Há
45 anos, no dia 07 de outubro, morria um dos mais importantes figuras
do Estado da Bahia, o historiador e político José Wanderley de
Araújo Pinho. O texto a seguir está no meu livro Gente da
Bahia, volume dois: Nasceu a 19 de março de 1890 em Santo Amaro,
Bahia. Filho de João Ferreira de Araújo Pinho, presidente da
Província de Sergipe, em 1876 e Governador da Bahia de 1908 a 1911.
Pela linha materna era neto do Barão de Cotegipe, João Maurício
Wanderley, um dos mais prestigiosos chefes do Partido Conservador no
tempo do Império. O rico acervo do arquivo do Barão, conservado
pela família materna, o gosto do seu pai pelas letras, levaram o
jovem Wanderley a ingressar nas lides da História.
Wanderley
formou-se em Direito, pela Faculdade Livre de Direito da Bahia, em
1910, quando o governo Araújo Pinho estava em pleno prestígio
político, mas foi logo surpreendido com a inesperado renúncia do
velho santamarense, o bombardeio da Bahia, e a perda do mandato de
promotor público. Em 1917 no salão do Instituto Geográfico e
Histórico da Bahia ele pronuncia uma conferência sobre Costumes
Monásticos-Freiras e Recolhidas onde indagava entre curioso e
malicioso, se o namoro alí se limitava apenas àquele estimar sem
consequência. Seriam puros ou pecaminosos os amores destas freiras?.
A conferência surpreendeu a sociedade da época. E a partir de 1929
porém, ele faz sua verdadeira profissão de fé como historiador, da
qual não mais se afastaria até 1967, data de sua morte.
Foi
diversas vezes relator na Câmara do Orçamento da Marinha e ocupou
vários cargos representativos no Ministério Público. Entre 1924 e
1930 foi Deputado Federal. No governo Otávio Mangabeira exerceu a
prefeitura da cidade do Salvador (1947/1951). Sua presença no cargo
deu grande importância às comemorações do 4º Centenário da
Cidade. A História da cidade marchou pelas ruas em apoteose, desde
Tomé de Souza até aquele momento. Foi iniciativa sua o desfile do
quarto centenário. Foram empreendimentos de sua administração como
prefeito, a abertura da primeira pista da Avenida Centenário, o
asfaltamento da Estrada da Liberdade, início da construção da
Avenida Vasco da Gama, abertura e asfaltamento da Avenida Amaralina e
de outras vias urbanas, reforma dos jardins do Terreiro e do Campo da
Pólvora. Com o governador Mangabeira, colaborou para a construção
do Hotel da Bahia.
Professor
de História do Brasil na Faculdade de Filosofia da Universidade da
Bahia, marcou época no estudo da disciplina, tendo animado a
pesquisa histórica entre seus discípulos. Os alunos eram
constantemente incentivados a realizar pesquisas inéditas, procurar
material novo, dar novas dimensões aos estudos, especialmente de
História da Bahia, com ricos arquivos à disposição. Lutou pela
proteção aos monumentos históricos da Bahia. Era presidente de
honra do instituto Geográfico e Histórico da Bahia, além de 1º
vice-presidente do Instituto Geográfico e Histórico Brasileiro. Era
membro da Academia de Letras da Bahia ocupante da cadeira nº1, cujo
patrono é o historiador Frei Vicente de Salvador, Wanderley Pinho
substituiu ali a Afrânio Peixoto, de quem foi grande amigo. Foi
também Ministro do Tribunal de Contas do Estado, cargo no qual se
aposentou.
Como
historiador, deixou uma obra que pode ser considerada notável.
Alguns dos seus livros, estudos definitivos na historiografia
brasileira, como História de um Engenho no Recôncavo, Cotegipe e o
seu Tempo e Salões e Damas do Segundo Reinado. Pesquisador
criterioso, seguro, tinha a preocupação de consultar as melhores
fontes para chegar às conclusões. Seu estilo era claro. Ele
escreveu algumas páginas verdadeiramente antológicas na literatura
histórica brasileira. Deixa inéditos alguns trabalhos de História,
inclusive um importante estudo sobre a História Social da Bahia.
Entre suas obras estão Política e Políticos no Império (1930); A
Sabinada (1930); Cartas do Imperador D.Pedro II ao Barão de Cotegipe
(1933); Cotegipe e seu Tempo - Primeira fase -1815/1867 (1937)
importante estudo do aspecto político de nossa História; D. Marcos
Teixeira - Quinto Bispo do Brasil (1940); Testamento de Mem de Sá
(1941); Salões e Damas do Segundo Reinado (1942) onde encontramos as
bases do estudo social de um grupo de elite dedicado aos seus
prazeres, seus luxos, seus devaneios; História de um Engenho do
Recôncavo - Matoim, Novo, Caboto, Freguesia - 1552/1944 (1946), onde
ele faz um perfil da economia agrária açucareira do Recôncavo
baiano desde o início de sua produção, suas fases de maior
desenvolvimento, como também suas fases de depressão; Abertura dos
Portos na Bahia (1961); História Social da Cidade do Salvador,
1549/1650 (1968 - edição póstuma sem revisão do autor), entre
outros. Vale lembrar a síntese do século XIX, de 1808 a 1856,
publicado na História Geral da Civilização Brasileira, sob a
direção de Sérgio Buarque de Holanda. Além de livros e muitas
obras relativas ao serviço do estado, publicou inúmeros artigos
jurídicos, literários e históricos, em jornais e revistas do
Brasil.
