Sketch book é um caderno rascunho para
registrar ideias e composições para posteriormente transformar em pinturas em
telas ou usar outro suporte como papel e aquarela ou outro tipo de técnica.
Alguns fazem os rascunhos e deixam dessa forma em cadernos. Servem para
registrar a evolução do artista nos desenhos. E é isso o que a Editora Criativo
está fazendo. Já lançou mais de 90 álbuns com os trabalhos de diversos artistas
gráficos brasileiros.
O volume 1 foi com o baiano Paulo Setúbal.
Registrou o trabalho do artista com esboços e artes-finais em vários estágios,
estilos e técnicas, tiradas de seu acervo pessoal, num flagrante não
convencional de sua produção ao longo da carreira. O objetivo da coleção é
formar uma grande galeria com os mais diversos estilos e traços, indo de nomes
consagrados a iniciantes, incentivando o talento individual. Os álbuns têm
acabamento com a qualidade, 64 páginas, papel off-set 150g, capas cartonadas
com orelhas, no tamanho 21x28 cm, e mostram como cada profissional do desenho é
um universo empírico e individualizado, seja ele um autodidata ou com formação
acadêmica, havendo alguns pontos em comum na forma de criar e desenvolver os
trabalhos.
Paulo Henrique Setúbal é cartunista,
ilustrador, desenhista, argumentista, roteirista de quadrinhos, autor de textos
de humor e artista plástico. Assina seus trabalhos como Paulo Setúbal ou
simplesmente Setúbal. Nasceu na cidade de Candeias, na Bahia, onde viveu até os
9 anos de idade. Nesse período, as revistas de quadrinhos e o cinema eram suas
grandes paixões, as primeiras inspirações e os elementos motivadores para seus
primeiros desenhos. Buscando reproduzir o que via nas telonas e nos gibis,
começou a desenhar e nunca mais parou. Quando seu pai, paulista de Pindorama,
resolveu retornar para o interior de São Paulo, inicialmente, a família morou
em Bauru por três anos. Pindorama, a terra natal do patriarca, foi o destino
seguinte e ali viveram por dez anos. Com a morte do pai, a família mudou-se
para a capital paulista.
Em Sampa, disposto a fazer quadrinhos
profissionalmente, buscou todas as informações possíveis a respeito dessa arte.
Essa busca o levou a procurar o desenhista e editor Minami Keizi, que lhe
indicou o também desenhista Ignacio Justo, de quem recebeu inúmeras e valiosas
orientações que muito o ajudaram a fazer evoluir o seu desenho. Pensando em
aprimorar-se, passou a cursar a Escola Panamericana de Artes, embora seu
aprendizado tenha, em sua maior parte, acontecido mesmo de forma empírica.
Passando a residir em Salvador, iniciou a
colaborar profissionalmente com jornais e revistas da imprensa baiana. Nela,
trabalhou por mais de duas décadas, produzindo charges, caricaturas, cartuns,
tiras, histórias em quadrinhos, pôsteres e ilustrações. Fez ilustrações para
dezenas de livros de autores diversos. Como cartunista e caricaturista,
colaborou com a imprensa alternativa, participou de diversas exposições
coletivas e individuais, tendo também participado de Salões de Humor, havendo
sido premiado no Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Atuando como
artista plástico, fez igualmente diversas exposições, coletivas e individuais,
tendo sido premiado por duas vezes com suas pinturas em Salões da Fundação
Cultural do Estado da Bahia. Tem telas adquiridas por colecionadores da
Espanha, Portugal, França, Espanha e Itália, entre outros países do mundo.
Sobre o artista, comenta o pesquisador
Gonçalo Júnior: “Setúbal é original, dono de um traço único, singular,
personalíssimo. Ao mesmo tempo, traz em sua arte todo o sincretismo de raças,
credos e ícones da cultura baiana e nordestina – tento de Salvador quanto do
interior. Como o cordel e a xilogravura. Desde o começo de sua carreira, que
ganhou ênfase nas páginas do jornal A Tarde, até a produção mais recente,
Setúbal tem demonstrado talento tanto para a caricatura e o cartum como para a
ilustração, para a imprensa e capas de livros e a história em quadrinhos –
linguagem próximas, porém com características próprias”.
Mais informações sobre o artista, leia:
SETÚBAL: “Desenhar, para mim, é abraçar o
mundo e a mim mesmo”
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