O corte de cabelo mostra a personalidade da pessoa. Se nos anos 50 predominou o topete a la Elvis Presley, nos 60 foi a vez dos Beatles. Só depois de já terem soltado os bichos e lançado ao mundo Sgt. Pepper´s e White Álbum foi que o visual dos Beatles chegou no Brasil. A Jovem Guarda reverteu o sentido de nobreza: o estilo do “príncipe” Foi parar na cabeça do “rei”. Uma brasa, mora! Roberto Carlos guia seu calhambeque rumo às paradas de sucesso. O cabelo comprido de Roberto, os anéis e colares reluzentes de Erasmo, as roupas berrantes, as gírias, qualquer gesto repetido no palco vira a moda imediatamente. Os garotos passaram a usar calça de nycron de cintura baixíssima (a popular Saint-Tropez) e boca-de-sino, camisa Volta ao Mundo e perfume Lancaster. As garotas inauguraram o uso da minissaia e, na falta do laquê, passavam cerveja nos cabelos. Nada tinha muito sentido sem o “carrão” – linguagem Mustang vermelho.
Nos anos 60, as cabeleiras foram fundamentais. Ninguém poderia entrar em San Francisco sem trazer flores na cabeça. Era de Aquarius, siglas lisérgicas e, claro, os hippies. Cabelos grandes eram sinal de rebeldia. Não foi à toa que um dos maiores sucessos da época chamou-se Hair. Enquanto o flower-power (branco e classe média em sua maioria) era calmo, o black power era agitado. Os negros cabelos cresceram também, mas para cima. E Sly Stone avisava a chegada de mudanças, e James Brown orgulhava-se de ser negro. Entre nós, tempos depois, Tony Tornado caminhava pela “BR-3”.
O sonho não acabou. Seus personagens existem, usam peruca e calça boca-de-sino e acabam de invadir as discotecas de New York. A febre dos sixties atingiu a música na imagem colorida do conjunto Dee Lite; o cinema, com o filme sobre Jim “Doors” Morrison; na TV, com A Feiticeira e o seriado Batman. E coleções de moda internacionais. Nos cabelos, voltam as fitas largas, o coque banana e as perucas coloridas, uma brincadeira que lembra Andy Warhol e o estilista francês Pierre Cardin. Quem procura a autenticidade absoluta não hesita em dormir de touca de meia para obter o efeito liso, obrigatório no visual da época. Também cabelos altos, meio panetone, ao som de “Let´s Twist Again” e “I Love You, Yeh,m Yeh, Yeh!”. O tempero irreverente de quem flutua descompromissado pelo tempo.
Com o ritmo na cabeça, ou seja, heavy metal a todo volume, os head-bangers (balançadores de cabeça) agitam a cabeça no ritmo da música, jogando os cabelos compridos para o ar. Trata-se de uma tribo urbana que continua em ação até hoje. Desde o surgimento do rock pesado que os cultores dos decibéis e da velocidade como padrão musical adotam os cabelos longos. Tanto os cantores (basta conferir bandas como Deep Purple, Crue, Metallica, Bom Jovi, Iron Maiden, Sepultura e Megadeth) como os fãs, eles não mudam o visual.
Herdadas do movimento hippie, as cabeleiras dionisíacas de Robert Plant e Jimmy Page, do Led Zeppelin, tornaram-se marca registrada dos adeptos do heavy metal a partir de 1968. E chega aos anos 70, quando algumas cabeleiras tornaram –se históricas. Os longos fios loiros escondidos de Rick Wakeman foram um sucesso. Os cachos de Roger “Tommy” Daltrey também. Ou então os nórdicos cortes de Robert Plant. Blondies Have More Fun, título do filme de Marilyn Monroe, caiu como luva na ala feminina. A galeria de musas blondies no rock é extensa, mas tem um ícone supremo: Debbir Harry. Do Blondie, é claro.
