18 abril 2016

“O Brasil não foi descoberto, foi invadido e tomado dos indígenas” (01)

Desde a chegada das caravelas de Cabral tem sido assim: para uns, breve paraíso; para outros, inferno sem fim; para outros, ainda, espécie de purgatório na Terra, essa história continua atual, apesar de inscrita e desenhada no passado.

O franciscano frei Vicente do Salvador, já nos idos de 1630, nosso primeiro historiador, escreveu que “nenhum homem nesta terra é república, nem zela, ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular”.

A colonização levou à exploração do trabalho indígena e foi responsável por muita dizimação. Uma população estimada na casa dos milhões em 1500 foi sendo reduzida aos poucos a cerca de 800 mil, que é a quantidade de índios habitados no Brasil atualmente.

O colonizador europeu viu o Brasil como um sonho endêmico. Ele veio em busca de uma “terra sem lei, sem fé e sem rei”. E o encontro na praia com os índios parecia confirmar as visões do paraíso da
utopia europeia. Corpus nus, a serem domados, tornados dóceis e arrebanhados para servir a Deus ou aos trabalhos e os dias do homem branco em busca de riqueza nesta terra exuberante e exótica.

Construída na fronteira, a alma mestiça do Brasil (resultado de uma mistura original entre ameríndios, africanos e europeus), é feito de práticas discriminatórias já centenárias, mas que, ao mesmo tempo, levam à criação de novas saídas.

Assim, somos frutos de três culturas imediatistas.
A cultura indígena, pré-agrícola, planta para colher.
O negro escravizado onde nem o corpo pertencia a ele.
O português colonizador aventureiro para desfrutar o paraíso imediato.
Três correntes culturais e étnicas centradas no aqui e agora.

Diante de um clima excelente – nada de invernos rigorosos -, uma natureza generosa, uma terra fértil, os primeiros habitantes do Brasil, os índios, eram muito saudáveis, o que deixava os portugueses admirados.

Mas essa situação mudou.
Veio a colonização.
Veio a escravidão,
Começaram a surgir cidades - e as cidades eram muito precárias sem termos de higiene, de abastecimento de água, de esgotos...
Logo doenças começaram a se propagar, muitas vezes sob a forma de epidemias devastadoras:
Febre amarela, malária, tuberculose, peste...
Mesmo com a paisagem bonita, nossas cidades não tinham água corrente, esgoto, e o lixo se acumulavam nas ruas, os mosquitos proliferavam...
 
Os políticos não cuidaram da cidade
que acumularam buracos e lixo
e a população acuada, calou, nenhum grito
ficaram com baixa estima no descuido desumano
mijaram nas ruas, poluíram o som em desengano
a noite, ninguém mais saem às ruas
com medo da violência
e o que se nota é essa ausência
de baianos na praça, com orgulho e decadência.





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