19 janeiro 2020

Registro do artista gráfico Setúbal pela Criativo




Sketch book é um caderno rascunho para registrar ideias e composições para posteriormente transformar em pinturas em telas ou usar outro suporte como papel e aquarela ou outro tipo de técnica. Alguns fazem os rascunhos e deixam dessa forma em cadernos. Servem para registrar a evolução do artista nos desenhos. E é isso o que a Editora Criativo está fazendo. Já lançou mais de 90 álbuns com os trabalhos de diversos artistas gráficos brasileiros.




O volume 1 foi com o baiano Paulo Setúbal. Registrou o trabalho do artista com esboços e artes-finais em vários estágios, estilos e técnicas, tiradas de seu acervo pessoal, num flagrante não convencional de sua produção ao longo da carreira. O objetivo da coleção é formar uma grande galeria com os mais diversos estilos e traços, indo de nomes consagrados a iniciantes, incentivando o talento individual. Os álbuns têm acabamento com a qualidade, 64 páginas, papel off-set 150g, capas cartonadas com orelhas, no tamanho 21x28 cm, e mostram como cada profissional do desenho é um universo empírico e individualizado, seja ele um autodidata ou com formação acadêmica, havendo alguns pontos em comum na forma de criar e desenvolver os trabalhos.




Paulo Henrique Setúbal é cartunista, ilustrador, desenhista, argumentista, roteirista de quadrinhos, autor de textos de humor e artista plástico. Assina seus trabalhos como Paulo Setúbal ou simplesmente Setúbal. Nasceu na cidade de Candeias, na Bahia, onde viveu até os 9 anos de idade. Nesse período, as revistas de quadrinhos e o cinema eram suas grandes paixões, as primeiras inspirações e os elementos motivadores para seus primeiros desenhos. Buscando reproduzir o que via nas telonas e nos gibis, começou a desenhar e nunca mais parou. Quando seu pai, paulista de Pindorama, resolveu retornar para o interior de São Paulo, inicialmente, a família morou em Bauru por três anos. Pindorama, a terra natal do patriarca, foi o destino seguinte e ali viveram por dez anos. Com a morte do pai, a família mudou-se para a capital paulista.




Em Sampa, disposto a fazer quadrinhos profissionalmente, buscou todas as informações possíveis a respeito dessa arte. Essa busca o levou a procurar o desenhista e editor Minami Keizi, que lhe indicou o também desenhista Ignacio Justo, de quem recebeu inúmeras e valiosas orientações que muito o ajudaram a fazer evoluir o seu desenho. Pensando em aprimorar-se, passou a cursar a Escola Panamericana de Artes, embora seu aprendizado tenha, em sua maior parte, acontecido mesmo de forma empírica.




Passando a residir em Salvador, iniciou a colaborar profissionalmente com jornais e revistas da imprensa baiana. Nela, trabalhou por mais de duas décadas, produzindo charges, caricaturas, cartuns, tiras, histórias em quadrinhos, pôsteres e ilustrações. Fez ilustrações para dezenas de livros de autores diversos. Como cartunista e caricaturista, colaborou com a imprensa alternativa, participou de diversas exposições coletivas e individuais, tendo também participado de Salões de Humor, havendo sido premiado no Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Atuando como artista plástico, fez igualmente diversas exposições, coletivas e individuais, tendo sido premiado por duas vezes com suas pinturas em Salões da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Tem telas adquiridas por colecionadores da Espanha, Portugal, França, Espanha e Itália, entre outros países do mundo.




Sobre o artista, comenta o pesquisador Gonçalo Júnior: “Setúbal é original, dono de um traço único, singular, personalíssimo. Ao mesmo tempo, traz em sua arte todo o sincretismo de raças, credos e ícones da cultura baiana e nordestina – tento de Salvador quanto do interior. Como o cordel e a xilogravura. Desde o começo de sua carreira, que ganhou ênfase nas páginas do jornal A Tarde, até a produção mais recente, Setúbal tem demonstrado talento tanto para a caricatura e o cartum como para a ilustração, para a imprensa e capas de livros e a história em quadrinhos – linguagem próximas, porém com características próprias”.






Mais informações sobre o artista, leia:

SETÚBAL: “Desenhar, para mim, é abraçar o mundo e a mim mesmo”

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