Tarzan
inaugurou um tema nunca antes explorado nos quadrinhos: as histórias
de aventuras. Doze mil imagens foram desenhadas e vendidas em todas
as partes do mundo. Um sucesso que definia sua época: 1929. Era a
época da depressão, em que todo mundo nos EUA vivia em uma espécie
de selva, como Tarzan. Além disso, ele se encontrava como o
americano: sem armas para lutar contra o perigo, nu na selva,
querendo vencer com seus próprios recursos.
Harold
Foster, o primeiro a desenhar Tarzan em quadrinhos, começou em
janeiro de 1929, diariamente, num jornal americano. Foster possuía
temperamento sonhador e deu ao seu Tarzan características
românticas. A princípio, seu traço era um pouco hesitante; aos
poucos, porém, foi se firmando, e aliando elegância à majestade.
Quando, em 1937, Foster passou a desenhar Príncipe Valente,
abandonando as histórias de Tarzan, Rex Maxon e Burne Hogarth
tomaram seu lugar. O segundo desenhando, apenas, nos suplementos
dominicais. Hogarth, com seu traço épico, criou um Tarzan
exatamente nos moldes que Burroughs imaginara. Desta forma, Tarzan
recebeu um tratamento artístico jamais dado a outro herói de
histórias em quadrinhos. Hogarth cujo enorme cultura artística
muito o auxiliou na composição das histórias, desenhava os
músculos de Tarzan com o cuidado de um especialista na reprodução
dos músculos humanos.
Harold
Foster, o primeiro autor das tiras diárias, que aparecem pela
primeira vez a 7 de Janeiro de 1929, desenha, assim, as 60 primeiras
tiras, seguindo-se a este na série (que termina em 1973) os
seguintes artistas: Rex Maxon (1929-36), William Juhré (1936-38),
novamente Rex Maxon (1938-47), Burne Hogarth (1947), Dan Barry
(1948-49), John Letti (1949), Paul Reinman (1949), Nicholas Viskardy
(1950), Bob Lubbers (1950-54), John Celardo (1954-67) e Russ Manning
(1967-73).
Relativamente
às páginas dominicais, surgidas pela primeira vez a 15 de Março de
1931, com a assinatura de Rex Maxon, obrigatórias, ainda hoje em
dia, nos jornais americanos de domingo, foram desenhadas
sucessivamente por Rex Maxon (1931), Harold Foster (1931-1937), Burne
Hogarth (1937-1945), Reuben Moreira (1945-47), Burne Hogarth
(1947-50), Bob Lubbers (1950-54), John Celardo (1954-68), Russ
Manning (1968-79), Gil Kane (1979-81), Mike Grell (1981-83) e Gray
Morrow (de 1983 até ao presente), além de Joe Kubert, John Buscema
e muitos outros.
Tal como
fará, a partir de fevereiro de 1937, na ilustração das pranchas da
série de quadrinhos Príncipe Valente, também nas pranchas de
Tarzan, Harold Foster faz a ilustração acompanhada com textos em
rodapé que comentam e dirigem a narrativa, rejeitando os balões
como forma de integração dos diálogos. A partir de 27 de setembro
de 1931, Foster assume a produção da série nos dois formatos,
passando a encarregar-se também da página dominical a cores. A
série passa, então, a ter um sentido criativo único, com o
predomínio da dimensão pictórica sobre a componente narrativa.
Não
obstante a marca de qualidade e de talento deixada, ao longo dos
anos, pelos vários artistas que se ocuparam de Tarzan, nomeadamente
Harold Foster, deve-se destacar, por ser de inteira justiça, acima
de todos, Burne Hogarth, por muitos considerado o mais famoso e o
melhor desenhista de Tarzan, tendo, inclusivamente, ficado conhecido,
com todo o mérito, por "Miguel Ângelo dos Quadrinhos".
Hogarth tornou-se ainda célebre pelas suas numerosas obras sobre a
anatomia dinâmica do corpo humano, técnica e arte que ele estudou
profundamente e que aplicou também no desenho de Tarzan.
Burne
Hogarth sucede precisamente a Harold Foster (que passa a dedicar-se,
em exclusivo, a partir de fevereiro de 1937, à sua famosa criação,
o herói medieval Príncipe Valente) na ilustração das páginas
dominicais de Tarzan. Assim, a partir de 9 de maio de 1937 e durante
13 anos (apenas interrompidos durante um período de pouco mais de 1
ano), Hogarth trabalha de uma forma entusiástica e apaixonada,
conferindo a Tarzan um esplendor "barroco" nunca mais
atingido depois dele, expondo o herói em poses anatômicas de grande
plasticidade e dinamismo.
Russ
Manning foi outro importante artista dos quadrinhos que se ocupou da
série Tarzan e foi, inclusivamente, de todos os autores, aquele que
se manteve mais fiel ao espírito da obra de Edgar Rice Burroughs,
tendo começado a desenhar Tarzan a partir do fim da década de 60,
quer nas pranchas diárias, quer nas páginas dominicais.
No Brasil, a primeira história de Tarzan apareceu em 1934, no
Suplemento Juvenil (edição nº31 de 10/10/1934). O personagem teve
revista própria a partir de julho de 1951, publicado pela Ebal, e
trazia uma foto de Lex Barker na capa. A
revista seria
a mais
duradoura da
história da
Ebal, tendo
sido editada,
de várias
formas (em
cores, em
preto e
branco,
formatinho,
tamanho padrão,
mensal, bimestral
etc) até
1989. Em
1968, a editora lançou Tarzan-Bi; um ano depois, Tarzan Especial e
Almanaque de Tarzan. Em 1971, a origem de Tarzan e suas aventuras são
narradas em álbum de figurinhas. O herói das selvas inspirou
diversos desenhistas a “criar” (ou melhor, plagiar) personagens
como Kionga, Jambo, Tor, Tunga, Akim, Targo, Hur, Tarun e tantos
outros.
A EBAL lançou também diversas edições especiais:
- 1973 - Tarzan, O Filho das Selvas, o livro quadrinizado por Burne Hogarth em 1972
- 1974 - Coleção Tarzan em dois volumes (A Origem de Tarzan e A Volta de Tarzan), ilustrados por Joe Kubert
- 1975 - Tarzan, de Harold Foster, a primeira história com o herói
-
1975 - Coleção Tarzan/Russ Manning, em cinco volumes, com as páginas dominicais de 1968 a 1972
- 1976 - Edição Gloriosa em dois volumes (O Mundo que o Tempo Esqueceu e O Poço do Tempo), ilustrados por Russ Manning
- 1978 - O Livro da Selva, adaptação do romance O Tesouro de Tarzan em três volumes, com ilustrações de John Buscema e roteiro de Roy Thomas
- 1980 - O Massacre dos Inocentes, com ilustrações do artista espanhol Jaime Brocal Remohi
- 1890 - O Lago da Vida, com ilustrações de José Ortiz
No início
da década de 90, a editora norte-americana Malibu lançou uma
minissérie com cinco números escrita por Mark Wheately, arte de
Neil Volks e Marc Hempel. A série não recontou a lenda clássica de
Tarzan, mas retoma a história como se Tarzan vivesse nos dias de
hoje, 80 anos após sua criação.
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