricos e musicais se engajaram
em eventos realizados em diversos municípios da região envolvidos
no projeto. O projeto começou a ser posto em prática em 2007.
Usando a tecnologia do GPS (sistema de posicionamento global), os
historiadores tiveram como ponto de partida fazer o traçado dos
caminhos das tropas deslocadas para combater Antônio Conselheiro. A
partir daí, buscaram referências da história, cultura e turismo. O
objetivo é concretizar um programa de turismo sustentável, com
fundamentação histórica e cultural. Nele, estão incluídos o
Parque Estadual e o Memorial Antônio Conselheiro, utilizados pela
Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
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