No entanto, mais do que o cinema, a música se firmou como o canalizador das idéias contestatórias dos jovens, frente à insatisfação com o sistema cultural, educacional e político. E o rock’n’roll era o ritmo que ditaria esse comportamento.
“Quantos caminhos deve um homem percorrer até que seja chamado homem?/Sim, e quantos mares deve a pomba singrar antes de repousar na areia?/Sim, e quantas vezes devem as balas de canhão explodir até que sejam banidas para sempre?/A resposta, meu chapa, está sendo levada pelo vento/A resposta, está sendo levada pelo vento...” (Blowinín the Wind, de Bob Dylan)
Os gêneros blues e country, originários de regiões pobres como Memphis e Mississipi, caracterizados por letras faladas e ritmos espontâneos, começaram a ser divulgados nacionalmente. Essa foi a época de B.B.King, Lloyd Price, Muddy Water e Fats Domino. E a música negra foi ganhando o mercado branco com suas outras duas formas: gospel e ballad. A primeira era praticada pelos negros evangélicos (Midnighters, Drifters e Five Royales) e a segunda tinha ritmo atenuado, com a presença de diálogos vocais cantados em solo (Moonlighters e The Platers).
Por trás da origem negra dese gênero forte, o rock, está o espírito de protesto da raça/etnia negra contra todas as formas de discriminação, de dominação e de proscrição a que foi submetida desde sua chegada em território americano.
Na cronologia dos estilos, origem e evolução do rock está o blues, principal música produzida nos anos 30. Já nos anos 40, o espaço é para o rhythm´n´blues e ao country and western. No final dos anos 40 surgia o rock folk e o rockabilly. Nos anos 50, o rock and roll. Nos anos 60, o soul e o country rock e o reggae. Em meados dos anos 60, o ska/reggae e o glitter/glem (volta ao passado com recursos eletrônicos). Nos anos 70, o funk, folk rock (purismo) e o heavy metal. Em meados dos anos 70, o progressivo rock e o punk (um contrastando o outro – enquanto o progressivo era uma música elaborada, sinfônica, classuda e rica, o punk era simplicidade de três acordes, pobre e sujo). Os anos 80 foram da MTV, The Clash, REM, Michael Jackson, Madonna, Prince, Smith, new wave, minimalismo e dance music. Nos 90 tem o nascimento do grunge com a força do Nirvana, Pearl Jam, Bjork, Oasis, U2, Radiohead SoundGarden, Green Day, Alice in Chains. Os anos 2000: Gorillaz, The Strokes, Amy Winehouse, Coldplay...
Nos anos 30 as grandes orquestras reinavam sem contestação. Ousadas e pretensiosas, essas orquestras viajavam de sala de dança em sala de dança, através dos EUA. Chefes de orquestra como Glenn Miller, Tommy Dorsey, Lionel Hampton e Erskin Hawlino eram os heróis do momento. A competição entre as orquestras eram intensa e recaia, sobretudo, nos cantores e nos saxofonistas de solo.
Nos anos 30, os blues man negros faziam experiências, agora com guitarras elétricas e amplificadores. Como as grandes orquestras tinham desaparecido, o público negro adaptou os grupos de blues com a sua música. Juntando os ritmos de dança à emoção dos blues, artistas como Muddy Watters e T.Boone Walker desenvolveram a mais importante música popular desde o jazz – os rhythm´n´blues.
Ao mesmo tempo, alguns pequenos grupos brancos de música de dança juntaram músicas de rythm´n´blues ao seu velho repertório. Tornaram o ritmo mais rude e insistente, e desprezaram o poema. Um desses grupos, Billy Halley and the Comets, alcançou o êxito em 1953/1954 com Crazy Man Crazy, Shake, Rattle and Roll e Rock Around the Clock. O homem branco começava a tocar música negra e os jovens agitavam-se. O rock´n´roll tinha vindo para ficar.
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