A obra deste genial caricaturista,
quadrinhista e cartunista brasileiro, criador dos popularíssimos personagens
Réco-Réco, Bolão e Azeitona, da revista O Tico Tico durou três décadas, de 1930
a 1950. Único caricaturista do país a realizar cartuns para cinejornais
nacionais, Luiz Sá (Fortaleza, Ceará, 28/09/1907- Niterói, Rio de Janeiro,
14/11/1979) atuou em vários outros veículos de comunicação, tornando-se o
primeiro caricaturista multimídia brasileiro. Foi também responsável pelas duas
primeiras tentativas de criação de um desenho animado brasileiro. Há 40 anos
ele faleceu e a nova geração não conhece seu trabalho.
O artista também foi um dos precursores do
desenho animado no Brasil, cartunista sanitário e o criador gráfico do
bonequinho das críticas cinematográficas do jornal O Globo, criado em 1938, e
que até hoje indica a cotação dos filmes. Sua trajetória estendeu-se de 1930 a
1979, com um traço original, abrindo caminho para a modernidade do desenho de
humor em nosso país.
Nasceu no Ceará em 1907, e ainda menino
começou a rabiscar com carvão pelas calçadas de Fortaleza. Mudou-se para o Rio
de Janeiro por volta de 1929, onde fez um pouco de tudo: foi vigia noturno no
Hospital da Gamboa, fez charges, ilustrou livros, desenhou para cinema e
televisão, etc. Deixou seu traço na história em um período em que idéias
importantes sobre educação, saúde, e propaganda estavam sendo desenvolvidas.
Depois dessa época de ouro dos seus
desenhos, a vida de Luiz Sá não ficou nada fácil. Durante os anos 60, aconteceu
uma verdadeira invasão dos quadrinhos estrangeiros, e por isso muitas revistas
brasileiras fecharam. Por isso, o artista retirou-se para viver afastado em São
Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Ele contraiu tuberculose em 1974, e
foi internado no Sanatório Azevedo Lima, em Niterói.
Apesar das dificuldades, continuou a
trabalhar em prol da saúde, e durante sua internação, realizou cerca de 50
desenhos. Alguns retratavam o bacilo de Koch, causador da tuberculose, e outros
inimigos da saúde. O desenhista se recuperou e voltou para casa após o
tratamento, mas alguns anos depois, em 1979, acabou falecendo de complicações
causadas pelo problema no pulmão.
Se
você perguntar para os seus avós ou seus pais: se eles gostavam de
histórias em quadrinhos, provavelmente conhecem Reco-Reco, Bolão e Azeitona. Os
três meninos bagunceiros eram personagens muito famosos criados por Luiz Sá e
publicados na primeira revista em quadrinhos do Brasil, O Tico-Tico, que
circulou desde 1905 até a década de 70. A revista tornou conhecido muito
desenhistas brasileiros, e divertiu gerações de leitores. Seu desenho é
caracterizado pelo uso quase exclusivo de linhas curvas, tendo quase todos os
seus personagens os rostos bastante arredondados.
Na mesma época que Reco-Reco, Bolão e
Azeitona faziam muito sucesso, entre os anos 30 e 50, o seu criador Luiz Sá
trabalhava também como funcionário do Serviço Nacional de Educação
Sanitária - um órgão governamental
criado em 1941, durante o governo do presidente Getúlio Vargas - e ilustrou
vários livros e folhetos sobre saúde pública e prevenção de acidentes.
Seus traços retratavam os hábitos e
cuidados com a saúde com leveza e humor, ajudando a tornar o tema mais atraente
para todos os públicos. Hábitos saudáveis, alimentação correta, higiene,
prevenção e combate a doenças eram alguns dos temas tratados pelo Serviço
Nacional de Educação Sanitária, que se dedicou a criar peças de propaganda em
diversos meios. Um desses recursos eram as cartilhas, como estas, que datam de
1949.
Os livrinhos tratavam de assuntos variados
de saúde, higiene e alimentação. Falavam de doenças específicas, mas também de
cuidados do cotidiano. Temas tão importantes de educação para a saúde exigiam
ilustrações à altura. Por isso, foi convocado um fera dos quadrinhos e cartuns
como Luiz Sá para ajudar a confeccionar as cartilhas. Depois dessa época de
ouro dos seus desenhos, a vida de Luiz Sá não ficou nada fácil. Durante os anos
60, aconteceu uma verdadeira invasão dos quadrinhos estrangeiros, e por isso
muitas revistas brasileiras fecharam. Por isso, o artista retirou-se para viver
afastado em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Ele contraiu tuberculose em 1974, e foi internado no Sanatório Azevedo Lima, em
Niterói.
Apesar das dificuldades, continuou a
trabalhar em prol da saúde, e durante sua internação, realizou cerca de 50
desenhos. Alguns retratavam o bacilo de Koch, causador da tuberculose, e outros
inimigos da saúde. O desenhista se recuperou e voltou para casa após o
tratamento, mas alguns anos depois, em 1979, acabou falecendo de complicações
causadas pelo problema no pulmão.
Bolão ficou tão popular que, em 1961,
virou uma série de figurinhas do chiclete Ping-Pong. Luiz Sá também criou
outras figuras como Louro, um papagaio, o cachorro Totó, o rato catita e Pinga
Fogo no Tico Tico. Já o Detetive Desastrado e Maria Fumaça (uma empregada negra
que pouco entendia as ordens da patroa) foram publicados na revista Cirandinha.
Luiz Sá mostrou, através do relacionamento entre três garotos comuns do
ambiente urbano – a capacidade de iniciativa e de participação da criança. Luiz
Sá atuou em diferentes áreas e seu desenho faz parte do nosso dia-a-dia até
hoje: ele é o criador gráfico do bonequinho das críticas de cinema do jornal O
Globo, criado em 1938, e que indica a cotação dos filmes.
2 comentários:
Colecionava Bolão nos Esportes, no Zoológico, Turista, Profissões e Imprudências. valneipinheiro@gmail.com
É uma pena que poucos se lembram do Luiz Sá, um autêntico. Esses cretinos falam do Flash Gordon, Superman e outros gringos que nada tem a ver com nossa realidade brasileira. Eu tive o prazer de le na minha infância a revista Tico-Tico e seus inesquecíveis (e, infelizmente, tão pouco divulgados) personagens
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