24 julho 2014

Rock, o grito negro que atravessou a América (3)



Em meados da década de 40, um ex-vocalista da orquestra (crooner), Frank Sinatra, tornou-se
a primeira autêntica popstar. Mais tarde apareceram outros crooners, como Deam Martin ou Perry Como. Depois da guerra, as grandes orquestras desmembraram-se. O público contentava-se com os seus croones e as suas baladas românticas. Entre 1940 e 1950 mais de um milhão de negros trocou o Suil pelas cidades portenhas, procurando trabalho e melhor nível de vida. Tinham esperança de fugir da pobreza e da discriminação que os afligia na Geórgia ou no Alabama. O mercado de discos dos negros era uma coisa sagrada nos EUA, com os seus próprios astros e os seus êxitos de discos. A música negra era o blues. Velhos blues rurais do Sul eram lamentosos, lentos e ruidosos. Os novos big city blues eram muito rápidos e alegres.

Ninguém gostava de rock and roll, exceto os artistas e os jovens que compravam os seus discos. Pais, professores, jornalistas, toda a indústria musical americana, odiavam-no simplesmente. Em parte este ódio era de origem social (o rock era música negra). Outra razão provinha de o rock and roll acontecer na mesma altura em que os teenagers se rebelaram contra os pais e entre a sociedade em geral.

De fato, os teenagers era coisa nova nos anos 50. A princípio, eles eram considerado apenas crianças crescidas. A abundância do pos guerra pôs dinheiro nas algibeiras dos seus jeans pela primeira vez, mas não encontravam lugares próprios para onde ir nem onde gastar o seu dinheiro. Até que chegou o rock´n´roll. O rock primitivo estava estreitamente ligado ao cinema. “O
Selvagem” (1958) com Marlon Brando, eFúria de Viver” (1955) com James Dean, mostraram a nova disposição da juventude. Veio ainda, em 1955, “Sementes de Violência”, um filme famoso acerca da delinquência juvenil numa escala de New York, com Bill Halley eRock Around the Clockna trilha sonora. Esses filmes causaram tumultos nos cinemas. O rock foi logo relacionado com a revolta. Os jornais apelidaram esta música comothe big beat” (o grande frenesi) e reclamaram que era uma ameaça à civilização como nós a conhecemos. Todas as semanas os jornais arranjavam uma nova ameaça.

No sul e Sudoeste dos EUA, as áreas polos, a música ao vivo era importante e os country´n western brancos e os rythm´n blues negros eram ambos populares, muitas vezes em locais diferentes da mesma cidade. Mas, um dia, em 1954, uniram-se em Memphis, no Tennessee, nas estradas da Sun Records, onde um jovem cantor branco de country gravou o seu primeiro disco. A canção eraThat´s all right”, um velho tema de rythm´n´blues. O cantor chamava-se Elvis Presley.

Em breve todas as pequenas editoras de discos começaram a gravar country desconhecidos, no novo estilo. Gene Vincent, Little Richard, Buddy Holly, Big Bopper, Ray Charles, e muitos outros. Em 1959, o balão arrebentou. Elvis foi incorporado no exército. Little Richard mudou de estilo. E a indústria da música estava  a tomar conta do rock´n´roll.

A economia de guerra e o desenvolvimento da indústria levaram gente do campo para a cidade,
forçando o relacionamento entre brancos e negros e a tensão social e racial. Também favorecia a influência mútua entre a música negra e a música branca. Da fusão do blues original com os ritmos mais dançantes dos brancos surgiu o rhythmnblues, também conhecido como R&B, que levou a música negra ao conhecimento da população consumista.

No início da década de 1950, com o final da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coreia, os EUA despontavam como grande potência. Mais do que em qualquer outro momento da história, era incentivado o gozo da vida, pois a sociedade estava marcada pelo sofrimento da guerra. A população pela primeira vez tinha dinheiro para gastar com supérfluos como música.

O sexo deixava de ser tabu e passava a ser considerado diversão. As canções de amor passavam a dar lugar a letras mais apimentadas, embora muitas vezes fossem censuradas. O inventor do termo rocknroll e responsável pela difusão do estilo foi o DJ Allan Freed, radialista de programas de R&B de Cleveland, Ohio. O termo era uma gíria dos negros americanos para o ato sexual, presente inclusive em muitas letras de blues.

Resumindo tudo isso dito acima:
O pós guerra foi um tempo de austeridade.
A guerra a sério tinha acabado.
A guerra que tinha começado.
A música pop era dominada pelos crooners
Toda a gente desejava uma nova excitação, mas ninguém sabia o quê.
O rock´n´roll era pura excitação.
Durou de 1953 a 1959, demasiado tempo para se continuar exibido.
Era totalmente americano.

HUMOR GRÁFICO NA BAHIA

Uma exposição com as obras dos precursores do grafismo baiano (cartum, caricatura, charge e quadrinhos) até os dias atuais é de grande necessidade para o grande público (jovem e adulto).

É necessário apresentar ao público a história desses artistas que continuam invisíveis e são importantes no registro dos acontecimentos históricos e sociais.
Por esse motivo, vamos apresentar em 2015 uma grande exposição de humor gráfico na Bahia e queremos a participação de todos os artistas.
Paraguassu, K-Lunga, Tischenko, Sinézio Alves, Fernando Diniz, Theo, Lage, Setubal, Nildão, Ruy Carvalho, Cedraz, Cau Gomez, Bfruno Aziz, Valterio, Flavio Luis, Luis Augusto, Valmar Oliveira, Andre Leal, Angelo Roberto, Eduardo Barbosa, Gentil, Jorge Silva, Carlos Ferraz, Helson Ramos, Hector Salas, Tulio Carapiá, Sidney Falcão são alguns dos artistas cujas obras estarão na mostra.
Participe, colabore. Contato: gutecruz@bol.com.br
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em frente a Biblioteca Pública), na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28, Pelourinho. Tel: 3321-1596) e Canabrava (Rua João de Deus, 22, Pelourinho). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

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