ESCRAVIDÃO - De início, a exploração das
novas terras deu-se preferencialmente pela extração de pau-brasil. Com a
expansão da presença portuguesa e o cultivo da cana de açúcar os primeiros
colonos passaram a escravizar os indígenas para o trabalho agrícola. Por volta
da segunda metade do século XVI, a dizimação das populações indígenas pelas
doenças trazidas pelos europeus (gripe, varíola, sarampo) e pelos conflitos,
aliada à dificuldade de adaptação dos indígenas ao trabalho escravo, levou os
primeiros colonos à utilização de escravos negros. Do século XVI ao século XIX,
estima-se que de 3 a 4 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil.
A partir da segunda metade do século
XVI, tornou-se marcante a presença dos jesuítas no trabalho de conversão dos
indígenas ao catolicismo e fundando aldeias comunitárias similares às missões
presentes na América espanhola. De modo geral, os primeiros colonos chegaram
com ânimo de exploração, motivados pelas perspectivas de fazer fortuna com a
extração das riquezas da terra. Esta circunstância deixou profundas marcas em
nossa formação, por ser determinante na orientação das políticas coloniais da
coroa portuguesa.
BANDEIRANTES - Filhos de portugueses com
mulheres brasileiras, os bandeirantes descobriram terras que nenhum homem
branco tinha visto. Durante 200 anos, entre os séculos 17 e 18, eles se
embrenharam no mato para buscar índios, que capturavam para usar em suas
próprias fazendas ou vender como escravos. Graças a eles, o Brasil ficou muito
maior do que deveria ser, já que o Tratado de Tordesilhas, assinado entre
Espanha e Portugal em 1494, dava aos portugueses só o nosso litoral. Os
bandeirantes aumentaram o tamanho do nosso país, mas também provocaram um rombo
de população. Cometeram o maior assassinato em massa do país. Mataram e
prenderam tantos índios que o nosso interior ficou bem mais vazio.
Um dos primeiros bandeirantes da
história, o português João Ramalho (século 16) fez amizade com a tribo dos
tupiniquins, tinha várias esposas e uma multidão de filhos. Com o apoio do
índios fundou a cidade de São Paulo. Mas sua aliança com os tibiriçás provocou
a fim dos tupinambás. Surgiram outros bandeirantes que começaram a devastar o
sul do Brasil. Antônio Raposo Tavares exterminou os índios guaranis que viviam
pacificamente com os padres jesuítas (Missões).
Quando os guaranis ficaram raros, os
bandeirantes foram para o Planalto Central dominar os guaicurus. No Nordeste os
índios tapuias se rebelaram contra os donos dos engenhos de açúcar e o famoso
Domingo Jorge Velho chegou para destruir. Anos depois, as operações de caça
(conhecidas como bandeiras) ganharam uma nova motivação – procurar ouro. Com o
extermínio dos índios, o Brasil passou a usar os escravos da África e os
bandeirantes voltaram para suas terras, para viver como fazendeiros. (Para
saber mais, leia: “A Guerra dos Bárbaros”, de Pedro Puntoni, Hucitec e “Negros
da Terra – Índios e Bandeirantes nas Origens de São Paulo”, de John Manuel
Monteiro, Cia das Letras).Brasil, revisão de uma história (II)
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