Entre 1150 e 1180 o amor transformou-se em princípio e fim de todas as virtudes, clímax do aperfeiçoamento moral. Amar passou a ser virtude. A grande descoberta foi jogar fora o véu da hipocrisia, que exigia da mulher comportamentos que eram contrários à natureza, sem se deixar obcecar pela sexualidade desenfreada. O amor cortês foi o amor que embora não se limitasse única e exclusivamente à satisfação sexual não a dispensava. O amor cortês foi a denúncia dos trovadores ao casamento imposto à mulher por interesses políticos e econômicos, em que o amor não tinha lugar e a mulher passava a ser objeto de compra e venda.
Este novo modo de amor floresceu no sul da França e foi levada ao norte, possivelmente por Eleonor de Aquitânia, neta de Guilherme IX e conhecedora dos inúmeros trovadores que freqüentavam os castelos de Poitiers. Maria de Champagne e Aéles de Blois, filhas de Eleonor, herdaram da mãe o gosto pelas letras e transformaram a corte num centro literário importante. Sõ elas as responsáveis pelo desenvolvimento da cortesia no norte do país. O amor cortês apareceu como uma arte, um embelezamento do desejo erótico. Mais tarde a produção literária foi condenada pela Igreja.
O amor varia de acordo com a cultura e os gostos de cada época, mas a essência dessa emoção é imutável. Nos séculos 15 e
“Os Sofrimentos do Jovem Werther”, romance de Goethe, que conta a história de um fracasso amoroso, reflexo do desencanto que marcava o final do século 18 se tornou best-seller na Europa e os ávidos leitores se identificaram com o aflito personagem. Mas quem não se lembra dos famosos pares Abelardo e Heloisa, Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, entre outros que povoam o imaginário ocidental. Cada uma dessas representações literárias de amor se espalharam em muitas outras artes. E não faltou Sansão e Dalila, Perro e Colombina, Joãozinho e Maria, Bonnie e Clyde, Donald e Margarida, Super Homem e Lois Lane, Homem Aranha e Mary Jane. A idéia de amor ocupou o centro ideológico da sociedade e da cultura que a geraram, revelando seu modo de vida.
O amor é uma necessidade. O segredo do amor é como um presente, um dom e que ele pode crescer apenas aumentando a vontade
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