05 agosto 2010

As aventuras de Arthur e Lucas no Reino da Atlântida (4)

Tudo lenda, o que estava na realidade acontecendo era que Lucas estava entrando no reino de Atlântida. Lá ele foi apresentado aos milhares de seres marinhos. Todos eles, crianças e adultos, tinham orelhas pontiagudas e pés nadadeiras.


-- Pensei que todos tinham rabos de peixes, como as sereias dos livros infantis...Disse Lucas.


-- Ah! Mas aqui temos sereias também. Respondeu Dourado.


E apresentou Rosa, Suzy e Luci que nadavam em volta dele alegremente.


-- Puxa, parece um sonho...


E Lucas foi logo se inteirando e se divertindo com toda aquela diferença.


-- Puxa, vocês são tão diferentes mas, ao mesmo tempo, tão iguais a nós. Por que vocês não sobem à superfície e brincam com a gente?


-- Não, isso não, respondeu Dourado. O povo da terra pode nos aprisionar como fazem com os peixes, colocando-os em vasos de água. Isso é uma prisão para nós.


-- Puxa, é mesmo, eu sinto muito. Meu povo precisa aprender a respeitar mais os povos daqui.


Respondeu o menino, entristecido com tal fato.


-- Não ligue não, nós sabíamos que você era especial, por isso o convidamos aqui.


-- Eu gostaria de ter trazido o Arthurzinho. Ele é um garoto legal e muito meu amigo.


-- Mas ele pode vir aqui. Será um grande prazer. Respondeu Dourado.

Meia hora depois, Lucas estava de volta à superfície da pequena lagoa azul. E a família reclamava onde o menino esteve todo aquele tempo. Depois de se enxugar e comer o sanduíche do dia, Lucas contou tudo a Arthur que ficou intrigado, não sabia se era mentira ou verdade, mas acreditou no garoto, diante de tantos detalhes. Depois de alimentado, eles se afastaram silenciosamente das famílias. Ao se aproximarem da piscina, os dois viram o cavalo-marinho, Dourado, que balançando a crina levou os meninos para o Reino de Atlântida.


Quando Arthur chegou em Atlântida ficou maravilhado com o ambiente submarino. Revelou, com riqueza de detalhes e complexidade nunca antes vistas, as maravilhas criadas pela natureza. Eram peixes de todos os tamanhos, formas e cores. E tinha criaturas de todos os tipos, desde os camarões cegos, peixes que emitem luz própria, além de esponjas carnívoras, moluscos, corais e uma série de plantas marinhas. Ele estava três mil metros submerso e sabia que a luz não penetraria nessa profundidade e, sem ela, deixa de ocorrer a fotossíntese.


Mas havia camadas de sedimentos minerais e orgânicos que serviam de alimentos para centenas de milhares de espécies. Nenhum ser humano chegou a essa profundidade. Havia luz própria em volta de toda a Atlântida, a cidade perdida. Dourado explicou ao menino que sem os oceanos, a vida no planeta Terra é impossível. Afinal, o mar cobre 70% a superfície do globo e constitui a sua maior reserva de biodiversidade (ou diversidade da natureza viva) inexplorada. Mas a humanidade continua a poluir suas águas e a destruir seus recursos.


-- A grande maioria das regiões costeiras do planeta está poluída e os recursos marinhos seriamente ameaçados. Confessou Dourado a Arthur.


-- E no Brasil como é que está? Pergunta Lucas.


-- No Brasil, a situação não é diferente. O litoral recebe, diariamente, 47 milhões de metros cúbicos de poluentes, entre dejetos industriais e orgânicos. Sem os oceanos, a vida na Terra é impossível. Eles são a principal fonte de oxigênio da humanidade. Os oceanos fornecem alimentos e petróleo consumido mundialmente. Poucos humanos entendem como os oceanos são frágeis e, ao mesmo tempo, importantes para o ciclo da vida. Ensinou Dourado, completando:

-- Por isso, estamos resgatando crianças em todo o mundo para essa aula submarina, para que eles convençam os adultos que os mares guardam riquezas potencialmente tão ou mais valiosas do que o próprio petróleo. Na área da química farmacêutica, há importantes compostos usados no tratamento do câncer encontrados em pepinos do mar, esponjas e cianobactérias marinhas. Mas é preciso preservar os mares, como está sendo feito em Arembepe, local de refúgio e de reprodução das espécies de tartarugas marinhas. Além de Arembepe, há outros locais sendo preservados, mas muito pouco.


E Arthur relembrou que, no ano anterior que visitou a Bahia, tinha passado com os pais em Arembepe e visto como as tartarugas são tratadas. Com todo o cuidado. E Arthur, ao se virar observou que havia milhares de crianças de todo o mundo assistindo as aulas. Desde japonês, africano, mexicano, ucraniano, chinês, até indiano. E, então, começou a entender alguns dos maiores segredos do nosso planeta, que se escondem de nossos olhos sob o oceano.


Qual a missão desses garotos no fundo do mar? Que segredos são esses? Vamos logo para o capítulo seguinte!

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