19 outubro 2017

Brasil, revisão de uma história (I)



O Brasil, com 8,5 milhões km² de extensão territorial, comporta uma população de mais de 200 milhões de habitantes. Situa-se na América do Sul sendo português o idioma oficial do país. Nosso país foi favorecido pela natureza em todo o ponto de vista, mas porque continua com desequilíbrio social? Seis motivos fortes, ou seja, uma série de desgastes decisivos para entender a história. Seja na colonização predatória, três séculos de escravidão, a independência proclamada diante do absoluto alheamento da população. Uma república proclamada pelos militares. Fases desesperadas de um país que procurava a modernidade e não conseguia até chegar ao golpe de 1964.

Vinte e um anos depois os militares se retiram e o Brasil pode ter uma democracia com desigualdade gritante. Aqui temos uma das piores elites do mundo, a mídia brasileira é um dos rostos dessa elite. Ela sempre se coloca de um lado só. Essa mesma mídia chamava o golpe de revolução e outros como ditadura militar ou branda. Eles continuam atrelados a sua tradição: o poder está nas mãos deles. A mídia funciona como instrumento do poder. Os políticos brasileiros não conseguem escapar do vídeo da Globo, SBT, Bandeirantes ou das páginas amarelas da Veja. A Folha de S.Paulo, O Globo, Jornal do Brasil nunca foram censurados. O Estado de S.Paulo sim. Imparcialidade, isenção, independência. E hoje? Hipocrisia que a esta altura faz parte da tradição.


O jornalismo de verdade é investigativo, tem que ir a fundo em todas as questões. Não precisa ter oposição a tudo, mas que tenha que denunciar tudo que estiver “errado”. Imprensa isenta é impossível, já é consenso. Mas é preciso honestidade. E isso significa informar o leitor de que lado está, quais são suas posições. Mas tudo isso sem deixar de buscar a verdade factual, sem deixar a ideologia se sobrepor aos fatos. Mesmo quando a ideologia é explicitada. E a grande imprensa não faz nem uma coisa nem outra, ou seja, não explicita a ideologia, mas deixa que ela se sobreponha aos fatos.

PREDATÓRIA - Mas vamos por parte. Primeiro com a colonização predatória. As enormes extensões de terra que compõem o país, eram habitadas, no início do século XV, por uma população indígena estimada em 2 milhões de pessoas, vivendo da pesca e da agricultura rudimentar, caça e coleta de alimentos. Oficialmente, os portugueses chegaram ao Brasil em 22 de abril de 1500, embora pesquisas históricas indiquem que sua expedição foi precedida por outras incursões.




Quando os portugueses chegaram nas praias da Bahia agasalhados pelo frio europeu encontraram gente nua que vivia da caça e da pesca e tinham muitos deuses e várias mulheres. Foi um grande choque para os dois lados. E era só o começo. Durante décadas, levas e mais levas de europeus chegaram com seu Deus único e suas armas. Depois, começaram a aportar embarcações com um outro tipo de gente. Desta vez eram homens de pele escura, com correntes de ferro nos braços e nas pernas. Desse encontro nasceu um país cordial, mas violento. Acolhedor, mas injusto.

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