A revolução estava no ar e os Beatles
irradiam luz. 1967 era o ano do primeiro disco dos Doors e a experiência
radical do Velvet Underground, mas nada comparável no lançamento de Sgt Pepper´s
dos Beatles. Introduziu referências da música erudita, sonoridades indianas e
uma dissonância vanguardista que influenciou todo mundo.
Gravado na véspera do "verão do
amor", no início da era hippie, "Sgt. Pepper" rompeu os limites
da música pop e conseguiu fazer com que um disco deixasse de ser uma simples
reunião de canções para se transformar em uma obra de arte com identidade
própria.
O disco
introduziu referências da música erudita, sonoridades indianas e uma
dissonância vanguardista influenciando todo mundo. Citado como o maior disco de
rock de todos os tempos, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, inaugurava o
experimentalismo eletrônico na música popular contemporânea, sendo a primeira
vez que músicos do rock aproveitavam todos os recursos e possibilidades, tanto
da gravação feita em estúdio quanto da eletrônica. Nesse LP, onde o popular e o
erudito se encontravam, instrumentos se misturavam a estranhos sons e a música
incorporava cores e gestos. Foi o primeiro “álbum conceitual”.
Foi Paul McCartney quem propôs a seus
companheiros que se "transformassem em outro grupo" e sugeriu o nome
de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (A Banda do Clube dos
Corações Solitários do Sargento Pimenta, em tradução livre), inspirado nas
bandas que surgiam nos Estados Unidos naquela época. Gravaram a faixa título do
álbum, uma canção que começava com o ambiente de um concerto - instrumentos
sendo afinados, o barulho do público - e que emendava com "With a little
help from my friends", a segunda faixa do disco. Esta foi outra novidade
de "Sgt. Pepper": as canções se sucediam de forma contínua, sem
interrupções.
A discoteca tomou o mundo em 1977, na
esteira do filme Os Embalos de Sábado à Noite. Mas o gênero já existia desde o
início dos anos 1970. O Bee Gees estourou com “Stayin´Aline”
No Brasil uma injeção de criatividade no
poético da palavra cantada surgia com “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso.
Ele subiu ao palco do 3º Festival de MPB, de cabelos encaracolado e gola rolê,
trazendo à retaguarda as guitarras
elétricas de um grupo argentino, Beat Boys
cantando Alegria, Alegria, uma injeção de criatividade na poética da palavra
cantada brasileira. A letra “nouvelle vague”, feita de estilhaços de imagens
para falar de um Brasil fragmentado, moderno e mais jovem. Numa entrevista de
quem era o mundo de agora, Cae respondeu: “O mundo realmente é de Batman”,
provocou, causando urticálias na esquerda nacionalista.
Na letra feita de estilhaços de imagens
para falar de um Brasil fragmentado, moderno e jovem. O mundo das bancas de
revista, da comunicação rápida. O ícone vocal da América, Frank Sinatra,
curvou-se ao gênio de Tom Jobim e dividiu um disco com ele.
Garcia Márquez e seu reino visionário de
Macondo lança a obra Cem Anos de Solidão. Em Macondo, os mortos envelhecem à
vista dos vivos e os anjos chegam, sempre, em dezembro. Entretanto, García Márquez
nunca aceitou que suas narrativas fossem rotuladas como fantasia. Talvez porque
isso exilasse Macondo num outro mundo, que nem a solidão ou a liberdade
pudessem alcançar. Cem anos de solidão é a mais pura história do povo
latino-americano. Mas ultrapassa o momento e expõe a alma dessa história - ou
como é vivenciada.
Aqui o leitor acompanhará as
vicissitudes da numerosa descendência da família Buendía ao longo de várias
gerações. Todos em luta contra uma realidade truculenta, excessiva, sempre à
beira da destruição total. Todos com as paixões à flor da pele. E o
"realismo mágico" de García Márquez não dilui a matéria de que trata
--no caso, a história brutal e às vezes inacreditável dos países
latino-americanos. Pelo contrário: só a torna mais viva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário