No dia 26
de setembro de 2012 comemora-se os 250 anos de nascimento do
jornalista e político baiano Cipriano José Barata de Almeida
(1762-1838). Hoje, no auditório da Livraria Cultura (Salvador
Shopping) das 15 às 17h o professor Marco Morel vai proferir
palestra seguida de debate sobre Cipriano Barata. Ele foi o criador
do Sentinela da Liberdade, jornal que não interrompia a circulação
mesmo quando o seu redator estava atrás das grades por causa da sua
revolucionária ação politica. Jornalista, cirurgião. Cipriano
José Barata de Almeida nasceu no dia 26 de setembro de 1762, em
Salvador, na freguesia de São Pedro Velho.
Embora
homem de poucos recursos, seu pai, o Tenente Raymundo Nunes Barata
conseguiu mandar seu filho Cipriano estudar em Coimbra, quando já
tinha 24 anos de idade. Em 1786 matricula-se no curso de filosofia,
no qual se bacharelou, tomando grau em 1790. Em 1787 matriculou-se,
também, no curso de matemática. Fez ainda, na mesma Universidade de
Coimbra, estudos de cirurgia, tornando-se cirurgião aprovado,
profissão exercida com dedicação durante sua vida. Regressando à
terra natal se casa com Anna Joaquina de Oliveira, com quem teve seis
filhos.
Nos
primeiros anos de casado Cipriano procurou viver do exercício da
medicina, que praticava como cirurgião aprovado. Por não auferir
grandes rendimentos nessa profissão, nada cobrava dos pobres (sua
maior clientela), fez-se, também, lavrador de cana no Engenho de
João Ignácio da Silva Bulcão, posteriormente Barão de São
Francisco. Nessa atividade, buscava condições financeiras para
sobreviver.
Foi na
imprensa que se realizou, fazendo tremer os inimigos da liberdade e
da democracia. Inicialmente, foi redigir a Gazeta Pernambucana. Logo
depois, fundou seu próprio jornal, Sentinela da Liberdade. O jornal
exerceu enorme influência na vida política brasileira, surgindo, em
diferentes pontos do território nacional inúmeras Sentinelas, todas
objetivando, também, lutar pelos ideais democráticos. Através da
Sentinela da Liberdade exerceu extraordinária influência na vida
pública brasileira, tornando-se temido dos despostas e ditadores.
Pagou caro por sua luta em prol da liberdade. Viveu e morreu pobre,
mas aqui, sempre, com independência e dignidade.
Cipriano
Barata foi o mais autêntico representante do pensamento liberal
brasileiro dos fins do século XVIII e primeiras décadas do século
XIX. Em 1798 ele foi um dos fundadores da Loja Cavaleiros da Luz, na
Bahia, e manteve-se fiel à Maçonaria, sendo, algumas vezes, por ela
socorrido financeiramente. Foi preso por se envolver nos movimentos
de liberdade. Após prisão que durou mais de um ano, em 1799 foi
libertado e dedicou-se à sua clínica e aos trabalhos agrícolas,
como lavrador.
Envolveu-se
na Revolução Pernambucana. Após a derrota da revolução, foram
remetidos, presos, para a Bahia, 104 insurgentes, que acabaram se
salvando da morte em virtude do decreto de 1812, de D. João. Salvos
do fuzilamento, permaneceram presos, mas, já aí, mantendo contatos
abertos com os liberais baianos, Cipriano deles se aproximou e foi,
logo, considerado “amigo dos presos”. Presidiu comitês para
arrecadação de meios para o sustento dos presos. O real prestígio
popular de Cipriano seria comprovado em 1821. Ele se pôs à frente
de um movimento popular visando prestar apoio à revolução
portuguesa.
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