“Não deixa o samba morrer/
Não deixa o samba acabar/
O morro foi feito de samba/
De samba para gente sambar”
Hoje é o dia do samba, centenário, e
para comemorar, presenças de Daniela Mercury, Zelia Duncan, Nelson Rufino,
Walmir Lima, Edil Pacheco, Grupo Cor do Brasil e muito mais, às 18h no Terreiro
de Jesus.
A origem do samba é afro-baiana. Desde a
chula, passando pelo samba de roda, samba duro, samba reggae até o axé music. O
reconhecimento do samba aconteceu quando o líder de classe Donga (Ernesto dos
Santos com Mauro de Almeida) registrou “Pelo Telefone” na Biblioteca Nacional,
em 1916, ou seja, há 100 anos.
O samba primal foi gravado no ano
seguinte e Donga efetivava como gênero descendente do lundu africano. As
modinhas, maxixes, polcas, tangos e outras formas musicais já haviam evoluído e
se cruzado a tal ponto que já se misturavam a origem nobre de umas com o uso
popular de outras.
Desde os primeiros anos da colonização
portuguesa no Brasil, uma esperteza das elites dominantes tem permitido ao
negro cantar. Assim os negros puderam continuar a cultivar seus cantos e
danças, se não como o estimulo, ao menos com a condescendência interesseira dos
senhores brancos. Esse assunto foi notado em 1803, na Bahia, pelo
contrabandista inglês Thomas Lindldey.
Disse ele: “Não tendo de trabalhar
demasiado e apreciando seus alimentos vegetais nativos, os negros mostram-se
alegres e contentes. Uma política acertada é a mola da aparente humanidade dos
colonos portugueses que receberam terrível lição antes de adotar essa linha de
conduta”. E essa lição havia sido a da formação do Quilombo de Palmares,
arrasado em 1697.
De qualquer forma (e a história do
massacrado povo brasileiro que não podia ser de outra maneira) os trabalhadores
brasileiros descendentes dos antigos escravos negros souberam sobrepor-se às
próprias condições ainda com o samba, uma das formas mais originais do canto
coletivo do mundo moderno.
A música tem sentido vital para o povo
africano. Os sons têm papel fundamental e se integram na vida, na família, o
trabalho, nos mercados, na caça, na religiosidade e nas festas.
Até fins do primeiro Império só existiam
o jongo, o batuque o cateretê. Mais tarde veio o fado brasileiro e, por último,
o samba. O primitivo samba era o raiado, com aquele som e sotaque sertanejos.
Depois veio o samba corrido, harmonioso e com a pronuncia de gente da capital
baiana. Apareceu entre o samba chulado, rimado, cheio de melodia, um queixume,
prece, invocação, uma expressão de ternura, de amor, um desabafo.
Nas décadas de 1960 e 70 que surgira
alguns dos mais destacados compositores como Nelson Rufino, Walmir Lima, Edil
Pacheco, Batatinha e tantos outros.
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