31 julho 2014

Saber e poder na visão de Foucault (01)



Ninguém se torna políticoapertando mãos, peregrinando por vilarejos, negligenciando seu ambiente social e sacrificando o tempo livre, puxando o saco dos poderosos, aguentando terríveis controvérsias internas do partido, se enrascando em circunstâncias inevitáveis, se sacrificandopara, no fim, posar de idiota. O poder não funciona apenas como o superego freudiano, assumindo a função exclusiva de proibir e punir.

O mecanismo do poder é sentir, estimula o desejo, excita e produz o saber. A forma de poder e a forma de saber estão atreladas. uma grande incapacidade de se distrair, pois o pensamento pequeno burguês e provinciano quer sempre um pouco mais que os outros, pois a pressão ameaçadora e do interesse começa pelos pais no saber dos filhos. Pais esse que aproveitam o saber para aumentar o renome da família e, naturalmente, se redimir da própria não concretização de suas aspirações. Esse é o saber descontente, cinzento e triste da escola e da universidade. Um saber coroado com altos salários e promessas de prazer e poder. Esse fenômeno é um ato de violência que acaba limitando o acesso ao saber através da separação. Sem considerar a pressão pela aquisição de diplomas, se vive para gerar uma espécie de saber de mercado, que não serve para nada.
 
Nós somos camelos sociais, afirmando obedientes a tudo. Ficamos acomodados até nos transformamos em leões. Nessa etapa nós, rugindo, dizemos não a tudo. A maioria das pessoas se enrola com a negação das normas. Teoricamente esta dizendo não, mas acabam abraçando o modo de saber que pensam recusar. Quem prefere obedecer e quer ficar na condição de camelo, sem jamais rugir, não enfrenta a mutação. E quem fica rugindo, não ouve nada além do eco da própria negação.

NORMAS - Quando criança voos, aventuras de sentir e do pensar. criatividade, ousadia, transgressão. Mas, logo depois do voo, vem a gaiola. A criança hoje é um adulto, universitário e, segundo as regras da academia, tudo tem de ser escrito em tantas páginas, em espaço dois, com atenção às normas e aos critérios estabelecidos, para que o texto seja aceito em revistas ou em livros respeitáveis.
 
Primeiro, a imaginação voa, mas o lugar onde as palavras pousam é pequeno e limitado.

Quando se faz doutorado os alunos tem de ler uma lista enorme de livros e, no momento do exame, estão tremendo de medo. Eles não sabem mais falar a sua própria fala. A universidade os havia alienado de tal forma das suas próprias experiências que eles não conseguem falar.

A ideia de educação hoje é para os jovens serem competentes, especializados, competitivos, aptos a serem bem sucedidos no mercado de trabalho. Isso passa por uma espécie de uniformização diferenciadora. É o mesmo ensino, com as mesmas palavras de ordem, para que se aprenda inglês, matemática, português de um jeito quase que, usando os mesmos livros, as mesmas abordagens, muito bem disfarçados por todo o aparato informativo. Ou seja, uma espécie de robotização uniformizadora crescente.

O que se espera é que os melhores se destaquem, mas não por serem pessoais, originais, solidários e sim por seres os melhores reprodutores daquela competência instrumental e utilitária. E essas ideias vão contra os valores de um mundo em que as estatística vale bem mais do que a filosofia, em que o adestramento e a capacitação limitada e utilitária valem bem mais do que a formação humana.

O aprendizado é uma das grandes aventuras humanas. Algo que vale para que vivamos a cada momento de nossas vidas, a plenitude dessa experiência e não para que acumulamos seus produtos.

HUMOR GRÁFICO NA BAHIA



Uma exposição com as obras dos precursores do grafismo baiano (cartum, caricatura, charge e quadrinhos) até os dias atuais é de grande necessidade para o grande público (jovem e adulto).

É necessário apresentar ao público a história desses artistas que continuam invisíveis e são importantes no registro dos acontecimentos históricos e sociais.

Por esse motivo, vamos apresentar em 2015 uma grande exposição de humor gráfico na Bahia e queremos a participação de todos os artistas.

Paraguassu, K-Lunga, Tischenko, Sinézio Alves, Fernando Diniz, Theo, Lage, Setubal, Nildão, Ruy Carvalho, Cedraz, Cau Gomez, Bfruno Aziz, Valterio, Flavio Luis, Luis Augusto, Valmar Oliveira, Andre Leal, Angelo Roberto, Eduardo Barbosa, Gentil, Jorge Silva, Carlos Ferraz, Helson Ramos, Hector Salas, Tulio Carapiá, Sidney Falcão são alguns dos artistas cujas obras estarão na mostra.
Participe, colabore. Contato: gutecruz@bol.com.br
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em frente a Biblioteca Pública), na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28, Pelourinho. Tel: 3321-1596) e Canabrava (Rua João de Deus, 22, Pelourinho). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

 




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