Um
misto de fantasia e realidade. A história com tanta inspiração e,
que dentre os heróis de ficção, nenhum tem obtido, durante sua
existência, tanto prestígio. Tarzan, o Rei
das Selvas, completa 100 anos de existência
em outubro próximo. Divulgado de todas as formas (livros, filmes,
peças teatrais, novelas radiofônicas, quadrinhos e seriados de
tevê), o “velho” herói continua firme no coração da
juventude. Nenhum outro personagem está em cartaz há tanto tempo.
Mas nenhum outro, como o Homem-Macaco, possui tanto poder de
estimular a fantasia do amor e da força selvagem.
Tarzan
é talvez o maior mito do século XX e a mais duradoura referência
da moderna cultura popular, surgida do cruzamento do sonho com as
técnicas de marketing. É considerado o mais célebre herói de
ficção do século passado, ultrapassando em popularidade outros
heróis igualmente famosos, tais como Tintin, Astérix, Mickey, Super
Homem, Flash Gordon, Mandrake, Fantasma, entre muitos outros.
O
herói conseguiu o feito extraordinário de estender o seu domínio a
áreas tão diversificadas como a literatura, o cinema, a televisão,
a rádio, a banda desenhada, os desenhos animados ou os jogos de
vídeo. Ironicamente e de forma paradoxal, constata-se que se, por um
lado, é ao cinema que a figura do Rei da Selva deve a sua fama
universal e imortalidade, por outro lado, foi essa mesma Sétima Arte
que mais distorceu o espírito inicial da criação de Edgar Rice
Burroughs.
Há 100
anos nascia Tarzan, criado por Edgar Rice Burroughs num conto, Tarzan
of the Apes (Tarzan dos Macacos), publicado na revista All-Story (em
outubro de 1912, e virou best seller em 1914, quando foi publicado em
livro). Em 1918, Tarzan foi levado ao cinema, com o ator Elmo
Lincoln, e em janeiro de 1929 saiu sua primeira história em
quadrinhos. Até hoje, Tarzan é um herói e um mito. Na linguagem
dos macacos, Tarzan significa pele branca. Das 67 novelas escritas
por Burroughs, 27 tinha Tarzan como herói. Traduzido para 31
línguas, registra uma média de 60 milhões de cópias e um número
incalculável de leitores. Os quadrinhos, o rádio e a televisão,
além do cinema, se encarregaram de perpetuar sua imagem.
Vinte
atores viveram Tarzan em quase 50 filmes. É o mito cinematográfico
de maior duração. Nenhum outro personagem está em cartaz há tanto
tempo. Mas nenhum outro, como o homem-macaco, possui tanto poder de
estimular a fantasia do amor e da força selvagem. O herói por
excelência, de princípios morais rígidos, defensor da justiça,
intrépido e ágil, viveu aventuras que fascinaram gerações e
povos. Cerca de 75% das rendas auferidas com seus filmes vinham do
estrangeiro. Se o público adorava o Tarzan das telas, Burroughs, ao
contrário, se amargurava ante a figura caricata e praticamente
analfabeta em que Hollywood transformara o Rei das Selvas.
Para
Burroughs, Tarzan era um homem sumamente inteligente, sensível,
civilizado na acepção pura do termo, heróico, belo e, acima de
tudo, livre, o paradigma do homem inatingível para a época. Nem
sempre, todavia, os filmes refletiam o personagem literário. O filme
de Tarzan que mais bem reproduz a obra original é Greystoke – a
lenda de Tarzan, o rei das selvas, realizado por Hugh Hudson, em
1984, com Christopher Lambert no papel. Mas em termos de imagem
cinematográfica, Johnny Weissmuller, que viveu o papel na série da
Metro-Goldwin-Mayer, foi o que marcou mais o personagem junto aos
fãs.
SENHOR
DAS SELVAS NO MUSEU
O grito
que imortalizou Tarzan no cinema, misturado com os sons da selva
africana, deram as boas-vindas ao visitante na exposição do Musée
du Quai Branly, em Paris, dedicada a este herói atípico que cresceu
na natureza, rodeado de macacos e afastado da civilização. "Tarzan!
ou Rousseau chez les Waziri" (Tarzan! ou Rousseau com os Waziri)
explorou em setembro do ano passado "o senhor da selva"
através de objetos de coleção de diversos museus franceses, assim
como filmes, cartazes, quadros, fotografias e figuras. Organizado
pelo antropólogo Roger Boulay, em parceria com o Centre
International de la Bande Dessinée et de l'Image, instituição
voltada para a preservação da memória da indústria de HQs, a
mostra tenta dissecar um mito da cultura de massa.
A
exposição mostrou a influência de um dos mitos mais populares do
século XX, que saiu dos livros e "criticou de maneira feroz e
contínua a sociedade urbana", explicou o organizador da
exibição, Roger Boulay. Um herói ecologista, pois divulga o
cuidado com a natureza e rejeita constantemente a tecnologia e o
progresso, aparece na mostra como representante do debate mundial
sobre o meio ambiente, uma preocupação quase inexistente no início
do século passado.
Filho de
aristocratas ingleses, criado entre macacos, Tarzan nasceu em 1912,
da pena do escritor americano Edgar Rice Burroughs, que desenvolveu a
personalidade deste herói em 22 livros entre 1914 e 1947, que rendeu
a publicação de mais de 15 milhões de exemplares e foram
traduzidos em 56 idiomas. Inspirado na tradição de romances como "O
livro da selva" (1894) ou "As Minas do Rei Salomão"
(1885), Burroughs, que nunca foi à África, se inspirou no mito de
Rômulo e Remo e o de Hércules para criar seu personagem, para
demonstrar o vínculo do homem com o mundo animal, separados pela
civilização. O imediato sucesso de "Tarzan, O Rei dos Macacos"
(1912) e do resto das histórias desencadeou a adaptação da
história em outros formatos, que tiveram a mesma fama (cerca de 15
mil histórias em quadrinhos e 46 filmes, além de numerosas séries
de televisão).
A
exposição, que apresentou as diferentes adaptações de desenhistas
de quadrinhos como Harold Foster e Burne Hogarth, exibe, além disso,
partes dos mais populares filmes do mito, que imortalizou em mais de
doze filmes, entre 1932 e 1949, o ator e antigo campeão olímpico de
natação Johnny Weissmuller. Bourrough misturou em Tarzan as
aventuras, as façanhas e a reflexão sobre a sociedade, a natureza e
a evolução, como evidencia seu especial interesse pelo darwinismo -
teorias publicadas quando o escritor nasceu - contra o criacionismo
vigente durante séculos.
---------------------------------------------------------
Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do
nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas),
Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau
Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em
frente a Biblioteca Pública) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28,
Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor
Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro
Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)
Nenhum comentário:
Postar um comentário