Praça é um lugar de encontro, de namoro,
de criança brincar, de festas com coretos e bandas de música, de chafariz,
pipoqueiro, de gente. Espaço aberto, livre, acessível a todos, da interação
social. As praças já foram locais mais importantes das localidades.
Historicamente a praça sempre foi o templo da política. Os políticos se reuniam
para fazer discursos. Ultimamente a praça se despolitizou. Existem praças da
luz, da sé, do santo, do encanto e da apoteose. Praça da liberdade, da paz, da
guerra e da humanidade. Tem programa de humor A Praça é Nossa, o boa praça (o
soldado que trata bem às pessoas), além de locais com a história de várias
gerações como a Praça Tiradentes, no Rio, base da implantação do Reinado de
D.João VI
No mundo inteiro há praças memoráveis.
Composta por órgãos federais representantes dos poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário, a Praça dos Três Poderes em Brasília foi projetada por Oscar
Niemeyer e Lúcio Costa. Lá estão localizados o Palácio do Itamaraty, o Palácio
do Planalto, o Palácio da Justiça, o Supremo Tribunal Federal, o Congresso
Nacional, o Panteão da Liberdade e Democracia e o Espaço Lúcio Costa. A Praça
Vermelha é famosa em Moscou, conhecida pelos desfiles militares soviéticos
durante a era da União Soviética. Exaltada pelo poeta Vladimir Maiacóvski
(1893-1930) como o centro do mundo, a praça Vermelha tem um ligeiro declive que
parece acompanhar a curvatura da Terra. Cenário de coroações, execuções e
desfiles militares, é o palco principal da vida pública russa.
Mães foram para as praças chorar pelos
seus filhos. A Praça de Maio sempre foi o centro da vida política de Buenos
Aires. Desde a década de 70 as Mães da Praça de Maio se reúnem com fotos de
seus filhos desaparecidos pelos militares durante a ditadura argentina. O povo
argentino foi a Praça para exigir o fim da ditadura, e , mais tarde, para
celebrar outros momentos. Em frente à Basílica de São Pedro, no Vaticano,
situa-se a Praça de São Pedro Foi desenhada por Bernini no século XVII em
estilo clássico mas com adições do barroco. Ergue-se um obelisco do Antigo
Egipto no centro. Quase todos os visitantes que chegam ao Estado do Vaticano
visitam primeiro a Praça, uma das melhores criações de Bernini, que o
romancista francês Stendhal chamou “a arte da perfeição”.
Praça Castro Alves: a praça batizada em
nome do poeta Antônio de Castro Alves é palco e coração do Carnaval de
Salvador, maior manifestação popular do Brasil. O monumento do escultor
italiano Pasquale Di Chirico, feita em bronze e granito, imortaliza o poeta em
atitude de declamação. No início de 1866, na Bahia, Castro Alves fundou a
associação abolicionista. Em novembro, o governo imperial, demagogicamente,
decretou a liberdade dos cativos estatais que fossem lutar no Paraguai. Em
dezembro (há 140 anos), Castro Alves publicou vibrante poema contra a repressão
policial de comício republicano - "O povo ao poder". Diz o poema: “A
praça! A praça é do povo/Como o céu é do condor/É o antro onde a liberdade/Cria
águias seu calor...” . Tem ainda os Poetas da Praça, em salvador, reunidos na
Praça da Piedade.
A música popular brasileira é cheia de
praças. O samba chorou quando a urbanização acelerou na Praça Onze, composição
de Herivelto Martins e Grande Otelo: “Vão acabar com a Praça Onze/Não vai haver
mais Escola de Samba, não vai/Chora o tamborim/Chora o morro inteiro/Favela,
Salgueiro/Mangueira, Estação Primeira/Guardai os vossos pandeiros,
guardai/Porque a Escola de Samba não sai”. Zé Keti compôs Praça 11, Berço do
Samba: “Favela/Do camisa preta/Dos sete coroas/Pra ver o teu samba/Favela/Era
criança na praça onze/Eu corria pra te ver desfilar”
“Peço licença, peço em nome de quem
passa/Onde a rua fez-se em praça/Tempo passa e vai-se embora/Eu vou cantar um
samba/Pra quem chegar agora”, a letra A Praça já foi cantada por Nara Leão, mas
A Praça que todos lembram é da canção de Carlos Imperial que teve como
intérprete Ronnie Von, aquele da Jovem Guarda: “Hoje eu acordei com saudades de
você,/Beijei aquela foto que você me ofertou,/Sentei naquele banco da pracinha
só porque/Foi lá que começou o nosso amor.//Senti que os passarinhos todos me
reconheceram/Pois eles entenderam toda a minha solidão/Ficaram tão tristonhos e
até emudeceram/Aí, então, eu fiz esta canção//A mesma praça, o mesmo banco, /
As mesmas flores, o mesmo jardim./Tudo é igual mas estou triste, / Porque não
tenho você perto de mim./Beijei aquela árvore tão linda, onde eu/Com meu
canivete, um coração eu desenhei/Escrevi no coração o meu nome junto ao seu/E
meu grande amor então jurei...”.
“A praça Castro Alves é do povo/Como o
céu é do avião/Um frevo novo,/um frevo novo,/um frevo novo/Todo mundo na
praça,/manda a gente sem graça pro salão” cantou Caetano Veloso em Um Frevo
Novo. E Moraes Moreira, em pleno carnaval, atacou de Chão da Praça: “Olhos
negros cruéis, tentadores das multidões sem cantor/Olhos negros cruéis,
tentadores das multidões sem cantor/Eu era menino, menino um beduíno com ouvido
de mercador/Lá no oriente tem gente com olhar de lança na dança do meu
amor//Tem que dançar a dança que a nossa dor balança o chão da praça ôuôuô”
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