Os principais atingidos pela revolução sonora do rock’n’roll foram os
jovens, inicialmente nos Estados Unidos e depois no mundo todo. Nos primeiros
anos da década de 1950, estes jovens se encontravam em meio a disputas entre o
capitalismo e o comunismo (a guerra da Coreia em 1950) e a
uma valorização do
consumismo, da modernização, fruto do progresso científico gerado no
pós-guerra. Nessa época, a tradicional sociedade norte-americana passou a ser
contestada pelos jovens, os quais foram rotulados de rebeldes sem causa. Os
filmes de Hollywood representavam a alienação jovem; o personagem de James
Dean, no filme Juventude Transviada (1955), representava o comportamento
adotado pela juventude: recusar o mundo sem, no entanto, chegar a uma visão
crítica da realidade, divididos entre amor/pacifismo e
violência/autodestruição.
No entanto, mais do que o cinema, a música se firmou como o canalizador
das ideias contestatórias dos jovens, frente à insatisfação com o sistema
cultural, educacional e político. E o rock’n’roll era o ritmo que ditaria esse
comportamento.
“Quantos caminhos deve um homem percorrer até que seja chamado
homem?/Sim, e quantos mares deve a pomba singrar antes de repousar na
areia?/Sim, e quantas vezes devem as balas de canhão explodir até que sejam
banidas para sempre?/A resposta, meu chapa, está sendo levada pelo vento/A
resposta, está sendo levada pelo vento...” (Blowinín the Wind, de Bob Dylan)
Os gêneros blues e country, originários de regiões pobres como Memphis
e Mississipi, caracterizados
por letras faladas e ritmos espontâneos, começaram
a ser divulgados nacionalmente. Essa foi a época de B.B.King, Lloyd Price,
Muddy Water e Fats Domino. E a música negra foi ganhando o mercado branco com
suas outras duas formas: gospel e ballad. A primeira era praticada pelos negros
evangélicos (Midnighters, Drifters e Five Royales) e a segunda tinha ritmo
atenuado, com a presença de diálogos vocais cantados em solo (Moonlighters e
The Platers).
Por trás da origem negra desse gênero forte, o rock, está o espírito de
protesto da raça/etnia negra contra todas as formas de discriminação, de
dominação e de proscrição a que foi submetida desde sua chegada em território
americano.
Na cronologia dos estilos, origem e evolução do rock está o blues,
principal música produzida nos anos 30. Já nos anos 40, o espaço é para o
rhythm´n´blues e ao country and western. No final dos anos 40 surgia o rock
folk e o rockabilly. Nos anos 50, o rock and roll. Nos anos 60, o soul e o
country rock e o reggae. Em meados dos anos 60, o ska/reggae e o glitter/glem
(volta ao passado com recursos eletrônicos). Nos anos 70, o funk, folk rock
(purismo) e o heavy metal. Em meados dos anos 70, o progressivo rock e o punk
(um contrastando o outro – enquanto o progressivo era uma música elaborada,
sinfônica, classuda e rica, o punk era simplicidade de três acordes, pobre e
sujo). Os anos 80 foram da MTV, The Clash, REM, Michael Jackson, Madonna,
Prince, Smith, new wave, minimalismo e
dance music. Nos 90 tem o nascimento do grunge com a força do Nirvana, Pearl
Jam, Bjork, Oasis, U2, Radiohead SoundGarden, Green Day, Alice in Chains. Os anos
2000: Gorillaz, The Strokes, Amy Winehouse, Coldplay...
RAIZES DO ROCK
Nos anos 30 as grandes orquestras reinavam sem contestação. Ousadas e
pretensiosas, essas orquestras viajavam de sala de dança em sala de dança,
através dos EUA. Chefes de orquestra como Glenn Miller, Tommy Dorsey, Lionel
Hampton e Erskin Hawlino eram os heróis do momento. A competição entre as
orquestras eram intensa e recaia, sobretudo, nos cantores e nos saxofonistas de
solo.
Nos anos 30, os blues man negros faziam experiências, agora com
guitarras elétricas e amplificadores. Como as grandes orquestras tinham
desaparecido, o público negro adaptou os grupos de blues com a sua música.
Juntando os ritmos de dança à emoção dos blues, artistas como Muddy Watters e
T.Boone Walker desenvolveram a mais importante música popular desde o jazz – os
rhythm´n´blues.
Ao mesmo tempo, alguns pequenos grupos brancos de música de dança
juntaram músicas de rythm´n´blues ao seu velho repertório. Tornaram o ritmo
mais rude e insistente, e desprezaram o poema. Um desses grupos,
Billy Halley and the Comets, alcançou o êxito em 1953/1954 com Crazy Man Crazy,
Shake, Rattle and Roll e Rock Around the Clock. O homem branco começava a tocar música negra e os jovens agitavam-se. O
rock´n´roll tinha vindo para ficar.
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