19 fevereiro 2015

Desenhos animados dos estúdios Disney (10)



2000 - Fantasia 2000. Uma das produções mais pretensiosas da história do cinema. Walt Disney, seu
criador, dizia ter inventado com ele um novo conceito, o "filme-concerto". A fita consistia numa colagem de desenhos animados bolados a partir de temas conhecidos da música clássica, e tinha um objetivo claro. Depois de ter sido elogiadíssimo por Branca de Neve e os Sete Anões, de 1937 – até o cineasta russo Sergei Eisenstein se derreteu pela obra –, o criador de Mickey e Pato Donald queria fazer "arte". Para acompanhar a Sinfonia nº 6 de Beethoven, a Pastoral, criou uma animação delirante sobre figuras da mitologia grega. "Isto aqui vai consagrar Beethoven", bravateou Disney ao ver o resultado final. A repercussão do filme, num primeiro momento, não ficou à altura da ambição. Foi um fracasso de público. A crítica, salvo raras exceções, condenou. O compositor russo Igor Stravinsky, regiamente pago para atirar sua Sagração da Primavera aos leões de Hollywood, ficou irritado com a breguice dos dinossauros multicoloridos acoplados à sua música. "É uma asneira imperdoável", disparou, sem meias palavras.

É a sequência do filme de Fantasia de 1940 e como ele, possui sete segmentos animados contendo música clássica. O único segmento presente nos dois filmes é O Aprendiz de Feiticeiro. A trilha sonora do filme foi realizada pela Orquestra Sinfônica de Chicago pelo condutor musical James Levine. Um grupo de atores e atrizes conhecidas como Steve Martin, Bette Midler, James Earl Jones, Quincy Jones e Angela Lansbury, fazem uma introdução em cada segmento com imagens em live-action.

Roy E. Disney primeiramente pensou em uma sequencia de Fantasia no ano de 1974, mas a produção só começou em 1990. O filme possui sequencias animadas em que foram usadas imagens geradas por computador diferentemente da animação a mão usada em 1940. Peter Schickele trabalhou com Levine em cada segmento musical que aparece no filme.

Algumas animações lembram trabalhos anteriores de seus autores. Caso de “Rapsódia em Azul” (composição de Gershwin), uma crônica da vida em Nova York na era do Jazz. Os personagens têm a marca de Eric Goldberg, o mesmo animador de Aladdin. Mais uma vez ele alongou seu traço para homenagear o cartunista Al Hirschfeld.
 
Entre uma dança de baleias, um maluco jogo de io-iô e o balé de uma fada da natureza, Fantasia 2000
varia nas técnicas de animação, mas mantém a mensagem central de otimismo e louvor à vida. O que não é mau. É Disney.

2000 – Tigrão, o Filme. Junte-se ao Tigrão em uma viagem épica para encontrar os outros tigres da sua "árvore genealógica". Ele se assusta quando descobre, depois de várias aventuras emocionantes, que as famílias vêm em todas as formas e tamanhos.

2000 – Dinoussauro. Mistura cenários reais com animais em computação gráfica. Mostra o declínio das espécies, após a queda na Terra do cometa que muitos cientistas acreditam ser o responsável por sua extinção.
 
2001 – A Nova Onda do Imperador. Em um reino mítico e rodeado de montanhas, o jovem e arrogante Imperador Kuzco transformado em uma lhama por sua conselheira, a poderosa bruxa Yzma. Perdido na floresta, a única chance de Kuzco recuperar seu trono contando com a ajuda de Pacha, um simplório camponês. Mas ambos precisarão enfrentar a bruxa Yzma antes de concluir sua jornada.

A Nova Onda do Imperador se destaca pela hilariante construção de seus personagens. Desde o pedante Kuzco (como gente ou como lhama), até a malvada feiticeira Yzma, passando pelo camponês grandalhão e boa praça Pacha, todos os personagens do desenho são bem estruturados. Todos têm defeitos e qualidades, são
razoavelmente profundos (para um desenho de menos de uma hora e meia), humanos, falíveis e - acima de tudo - muito divertidos. Quem rouba a cena, porém, é Kronk, ajudante grandalhão de Yzma, uma hilariante mistura de vilão de ocasião com garotão californiano. Nas cenas onde Kronk se desdobra em dois outros personagens (sua consciência e seu diabinho de plantão), o riso é triplicado.

Atestado de incompetência geográfica e cultural: Numa determinada cena do desenho, um grupo de crianças - supostamente incas ou peruanas, que seja - realizam a tradicional quebra da "piñata", uma brincadeira tipicamente mexicana.

 
2001 - Atlantis - O Reino Perdido. O explorador Milo Thatch (Michael J. Fox) recebe inesperadamente um mapa que indica a exata localização da cidade perdida de Atlantis. Juntamente com o Capitão Rourke (James Garner) e sua tripulação, ele parte em busca da cidade a bordo de um submarino, bancado por um excêntrico magnata. Porém, para encontrar Atlantis Milo, Rourke e sua tripulação terão que enfrentar os mais diversos obstáculos ao longo da jornada submarina.

É a maior produção de ação e aventura, e por isso, o maior filme com efeitos de animação já produzido pelos estúdios Disney, e a melhor realização de toda sua história quanto à integração dos efeitos tradicionais 2D e digitais em 3D. O coordenador artístico Chris Jenkins calcula que do total de 7600 pés do filme, 6000 deles devem incluir efeitos de algum tipo. Os efeitos digitais (num total de 362) são vistos em 30% do filme e o software "Deep Canvas" (ou, "tela com profundidade", ferramenta digital para se desenhar cenários que conferiam à cena uma perspectiva de grande profundidade, criado para Tarzan®) foi usado em quase uma dezena de cenas. Os principais efeitos visuais dinâmicos vistos em Atlantis – O Reino Perdido incluem explosões, vulcões expelindo lava,
pirilampos incendiários, cristais incandescentes, raios tipo laser, efeitos atmosféricos, tsunamis, centenas de bolhas de ar e cenas com multidões, entre outros.

Outro elemento fundamental para o impacto desta produção de ação e aventura é sua magnífica trilha instrumental, composta por James Newton Howard. Comenta o diretor Kirk Wise: "Howard deu ao filme uma maior magnitude, grandiosidade e muita emoção. Ele o trata como trataria qualquer produção live-action e sua contribuição foi excepcional."

Além de compor a trilha instrumental do filme, James Newton Howard também compôs a canção dos créditos finais, em parceria com a aclamada compositora Diane Warren (que também escreveu a letra). Intitulada "Where the Dream Takes You," é interpretada pela cantora Mya.

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