Liberdade, a palavra de ordem nos anos 70 mexeu com as cabeças. Pós-psicodélico, o glam rock do começo dos anos 70 fez uso de todos os recursos da cosméstica feminina. Os adeptos incluem Brian Eno, David Bowie e Bryan Ferry, criador do topete tromba-de-elefante. O mutante David Bowie inventou na primeira metade dos anos 70 o astro decadente Ziggy Stardust, e sua banda Spiders From Mars (As Aranhas de Marte). De sobrancelhas raspadas e cabelo vermelho, Ziggy desferiu um golpe de misericórdia na estética jeans-cabelos longos e outro na ética messiânica do rock. As mutantes de Bowie não tinham fim. De clone de Bob Dylan a mutante da era cibernética pós-punk, cada mudança, um corte de cabelo, um novo visual. Marc Bolan, fenômeno glitter, tinha uma banda cujo nome era ao mesmo tempo uma paródia e um retrato do marasmo da época: Tyrano-saurus Rex. Os cabelos: espalhados no ar. The New York Dolls fizeram a cabeça de uma geração ainda de calças curtas. Perucas e mais perucas brilhantes nas cabeças. Por trás dos Dolls, o gênio de marketing: Malcolm McLaren. Na onda disco, imperou John Travolta com seu topetão, mas no final da década a rebelião punk, dark e gótica explode com tufos e/ou cores inimagináveis. Robert de Niro em Táxi Drive consagrou o estilo moicano. Nessa época cresceram também como erva as tranças dos ratafáris. No último capítulo dos cabelos, onde em cada cabeça há uma forma de ser livre, o mergulho narcisista dos anos 80, a onda revivals dos 90 e os dias atuais. (Gutemberg Cruz)
Nos anos 60, as cabeleiras foram fundamentais. Ninguém poderia entrar em San Francisco sem trazer flores na cabeça. Era de Aquarius, siglas lisérgicas e, claro, os hippies. Cabelos grandes eram sinal de rebeldia. Não foi à toa que um dos maiores sucessos da época chamou-se Hair. Enquanto o flower-power (branco e classe média em sua maioria) era calmo, o black power era agitado. Os negros cabelos cresceram também, mas para cima. E Sly Stone avisava a chegada de mudanças, e James Brown orgulhava-se de ser negro. Entre nós, tempos depois, Tony Tornado caminhava pela “BR-3”.
O sonho não acabou. Seus personagens existem, usam peruca e calça boca-de-sino e acabam de invadir as discotecas de New York. A febre dos sixties atingiu a música na imagem colorida do conjunto Dee Lite; o cinema, com o filme sobre Jim “Doors” Morrison; na TV, com A Feiticeira e o seriado Batman. E coleções de moda internacionais. Nos cabelos, voltam as fitas largas, o coque banana e as perucas coloridas, uma brincadeira que lembra Andy Warhol e o estilista francês Pierre Cardin. Quem procura a autenticidade absoluta não hesita em dormir de touca de meia para obter o efeito liso, obrigatório no visual da época. Também cabelos altos, meio panetone, ao som de “Let´s Twist Again” e “I Love You, Yeh,m Yeh, Yeh!”. O tempero irreverente de quem flutua descompromissado pelo tempo.
Com o ritmo na cabeça, ou seja, heavy metal a todo volume, os head-bangers (balançadores de cabeça) agitam a cabeça no ritmo da música, jogando os cabelos compridos para o ar. Trata-se de uma tribo urbana que continua em ação até hoje. Desde o surgimento do rock pesado que os cultores dos decibéis e da velocidade como padrão musical adotam os cabelos longos. Tanto os cantores (basta conferir bandas como Deep Purple, Crue, Metallica, Bom Jovi, Iron Maiden, Sepultura e Megadeth) como os fãs, eles não mudam o visual.
Herdadas do movimento hippie, as cabeleiras dionisíacas de Robert Plant e Jimmy Page, do Led Zeppelin, tornaram-se marca registrada dos adeptos do heavy metal a partir de 1968. E chega aos anos 70, quando algumas cabeleiras tornaram –se históricas. Os longos fios loiros escondidos de Rick Wakeman foram um sucesso. Os cachos de Roger “Tommy” Daltrey também. Ou então os nórdicos cortes de Robert Plant. Blondies Have More Fun, título do filme de Marilyn Monroe, caiu como luva na ala feminina. A galeria de musas blondies no rock é extensa, mas tem um ícone supremo: Debbir Harry. Do Blondie, é claro.
Liberdade, a palavra de ordem nos anos 70 mexeu com as cabeças. Pós-psicodélico, o glam rock do começo dos anos 70 fez uso de todos os recursos da cosméstica feminina. Os adeptos incluem Brian Eno, David Bowie e Bryan Ferry, criador do topete tromba-de-elefante. O mutante David Bowie inventou na primeira metade dos anos 70 o astro decadente Ziggy Stardust, e sua banda Spiders From Mars (As Aranhas de Marte). De sobrancelhas raspadas e cabelo vermelho, Ziggy desferiu um golpe de misericórdia na estética jeans-cabelos longos e outro na ética messiânica do rock. As mutantes de Bowie não tinham fim. De clone de Bob Dylan a mutante da era cibernética pós-punk, cada mudança, um corte de cabelo, um novo visual. Marc Bolan, fenômeno glitter, tinha uma banda cujo nome era ao mesmo tempo uma paródia e um retrato do marasmo da época: Tyrano-saurus Rex. Os cabelos: espalhados no ar. The New York Dolls fizeram a cabeça de uma geração ainda de calças curtas. Perucas e mais perucas brilhantes nas cabeças. Por trás dos Dolls, o gênio de marketing: Malcolm McLaren. Na onda disco, imperou John Travolta com seu topetão, mas no final da década a rebelião punk, dark e gótica explode com tufos e/ou cores inimagináveis. Robert de Niro em Táxi Drive consagrou o estilo moicano. Nessa época cresceram também como erva as tranças dos ratafáris. No último capítulo dos cabelos, onde em cada cabeça há uma forma de ser livre, o mergulho narcisista dos anos 80, a onda revivals dos 90 e os dias atuais. (Gutemberg Cruz)
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