Há 50 anos o mundo estava em ebulição na
efervescente contracultura. A “febre do fazer” (na opinião de Lina Bo Barde)
estava em alta.
No cinema, Glauber Rocha mostrava as
contradições do Brasil em “Terra em Transe”.
Na teatro Zé Celso Martinez Corrêa
estreou sua famosa montagem de “O Rei da Vela”, no Teatro Oficina.
Na música Caetano Veloso e Gilberto Gil
apresentaram “Alegria, Alegria” e “Domingo no Parque”, inaugurando o
tropicalismo.
Na literatura o colombiano Gabriel
García Márquez consolidava o “realismo mágico” com seu “Cem Anos de Solidão” e
o romantismo revolucionário do continente chegava ao fim com a morte, na
Bolívia, de Che Guevara, o guerreiro imortalizado no mundo inteiro.
A ciência marcava pontos com o primeiro
transplante de coração, realizado pelo médico sul-africano Christiaan Barnard. Ele
entrou para a história em 1967 por ter realizado o primeiro transplante de coração
em um ser humano. Ele transplanta o coração de uma jovem de 25 anos para um
homem de 55 anos.
E a pílula anticoncepcional desencadeou
a revolução sexual. O sexo (antes para a reprodução) pendeu para o lado do
prazer. Um dos gatilhos para a revolução sexual moderna foi o desenvolvimento
da pílula anticoncepcional, que deu o acesso das mulheres à contracepção fácil
e confiável. Outro fator provável eram as vastas melhorias em obstetrícia, o
que reduziu o número de mulheres que morrem durante o parto o que, portanto,
aumentou a expectativa de vida das mulheres.
ROCK - Há exatamente 50 anos os Beatles
lançavam o mais importante disco de rock de todos os tempos, o LP “Sgt.
Peppers´s Loneley Hearts Club Band”.
McLuhan publica O Meio é a Massagem.
O cineasta Godard filma A Chinesa.
Gabriel Garcia Márquez escreve Cem Anos
de Solidão. Zé Celso monta O Rei da Vela.
Galbraith edita O Novo Estado Industrial. Pasoline lança Edipo Rei.
O professor McLuham produziu um
livro-poema-produção-visual-performance gráfico-multiautoral “O Meio é a
Massagem”. Textos curtos, citações, imagens, fotos, close up, referências
publicitárias, propaganda política, ilustrações clássicas, documentos
etnográficos, fotograma\as. Artes gráficas e fotomontagens, tudo fundido e
integrado numa complexa rede de significados cruzados e mensagem político
radical. Ele introduziu a história da comunicação no estudo das mudanças
culturais. Ele reagia aos que não acreditavam no seu pensamento com a frase:
“Nós olhamos o presente pelo espelho retrovisor. Adentramos o futuro marchando
para trás” (A roda é um prolongamento do pé). Se estivesse vivo ele ia assustar
o rei!.
Quando o
homem inventou a escrita já introduziu um fator restritivo no seu modo de
conhecer e ser: até então, a disseminação das ideias era feita oralmente e a
vida se desenrolava sob o influxo da palavra, da experiência e da percepção
sensorial. Recorrendo à história antiga, McLuhan afirma que os gregos somente
promoveram a inovação artística e científica depois que interiorizaram o
alfabeto, partindo para uma “ênfase visual”, que os alienou da arte primitiva.
O mesmo está acontecendo agora, quando a idade eletrônica reforjou o
primitivismo, depois de “interiorizar o campo unificado da simultaneidade
elétrica”.
Um comentário:
Gostei muito do blog. Esse programa foi ao ar na TV BANDEIRANTES anos atrás. Ele retrata a situação atual. Surpreendente!
https://www.youtube.com/watch?v=I4PQ0A4dRbM
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