17 março 2011

Cajucultura é estimulada no Recôncavo

A Bahia é o terceiro maior produtor de caju, com área plantada de 26.266 hectares, área colhida de 26.020 e produção de 5.414 toneladas, quase toda concentrada na região semi árida do Estado. Visualizando a participação da agricultura familiar na produção de caju, no recôncavo baiano, as gerências regionais da EBDA, em Cruz das Almas e em Ribeira do Pombal, numa parceria para desenvolver a cajucultura na região, começou a desenvolver ações para a distribuição de mudas para agricultores familiares.

Quatro ações voltadas para a atividade são os treinamentos para o aproveitamento do caju, tanto do pendúnculo (polpa), quanto da castanha e, também, a substituição de copas, que implica na renovação das plantas velhas, a partir da substituição de suas copas por material geneticamente superior.


Desde a época do descobrimento, os índios já consumiam o caju como fruta fresca ou bebida fermentada. O caju se espalhou pelo país através das castanhas levadas pelos índios. Dele, retiravam alimento e produziam bebidas com o fruto, medicamentos e habitação. Pelas mãos dos colonizadores portugueses, o fruto tropical foi levado para vários países da África e Ásia onde se adaptou perfeitamente. O cajueiro é originário do Brasil, e o nome do fruto é oriundo da palavra indígena acaiu, que em tupi quer dizer “noz que se produz”. Uma curiosidade a respeito do caju é que aquilo que chamamos de fruta é na verdade o pedúnculo, ou seja, o talo que prende a fruta ao galho e que, estranhamente, no caju é carnudo, saboroso e aromático. O fruto propriamente dito é o que nós chamamos de castanha de caju, cuja produção, aliás, é a principal finalidade das lavouras, uma vez que mais de 90% dos cajus-fruta não são aproveitados, apodrecem na roça, debaixo das árvores.

VITAMINA C - O caju possui de 180 a 230mg de vitamina C por 100g de suco. É rico também em cálcio, ferro e fósforo. A amêndoa do caju (fruto verdadeiro), quando torrada, tem alto valor no mercado internacional. Da castanha (amêndoa e casca), extrai-se o fino óleo de amêndoas, de uso cosmético, medicinal e culinário. O caju é um “velho” conhecido da Bahia, e para crescer e se desenvolver, o nordeste do Estado conta agora com esse produto nativo da região e que, até então, era desperdiçado ou vendido a atravessadores.


A importância social da cultura do caju é caracterizada pela geração de emprego e renda durante a estação seca, para a população rural, e pelo fato da maior parte dos plantios serem explorados por pequenos produtores. Estima-se que o agronegócio poderá gerar, só no campo, um emprego permanente para cada seis hectares e mais dois temporários durante os três e quatro meses de safra.


O sistema de cultivo tradicional do cajueiro, adotado pelo produtor, é economicamente inviável pela ineficácia na produtividade e qualidade de castanhas. A implantação de pomares de cajueiro anão, com mudas enxertadas, foi a tecnologia que apresentou os melhores resultados relativos à produtividade em todo o País. O plantio, por sementes com enxertia direta no campo, revelou-se uma boa alternativa. A substituição de copas em plantas, com até nove anos de idade, mostrou-se economicamente viável na recuperação de pomares improdutivos, especialmente aqueles mais novos.


O manejo do caju anão permite fazer consórcios com outras culturas, como mandioca, abacaxi, maracujá e milho. Isto significa maior aproveitamento da área plantada e aumento da renda das famílias pela diversificação agrícola. A maioria das indústrias processadoras utiliza apenas a castanha do caju. A polpa é comercializada em menor escala para produção de doces, cajuína e consumo in natura. Os compradores de castanha de caju brasileira são os EUA com um percentual de 75,7% do total exportado. O Canadá vem em segundo com 10,4% e a Europa com 11,4%.


A castanha de caju é um produto de grande valor econômico e social para a Região Nordeste do Brasil, com uma produção anual em torno de 200 mil toneladas nos Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Para se ter uma ideia, só a agroindústria processadora da castanha de caju emprega cerca de 20 mil pessoas, além de proporcionar 280 mil postos de trabalho no campo. Parte dessa força de trabalho está distribuída em pequenas unidades de beneficiamento as minifábricas, cuja concepção e implantação têm o aporte tecnológico da Embrapa Agroindústria Tropical, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As minifábricas de beneficiamento de castanha de caju estão aumentando em 55% a renda de pequenos produtores, além de representar uma alternativa de emprego para os trabalhadores.

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