Ele
sabia que o homem está intimamente ligado à época em que vive, ao
conjunto de circunstâncias sociais, econômicas, ecológicas ou
mesmo antropológicas que traçam o seu destino, e as indagações
que ele fez à História, são determinadas pelos problemas de que
tem vivência. Wanderley Pinho escreveu biografias e monografias
porque eram as indagações do seu tempo. Havia necessidade de
apresentar a História das gentes brasileiras, de biografias que nos
entusiasmassem pelas qualidades invulgares da pessoa em foco. Em 07
de outubro de 1967 ele faleceu, no Rio de Janeiro, mas sua obra ficou
reunida no Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, instalado no Engenho
Freguesia, e inaugurado em 1971. O museu proporciona uma verdadeira
viagem ao passado, apresentando coleções de mobiliário,
imaginária, pinturas e instrumentos agrícolas, dos séculos XVIII e
XIX. O museu mantém oficinas, seminários, cursos, palestras e uma
série de ações integradas com grupos da terceira idade. Ainda em
1971 O governo do Estado, através da Secretaria de Educação e
Cultura instituiu o Prêmio de História e Biografia Wanderley Pinho.
E no bairro do Itaigara tem uma rua com seu nome.
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Maurício de Sousa lança gibi da Turma da Mônica com personagens soropositivos
Maurício
de Sousa lançou na última segunda-feira (17) seu primeiro gibi com
personagens que têm o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Por
meio de Igor e Vitória, o criador da Turma da Mônica vai abordar
questões como forma de contágio, o que é o vírus, como viver com
crianças soropositivas e o impacto social da síndrome.
A
ideia dos personagens foi da ONG Amigos da Vida, que atua na
prevenção e combate ao HIV/aids. Christiano Ramos, presidente da
ONG, diz que o trabalho resolver um problema existente nas mídias
voltadas para crianças. “ O Maurício tem uma linguagem bem
acessível, bem leve. Ele vem fazer um papel inédito, que é
trabalhar a aids com muita leveza, tranquilidade e naturalidade para
as crianças”, disse.
Não
é a primeira vez que o autor utiliza personagens de seus quadrinhos
para levar informação e conscientizar seus leitores. Humberto, que
é mudo, Dorinha, que não enxerga, e Luca, que não anda, mostraram
que crianças com restrições físicas são crianças normais e
devem ser tratadas como tal.
“Vamos
usar a credibilidade da Turma da Mônica e nossa técnica de
comunicação para espantar esse preconceito, principalmente do
adulto, que muitas vezes sugerem medo à criançada. Vamos mostrar
que a criança pode ter uma vida normal, com a pequena diferença de
ter de tomar remédio a tal hora e, caso venha a se ferir, tem que
ter alguém cuidando do ferimento. Fora isso, é uma vida normal”,
diz Maurício.
O
autor diz que Igor e Vitória podem vir a fazer parte do elenco
permanente da Turma da Mônica, não necessariamente citando o fato
de eles serem soropositivos. Ele explica que o gibi é também
voltado para os pais. “É uma revista única no mundo. E também é
voltada para os pais. Criança não tem preconceito, são os pais que
inoculam”, diz.
Cláudia
Renata, que é professora, levou seus filhos Maria Teresa e Lourenço
para o lançamento. Ela diz que os filhos, antes de lerem o gibi,
perguntaram quem eram aqueles novos amiguinhos. Para Lourenço, de 5
anos, são crianças normais. “Eles têm uma doença e têm que
tomar um remédio. Só isso.”
No
gibi, Igor e Vitória, que aparecem ao lado dos personagens da Turma
da Mônica, têm habilidades com esportes e levam uma vida saudável.
A professora na história é quem explica que eles precisam tomar
alguns remédios e que, no caso de se machucarem, um adulto deve ser
chamado para tomar os cuidados adequados.
São
30 mil exemplares do gibi, que serão distribuídos gratuitamente nas
brinquedotecas do Distrito Federal, na pediatria dos hospitais da
Rede Amil (um dos patrocinadores do projeto) e nos hospitais públicos
do governo do Distrito Federal.
O
objetivo da ONG Amigos da Vida é que em 2012 as histórias de Igor e
Vitória cheguem também a São Paulo, ao Rio de Janeiro, a Porto
Alegre, a Curitiba, a Salvador e ao Recife. (Fonte: Agência Brasil)
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do
nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas),
Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau
Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em
frente a Biblioteca Pública) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28,
Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor
Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro
Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)
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