09 julho 2022

Curiosidade dos quadrinhos (55): Os pioneiros na Bahia

 

Nos jornais humorísticos do século XIX, quase sempre em formato tabloides, eram contadas histórias através de desenhos, impressos apenas num dos lados e,m geralmente numeradas – o que era útil para o caso de ser uma série e vital para o colecionador. Os desenhistas H.Odilon, J.Cardoso, Gavarni e Fortunato Soares dos Santos eram os mais destacados. No período de 1880 a 19000 a Bahia publicava mais de 50 periódicos humorísticos de pequeno formato e curta duração. Entre eles estão O Faísca, O Satanaz, A Troça, O Neto do Diabo, O Papagaio, Foia dos Rocêro e D.Ratão.

 


Nomes como Manoel Paraguassu, K-Lunga, Nicolay Tischenko, Sinésio Alves, Fernando Diniz e muitos outros fixaram em seus traços usos e costumes sociais e políticos. Ao longo da história, o crítico do lápis sempre esteve presente. Assim, pode-se conhecer a história de qualquer país através do desenho de humor, da caricatura, da charge. Impiedosos ou amenos, os cartunistas com três ou quatro riscos numa folha em branco são capazes de retratar toda uma época.

 

O que muitos não sabem é que a maioria dos grandes nomes da pintura realizou-se primeiro no desenho, na gravura. Relegar a obra gráfica desses artistas a um segundo plano é desconhecer por completo os caminhos percorridos, muitas vezes com maior acerto e determinação do que na obra pictórica. O mestre Raimundo Aguiar, ou K-Lunga, foi um exemplo. Até hoje somente a sua pintura foi considerada. Sua obra gráfica, de interesse ilimitado, permanece em um segundo plano, cercado por um silêncio constrangedor. O mesmo podemos dizer dos trabalhos de Nicolay Tischenko, Sinézio Alves, Fernando Diniz, Álvaro de Barros entre outros. Há nos desenhos desses humoristas uma preocupação em retratar o homem no seu cotidiano, sua vida social.

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