24 agosto 2016

Mar: o começo e o fim de todas as coisas vivas (2)



Os mares e oceanos foram utilizados pelo homem desde o início da nossa civilização: primeiro como
fonte de alimentos pela pesca artesanal ou coleta de moluscos e algas. Posteriormente, como fonte de matérias-primas como sal, bromo, magnésio, calcário e, principalmente, como meio de transporte. Hoje, o oceano é uma grande fonte de matérias para a indústria de alimentos e farmacêutico. No Brasil, por exemplo, especialmente na região da plataforma continental, os hidrocarbonetos de petróleo e os calcáreos são extraídos em larga escala industrial.

O homem sempre alterou o seu meio ambiente, mas a extensão dessas alterações somente passou a ser significativa após a Revolução Industrial do século 18. A partir dessa época, o homem passou a mobilizar quantidades crescentes de matérias-primas e energia e a transportar por via marítima grande quantidades de produtos industrializados. O despejo de esgoto sem tratamento nos mares do mundo polui as águas, o litoral e põe em risco a saúde e o bem-estar dos povos e dos animais que habitam essas árias, de acordo com um relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sob a questão. Além dos esgotos, os oceanos sofrem com o despejo cada vez maior de nutrientes, como os que escorrem a partir de terras cultivadas. Esses nutrientes estimulam o desenvolvimento de algas tóxicas, que acabam com o oxigênio das águas, promovendo a destruição de ecossistemas, com os manguezais.

Os grandes polos de concentração humana e industrial se estabeleceram próximos ou na zona costeira
ou estuarina levando ao uso indiscriminado dos oceanos como repositório final. Hoje, quase metade da população mundial vive nas cidades costeiras ou em regiões bem próximas a elas. E o esgoto doméstico continua a ser um dos maiores problemas a nível global. A exploração de recursos é outro desafio. Os recursos pesqueiros estão sendo explorados excessivamente, sem controle e isso é ruim, pois não há renovação do estoque. Sem limitação na capacidade de renovação do estoque, haverá colapso e não poderá mais recuperar aquela parte perdida.

Diante de tantas denúncias contra a poluição no mar, o cinema, a música, a literatura e os quadrinhos também incorporam na luta. No final da década de 80, os franceses Thierry Cailletau e Olivier Vatini lançaram "Aquablue" (1988), uma saga em quadrinhos que aborda a vida de um planeta aquático onde os habitantes vivem exclusivamente dos recursos que a natureza oferece. Com roteiro de Michael Turner e Bill O´Neil e desenhos de Turner foi publicada em 2003 "Fathom" (Água Pesada), a saga de uma garota, Aspen, treinada para desempenhar importante papel que pode determinar futuro de dois mundos - a raça subaquática e a terrestre. Em 2007 a Panini publicou a história no Brasil. Àgua pesada é a principal substância utilizada em um tipo de reator nuclear onde o plutônio é desenvolvido a partir do urânio. Ela existe naturalmente na água, mas apenas em quantidades mínimas. A água pesada é um dos principais moderadores que permitem o funcionamento de um reator nuclear que utiliza urânio como combustível.

Em 1995 Kevin Costner realiza seu "Waterworld". Uma ligação ancestral dos seres humanos com mágicos habitantes das águas é a trama de "A Dama na Àgua", filme do cineasta M. Night Shyamalan. No Brasil em 2003 Flavia Moraes estrea no longa "Acquária": em mil anos, a Terra secou, e os poucos humanos que sobraram vivem em escassez de líquido. O acidente ecológico serviu também para o surgimento de alguns seres mutantes. Um casal de cientistas está perto de conceber uma máquina que cria água. São atacados, mortos, um de seus filhos é raptado e outra criança consegue se esconder. Anos depois, eles se reencontrarão já adultos. Essa é a história.

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