Ninguém se
torna político – apertando
mãos, peregrinando por
vilarejos, negligenciando
seu ambiente social e
sacrificando o tempo
livre, puxando o saco
dos poderosos, aguentando
terríveis controvérsias
internas do partido,
se enrascando em circunstâncias
inevitáveis, se sacrificando
– para, no fim,
posar de idiota. O
poder não funciona apenas
como o superego freudiano,
assumindo a função
exclusiva de proibir
e punir.
O mecanismo
do poder é sentir,
estimula o desejo,
excita e produz o
saber. A forma de
poder e a forma
de saber estão atreladas.
Há uma grande incapacidade
de se distrair,
pois o pensamento
pequeno burguês e
provinciano quer sempre
um pouco mais que
os outros, pois a
pressão ameaçadora
e do interesse
começa pelos pais no
saber dos filhos. Pais
esse que aproveitam
o saber para aumentar
o renome da família
e, naturalmente, se
redimir da própria
não concretização de
suas aspirações. Esse
é o saber descontente,
cinzento e triste
da escola e da
universidade. Um saber
coroado com altos
salários e promessas
de prazer e poder.
Esse fenômeno é um
ato de violência
que acaba limitando
o acesso ao saber
através da separação.
Sem considerar a pressão
pela aquisição de diplomas,
se vive para gerar
uma espécie de saber
de mercado, que não
serve para nada.
Nós somos
camelos sociais, afirmando
obedientes a tudo.
Ficamos acomodados
até nos transformamos
em leões. Nessa etapa
nós, rugindo, dizemos não
a tudo. A maioria
das pessoas se enrola
com a negação das
normas. Teoricamente
esta dizendo não, mas
acabam abraçando o modo
de saber que pensam
recusar. Quem prefere
obedecer e quer
ficar na condição de
camelo, sem jamais
rugir, não enfrenta a
mutação. E quem
só fica rugindo, não
ouve nada além do
eco da própria negação.
NORMAS -
Quando criança há voos,
aventuras de sentir
e do pensar. Há
criatividade, ousadia, transgressão. Mas, logo depois do voo, vem a gaiola. A
criança hoje é um adulto, universitário e, segundo as regras da academia, tudo
tem de ser escrito em tantas páginas, em espaço dois, com atenção às normas e
aos critérios estabelecidos, para que o texto seja aceito em revistas ou em
livros respeitáveis.
Primeiro, a
imaginação voa, mas o lugar onde as palavras pousam é pequeno e limitado.
Quando se faz
doutorado os alunos tem de ler uma lista enorme de livros e, no momento do
exame, estão tremendo de medo. Eles não sabem mais falar a sua própria fala. A
universidade os havia alienado de tal forma das suas próprias experiências que
eles não conseguem falar.
A ideia de educação
hoje é para os jovens serem competentes, especializados, competitivos, aptos a
serem bem sucedidos no mercado de trabalho. Isso passa por uma espécie de
uniformização diferenciadora. É o mesmo ensino, com as mesmas palavras de
ordem, para que se aprenda inglês, matemática, português de um jeito quase que,
usando os mesmos livros, as mesmas abordagens, muito bem disfarçados por todo o
aparato informativo. Ou seja, uma espécie de robotização uniformizadora
crescente.
O que se espera é que
os melhores se destaquem, mas não por serem pessoais, originais, solidários e
sim por seres os melhores reprodutores daquela competência instrumental e
utilitária. E essas ideias vão contra os valores de um mundo em que as
estatística vale bem mais do que a filosofia, em que o adestramento e a
capacitação limitada e utilitária valem bem mais do que a formação humana.
O aprendizado é uma
das grandes aventuras humanas. Algo que vale para que vivamos a cada momento de
nossas vidas, a plenitude dessa experiência e não para que acumulamos seus
produtos.
HUMOR
GRÁFICO NA BAHIA
Uma
exposição com as obras dos precursores do grafismo baiano (cartum, caricatura, charge
e quadrinhos) até os dias atuais é de grande necessidade para o grande público
(jovem e adulto).
É
necessário apresentar ao público a história desses artistas que continuam
invisíveis e são importantes no registro dos acontecimentos históricos e sociais.
Por
esse motivo, vamos apresentar em 2015 uma grande exposição de humor gráfico na
Bahia e queremos a participação de todos os artistas.
Paraguassu,
K-Lunga, Tischenko, Sinézio Alves, Fernando Diniz, Theo, Lage, Setubal, Nildão,
Ruy Carvalho, Cedraz, Cau Gomez, Bfruno Aziz, Valterio, Flavio Luis, Luis
Augusto, Valmar Oliveira, Andre Leal, Angelo Roberto, Eduardo Barbosa, Gentil,
Jorge Silva, Carlos Ferraz, Helson Ramos, Hector Salas, Tulio Carapiá, Sidney
Falcão são alguns dos artistas cujas obras estarão na mostra.
Participe,
colabore. Contato: gutecruz@bol.com.br
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Quem desejar adquirir o livro Bahia
um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda
nas livrarias
LDM (Brotas),
Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro
Alves), na Pérola Negra (Barris em frente a Biblioteca Pública), na Midialouca
(Rua das Laranjeiras, 28, Pelourinho. Tel: 3321-1596) e Canabrava (Rua João de
Deus, 22, Pelourinho). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra
encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho.
Tel: 3347-4929.
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