O superpolicial Fosco foi criado há mais de quinze anos. Na trama inicial ele era filho de um bandido, mas foi adotado pela polícia do Rio de Janeiro, que o preparou para ser uma espécie de super-herói. E você já sabe como é a vida nesse país, o policial ganha pouco, faz patrulha numa kombi velha e não recebe equipamentos novos. O resultado é que esse policial acaba engordando devido a acomodação. Mesmo assim ele se mantém honesto, mas nem tão santo assim. Seu parceiro de luta é o delegado alcoólatra Zé Maria. E o vilão da série é Armando Pó que comanda a favela Planeta Tramoia.
O personagem, assim como outras publicações independentes da época, participou do circuito de fanzines dos anos 1990. Ainda neste período, o personagem foi publicado em um jornal local, através de tiras, por quase dois anos. Apesar de nos primórdios seguir os padrões convencionais dos heróis dos quadrinhos, uma coisa sempre foi mantida nas suas histórias: o cotidiano e os costumes do Rio de Janeiro.
Agora em seu site, Fosco surge surpreendentemente exibindo uma barriga saliente, resultado não só do seu eterno gosto por caldo de mocotó, como também do visual e tons cartunescos adotados na série. Agora o policial pesado, passível de corrupção, mata, se arrepende. Ri e chora. A série abusa dos bons e velhos recursos das onomatopeias e sinais gráficos, para representar sentimentos, palavrões e emoções dos personagens. No site, além dos episódios do Fosco, há uma galeria com vários trabalhos realizados pelo autor no campo publicitário e da imprensa. Para conferir, acesse www.marcospaz.com.br.
A inspiração que o autor recebe durante seu dia a dia como guarda municipal na Unidade de Copacabana e na vivência na Baixada Fluminense (lugares socialmente opostos) também ajudou. “Desta forma, consigo ver como as coisas acontecem no calor das ruas e não por meio de reportagens, muitas vezes equivocadas, da imprensa”, explica numa entrevista para a revista Mundo dos super-heróis. Entre outros diversos trabalhos de Marcos Paz estão as HQs Subversivos: A Farsa e O Dia da Caça, e A Classe Média Agradece, ambas com roteiros de André Diniz.
“Aqui ninguém pode julgar ninguém”. Esta frase resume o espírito da série Fosco.
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